por maneco nascimento
"A maior flor e outras histórias segundo José", veio de Porto, Portugal. Um exercício de lúdico, aplicado da literatura de José Saramago, à arte da cena realizado pelo Teatro Art'Imagem.
(as personagens contam Saramago/foto Marcos Montelo)
Um recorte feliz, mergulhado na obra do nobel de literatura português, que repercute jogos dramáticos leves, certificados no mapa de dramaturgia de cena e com um casal empenhado em fazer valer a própria arte de ator e atriz e do autor que arcabouça base para o estudo trazido ao palco.
(a arte, a literatura e o teatro contam histórias orais/foto Marcos Montelo)
Espaço Cénico, para nós a cenografia, é de Fátima Maio, José Leitão e José Lopes.
De uma riqueza de simples aplicada à plástica e elaborado à necessidade de compor e alterar cenas, em que nada perde o valor de signos e emblemas que ambientem as cenas de exercícios dramáticos. A temática varia para atração de olhares do pequeno público, mas não deixa de encantar adultos que nunca perderam a criança dentro de si.
(lúdico e cores e cenografia simples e plástica/foto Marcos Montelo)
As soluções de espaço cénico vão-se encorpando às narrativas e elementando todo o mapa que vira corpo de extensão das narrativas apresentadas. Figurinos e adereços, de Fátima Maio, estão na completa atenção plástico estética de aproximar linguagem direcional e dimensionar efeitos de luz e cor, que visibilizem emoções e sentimentos que o enredo suscita, a cada jogo dramático.
Leunam Ordep, do desenho de luz, afina focos que incendeiam as histórias e revigoram os tempos de luz e resistências recortadas às sombras de também contar o enredo.
Há um corpo (apoio ao movimento, de Renato Vieira e Ana Lígia) que fala e abre diálogo desenvolto para sinais de lúdico, alegria infantis, quando pedidos, e que também encanta quando conta de sóis e luas, memorial de construção social portuguesa, mulher, médico, cão, memórias afetivas infantis e narrativas orais, deste e de outros mundos do autor festejado na cena.
(memórias de infantes/foto Marcos Montelo)
A música, Alfredo Teixeira, se estabelece como linhas de costuras de tempos, marcas e cartografias invisíveis visibilizadas à prática dos intérpretes, em favor do mapa dramático.
As pinturas, de Agostinho Santos, uma guernica lúdica e com cargas à carta de alegria, cor, fantasia, fantástico de mitos e sonhos, universo gestado à memória de infantes e adultos.
(arte pictórica de Agostinho Santos/fotos Marcos Montelo)
Revela marca de Exposição ao início da peça e, recoberta por tecido do tempo à proteção do que virá, ou dialética de transferência do pictórico envelhecido ao dinâmico da vida que será apresentada a seguir. Ao final das contações de histórias, a peça de guernica lúdica retorna à Exposição, a quase imprimir, à assistência, a tatuagem em painel do enredo contado.
De +, o jogo de brinquedos de fingimento e imersão no universo infantil e ou adulto das personagens saramagoanas prospectadas.
(Flávio Hamilton, da personagem que conta Saramago/foto M. Montelo)
A alegria da cena e práxis centrada do exercício de fingimento do ator, Flávio Hamilton, e da atriz, Daniela Pêgo, que desafiam contar uns contos e imprimir a literatura de José, o Saramago, em "A maior flor e outras histórias segundo José", pelo mundo rico de sonhos, críticas, política de engajamento estético, plástico e social e nos permitir sentir, ainda, ou de novo, o aroma de "A maior flor do mundo".
(Daniela Pêgo, uma mulher da obra saramagoana/foto Marcos Montelo)
A montagem, são pequenas memórias e outras + de grandes alcance à cena aplicada ao ato persuasivo do público e que detém uma boa ideia e equipe engajada em contar, cantar loas ao artista autor português, e encantar plateias com resultados arraigados na força e energia atomizadas dos intérpretes, que em relaxado ato de encenar, brincam de felicidade, enquanto realizam uma das artes + antigas do mundo, a verdade de mentir e as mentiras da verdade cênicas.
"A maior flor e outras histórias segundo José", espetáculo visto no FestLuso, na noite do dia 28 de agosto, às 20h30, no palco do Theatro 4 de Setembro, montagem do Teatro Art'Imagem, de Porto, Portugal, deixa seus perfume contagiar e encontrar reverbero nas memórias afetivas de cada um(a) da recepção, ao rio do memorial das identidades universais.
Realiza teatro de crença,
na arte do ator/atriz e métodos e na dramaturgia aplicada, pelos arquitetos da cena, em que todo o conjunto elogia o autor português.
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