quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Seis & Meia

foi 10+
por maneco nascimento

A reabertura do Projeto Seis&Meia, na última terça feira, 18, rendeu uma das + deliciosas noites da canção brasileira. Provou que a volta, neste 2015, veio com todo o gás que merece um Projeto que abre sinal para a MPB e a seus representantes no diverso do matiz da nossa produção musical.

Uma dobradinha feliz. A atração local, Rubens Lima, show man music soul. E a nacional, Leila Pinheiro, impagável. O Theatro 4 de Setembro ficou pequeno para tamanha emoção.

(Rubens Lima, em voz soul + canção/fotos Marcos Montelo)

Na abertura local, a voz, o swing e o soul afinados de Rubens Lima, que nos brindou desde Beatles, a Chico Buarque e não poderia faltar Cole Porter. Um show para não + esquecer de quem canta por paixão, em técnica e sabor de refinada atenção ao que sabe fazer melhor. Charme, tranquilidade, prazer e alegria dedicados ao público e uma interação de empatia compartilhada.

Doutor Rubens foi show! E ninguém pode dizer que nossas janelas musicais não fazem jus aos que vêm somar vozes no Projeto da cidade musical. A matemática foi de certo como dois e dois são dez. Parabéns, doutor Rubens!

Depois da atração local, era a hora da esperada voz do Norte. Ventos suaves de brisa encantada e poesia melódico-decantada à canção chegaram em calma e tranquila posse do palco. Era Ela, a Leila que desde 1985 abriu sinal Verde à canção brasileira e nunca + deixou de chegar alegre e fagueira, sem afobamento aos nossos ouvidos e regalo da audição.

(Esses Ventos do Norte que atendem por Leila Pinheiro/fotos Marcos Montelo)

"Por onde Eu for" , show de lançamento de seu + novo CD/EP, comemorativo de 35 anos de carreira, chegou com a suavidade da voz e talento comprovados e festejados da grande Leila Pinheiro, essa mulher que, como disse nas conversas francas com o público que a prestigiou, durante o show do Seis&Meia, que a nós coube bem ouvir,  veio de Belém do Pará para o Rio de Janeiro, com a idade de 21 anos e ali construiu seu tempo. Tempo de ser a Leila que conhecemos e vibramos ouvir cantar.

As belas canções, das parcerias e amizades e outras belas selecionadas e trazidas nas músicas que compuseram o show. Zélia Ducan, Adriana Calcanhoto, Marina Lima e Sergio Tinoco, Guilherme Arantes, entre outros.

Todas as coisas valem quando se pode ver um grande show e a canção "Todas As Coisas Valem", de Zélia e Leila, um bom exemplo de quanto vale uma canção que nos toca e toca fundo a emoção de ouvir-se na voz de Leila.

"Por onde Eu for" é de tudo um delicado de maturidade da artista, que voz, tempo, beleza, cuidado e expressão musical construídos para 35 e 50 anos + de carreira conquistados à força da própria arte.

A luz, na medida de proteger, marcar ambiente discreto e não comprometer a luz natural da cantora. Sem espalhafato, tênue e rara iluminação que suaviza e alegra, discreta e segura afinação de marcar a força leve e econômica do jeito de cantar que é de Leila. Um show maravilhosamente afiado e afinado para todas as questões em canções refinadas.

O cenário atomizado para concentrar-se em seu piano e em seu cordas de aço estilizado, mas da mesma natureza de tirar acordes para a cantora, compositora e música que dedilha seus melhores melódicos das canções, seja aos teclados, seja às vibrantes cordas, que geram efeitos serenos na própria voz dedicada e intensa de verdade musical.

Figurino discreto, composto para deixar livre a performance de gestos pequenos, medidos e adentrados na perfeita sincronia, de corpo e alma que falam para demarcar os tempos das interpretações e, encontram na segunda pele uma discrição que sobrevaloriza a força artística da canção e da inteireza de compor ação, aparentemente neutra, mas imbuída na verdade em delicada expansão de luzes e energia próprias, enveredadas pela presença da artista e sua arte.

Em determinado momento, Leila quebrou a quarta parede, usando uma expressão de teatro, e aproximou-se + do público ao dizer algo como, vamos ficar mais perto, junto, desliguem as máquinas e curtamos esse nosso momento.

Conversou, disse poema, riu, sugeriu que quem tivesse que sofrer com a canção que sofresse, falou das parcerias, da história do começo da carreira, dos shows por onde passou e criou uma intimidade feliz, sem qualquer média, só respeito e prazer de estar em Teresina fazendo aquele show.

Não há quem não tenha se sentido em casa, gozado da intimidade musical de Leila Pinheiro. Sua voz, sua luz abrindo trincheiras, sem agredir as naturezas que recepcionaram suas canções de por onde ela vai quando nos toca tocar o coração em "Por onde Eu for". Há muito não havia sentido prazer tão intenso de ouvir alguém cantar.

Em sua calmaria de riacho doce correndo, escorregadio pelas pedras, no curso de igarapés de águas claras e livres de impedimentos, toma curso rumo aos caminhos do sol e de mar da canção brasileira que cabem em sua voz, vida, segredos de cantar e revelação de tranquila arte musical. Essa foi a Leila Pinheiro que Teresina privou na intimidade sugerida pela artista, durante um belo show.

O Projeto Seis&Meia chegou rente com os Ventos do Norte que respondem em coro de brisa afinada e atendeu pelo nome de Leila Pinheiro. 


Até hoje ainda reverberam a voz e canções que essa artista paraense trouxe em "Por onde Eu for"e deixou conosco um pedaço de sua emoção, tratada para nos trazer felicidade e somar ao seu melhor prazer de ser cantora e soltar a voz e essa força tanta suavizada, na garganta, pela emoção de bem cantar.

Projeto Seis&Meia foi, para noite de Rubens Lima e Leila Pinheiro, 10+!
 (Essa Voz, essa Luz de Leila Pinheiro/fotos Marcos Montelo)

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