domingo, 2 de agosto de 2015

Humor solidário

Craques do riso
por maneco nascimento

A causa era beneficente e a fórmula já havia dado certo uma vez. Então a hora era de repetir a boa fórmula do sucesso. Àquela época, os craques do riso local, stand up, realizaram, em fins de abril, dia 23, o show “Humor na Veia” e tiveram que dividir o público em três sessões, no Theatro 4 de Setembro. A entrada era uma doação de sangue. Foram + de mil entradas, de doadores, no Hemopi.

Em julho último, o Coletivo de humor resolveu acertar em novo alvo solidário. “Os Craques do Humor Contra o Crack", com o time dos novos humoristas de Teresina. O show aconteceu dia 28 de julho (terça feira), em duas sessões, às 18h e 19 horas, no Theatro 4 de Setembro.

A pedida reuniu o web fenômeno de público, Whindersson Nunes e seus colegas de tiradas stand up, Jackstênio Rodrigues, Xavier Neto, Gee Sousa, Leon Denizar, Jimmy Charles, Bruno Lima, Bryan Fritz, Taynan Wallison, João José, Vinícius Karcam, Dennys Alef e Kalew Felix

Da velha geração do humor de Teresina e, espelho aos novatos, Dirceu Andrade compôs presença no Grupão.
(foto à posteridade Os craques do humor/foto Jackstênio Rodrigues)

Show beneficente, em duas sessões, direcionado ao Abrigo São Lucas que ampara idosos. E, assim, se viu um desfile de artistas e suas tiragem ao riso stand up. Uns para + humor afinado, outros ainda em processo de maturação desta arte de contar a piada e manter a atenção da platéia, no recurso da persuasão acertada.

Cada novo artista no seu “timing” e enredo de cotidianos reinventados, ou gracejados à ficção de fatos comuns e risíveis. Bruno Lima fazia as vezes de apresentador dos colegas. Bom ator que é, também tem bom tempo de humor e picardia naturalista. Jimmy Charles já começa a ganhar princípio de tranqüilidade para a piada de ator solo e, de modo geral, o público 99,98% teen recebia a todos com o mesmo fascínio e empatia ao riso e gargalhadas.

Das celebridades stand up, Xavier Neto, o Campeão Brasileiro de Stand up Comedy 2015. De quem Jimmy Charles fala com devoção e respeito, ao artista da terra “é daqui! Quem n conhece, conheça e valorize! Grande pessoa e artista!” (recomendação da página de Jimmy)
(Xavier Neto/foto colhida da página de Jimmy Charles)

Xavier Neto deu o ar da graça e defendeu seu milagre do riso e caminho da conquista do pão de cada dia no circo das piadas, pilhérias e picardias contadas pelo homem, o único animal que ri de si mesmo, como vaticina Aristóteles.
(Xavier Neto in selfie com o público/foto Craques do Humor)

Mais, pelo palco, passaram. Dirceu Andrade com seu mote já certeiro de ganhar plateias e roubar gargalhadas, como também as novas esperanças da linguagem de humor forjado às indústrias culturais do riso, Jackstênio Rodrigues, Gee Sousa, Leon Denizar, Bryan Fritz, Taynan Wallison, João José, Vinícius Karcam, Dennys Alef e Kalew Felix. Cada um com sua piada pronta e suas incursões pelo teatro do ator solo, “standin” de si mesmo.

A grande expectativa gerada era a presença de Whindersson Nunes. Chegava do Ceará para a noite de humor solidário. Fez cinco minutos de sua arte, da que já detém domínio no mundo da web, no primeiro round, e a dos palcos, conquista do segundo momento.
 
 (a nova geração do humor/foto Craques do Humor)

O rapaz, de + de um milhão de acessos na sua página, entrou no palco e gerou uma histeria generalizada e, de quebra, demonstrou que não chegou até ali sem domínio de seu modo de fazer humor. Narrativas simples, de naturalismo tranqüilo. De pouco apelo fácil ou forçação de barra.

Histórias comuns ganham tempo de rir. Salvo palavras de baixo calão, como meu “pau”, meu “cu”, etc., que cobriam uma platéia de crianças, adolescentes, jovens e adultos, o “timing” dele é bom. É um adolescente, ou um já  jovem, que não perdeu o perfil de adolescente, física, discursiva ou de maneira de usar roupas e acessórios, gerando uma empatia imediata com seu público teen.

Se já veio, viu e venceu, agora é só colher os louros da vitória em terras conquistadas. Na educação moral romana imperial dos Césares, um lacaio sempre acompanhava os comandantes em chefe, ao seu lado na biga, durante as visitações públicas. O papel do lacaio era lembrá-los, sempre, soprando ao ouvido do Ave César, da vez, que este não era Deus.

Whindersson não parece ter perdido a ternura. Numa de suas entrevistas diz que aprendeu a lidar bem com o sucesso e que tem certa obrigação de dar o melhor exemplo, pois sabe do público que o segue. 

Para o exercício do palco, em que as gerações que o acompanham, fascinadas, são de idade menor à + juvenil, as palavras chulas inclusas, no momento da conquista do riso, podem não diria ofender, mas formar opinião de concessão do vulgar, baixo calão e lugar comum para discurso rasteiro da língua.

Fora o excesso de liberdade artística, a performance do humorista Whindersson é boa. Quanto às observações apontadas no discurso de livre arbítrio do artista, que não sejam interpretadas como restritivas, mas de efeito de preocupação com a educação e saúde da linguagem, quando espetáculo direcionado, também, a crianças.

O show de humor com um coletivo de humoristas foi Show!Os Craques do Humor contra o Crackatraiu um grande público, arrecadou quase uma tonelada de alimentos e beneficiou quem + precisa da arte solidária
 (Os Craques do Humor em selfie de público/foto Jackstênio Rodrigues)


(Xavier Neto, João Vasconcelos, Whindersson, Bruno Lima e Jackstênio Rodrigues/fotos craques do humor)

Parabéns aos organizadores, promotores e artistas envolvidos. Essa ideia eu compro e libero o riso. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário