Você
conhece o Assis?
por maneco nascimento
Assis, compositor brasileiro a partir da década de 1930, foi um genial criador de sambas que invadiram a vida nacional, na voz das divas da música popular brasileira e de grandes vozeirões da era do rádio. Valente, sabia onde juntar a força da poesia musical para cifras do cotidiano de dores e alegrias na canção.
Como todo mulato da cor do pecado do lado de baixo da linha do equador forjou a própria história sócio-cultural e nunca tava prosa quando compunha, foi prova que o Brasil é país de grande celeiro de composição para música de identidade própria e característica jamais vista em qualquer lugar do mundo.
“‘Sou baiano, natural de Campo da Pólvora, em Salvador. Mas dependendo do meu humor, posso ser também de Patioba, ou Bom Jardim’, ou ainda em Senhor do Bonfim, como teria contado a um de seus biógrafos. Entretanto, há quem garanta que Assis Valente é de Santo Amaro da Purificação.” (Faustino, Oswaldo. Assis Valente – Um gênio de coração angustiado. São Paulo: IPSIS/Revista Afro B No. 4 Junho 2011)
Para o articulista, o estigma da infelicidade associada à pobreza teria marcado profundamente sua infância e teria sido um dos profundos temores em sua vida artística e que seria revelado numa das + famosas e executadas canções natalinas nacionais de todos os tempos.
A marchinha, intitulada "Boas Festas", povoou a memória de toda a gente brasileira e ainda está muito presente no período dos festejos de chegada do menino Jesus:
“Anoiteceu, o sino gemeu/E a gente ficou feliz a rezar/Papai Noel, vê se você tem/A felicidade pra você me dar/Eu pensei que todo mundo/Fosse filho de Papai Noel (...) Mas o meu Papai Noel não vem/Com certeza já morreu/Ou então felicidade/É brinquedo que não tem” (Boas Festas, 1932)
“(...) Valente desejava que fosse gravado por um dos expoentes da época, Francisco Alves ou Orlando Silva. Mas a gravadora RCA preferiu o jovem cantor Carlos Galhardo. O sucesso foi tamanho e foram tantas as prensagens de discos que Galhardo foi obrigado a voltar a estúdio, na década de 50, para gravar uma nova matriz, por causa do desgaste na primeira.” (Idem)
Grandes sucessos tornaram-se populares em vozes como a da pequena notável, Carmem Miranda (samba-choro Camisa Listrada - 1937), do “rei da voz” Francisco Alves e Aurora Miranda(popular junino Cai, Cai balão - 1933), do “cantor das multidões”, Orlando Silva (samba Alegria, composto em parceria com Durval Maia – 1938).
O sucesso do carnaval de 1938, composto em 1937, “Camisa Listrada”, memória do cancioneiro nacional que ainda hoje enfeita bailes. Carmem Miranda ajudou a catapultar esse “hit” expressivamente nacional e da cultura do carnaval e comunidade do samba em dias momescos.
“Vestiu uma camisa listrada e saiu por ai/Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu parati/Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão/E sorria quando povo dizia: Sossega, leão! Sossega, leão!”
Tantas outras peças também foram gravadas entre 1930 e 1950, como o maxixe satírico “Tem Francesa no Morro” e “Não sei pedir seu coração”, ambas de 1932. Também de 32 tem o samba “Pra onde irá o Brasil?”. Carmem Miranda gravou, para uma cornucópia de criações, pelo menos 24 de + de 150 composições, entre elas “Etc.”, “Good bye boy”, “O Mundo não se acabou” e “Recenseamento”.
Do artista, pérolas como “Fez Bobagem”, “Boneca de Pano”, “Um Coringa”, “Lamento” e “Brasil Pandeiro”, de 1940.
“Chegou a hora de essa gente bronzeada mostrar seu valor (...) Brasil, esquentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros que nós queremos sambar.” Esse José de Assis Valente, nasceu em 19 de março de 1911 e deixou essa terra brasis em 1958:
(foto colhida de Biografia de Assis Valente: letras.com.br)
“(...) assim como também não ligaram as pessoas que caminhavam pela Praia do Russel, minutos antes da 18 horas, ao avistar aquele homem de terno azul e blusa amarela, sentado num banco (...) olhando para o mar e ingerindo o conteúdo de uma garrafa de guaraná (...) ‘Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos e de tudo’. Assim se encerrava bilhete encontrado em seu bolso e endereçado ao também compositor Ary Barroso (...)” (Idem)
Assis Valente vale o peso da velha e boa canção brasileira.
por maneco nascimento
Assis, compositor brasileiro a partir da década de 1930, foi um genial criador de sambas que invadiram a vida nacional, na voz das divas da música popular brasileira e de grandes vozeirões da era do rádio. Valente, sabia onde juntar a força da poesia musical para cifras do cotidiano de dores e alegrias na canção.
Como todo mulato da cor do pecado do lado de baixo da linha do equador forjou a própria história sócio-cultural e nunca tava prosa quando compunha, foi prova que o Brasil é país de grande celeiro de composição para música de identidade própria e característica jamais vista em qualquer lugar do mundo.
“‘Sou baiano, natural de Campo da Pólvora, em Salvador. Mas dependendo do meu humor, posso ser também de Patioba, ou Bom Jardim’, ou ainda em Senhor do Bonfim, como teria contado a um de seus biógrafos. Entretanto, há quem garanta que Assis Valente é de Santo Amaro da Purificação.” (Faustino, Oswaldo. Assis Valente – Um gênio de coração angustiado. São Paulo: IPSIS/Revista Afro B No. 4 Junho 2011)
Para o articulista, o estigma da infelicidade associada à pobreza teria marcado profundamente sua infância e teria sido um dos profundos temores em sua vida artística e que seria revelado numa das + famosas e executadas canções natalinas nacionais de todos os tempos.
A marchinha, intitulada "Boas Festas", povoou a memória de toda a gente brasileira e ainda está muito presente no período dos festejos de chegada do menino Jesus:
“Anoiteceu, o sino gemeu/E a gente ficou feliz a rezar/Papai Noel, vê se você tem/A felicidade pra você me dar/Eu pensei que todo mundo/Fosse filho de Papai Noel (...) Mas o meu Papai Noel não vem/Com certeza já morreu/Ou então felicidade/É brinquedo que não tem” (Boas Festas, 1932)
“(...) Valente desejava que fosse gravado por um dos expoentes da época, Francisco Alves ou Orlando Silva. Mas a gravadora RCA preferiu o jovem cantor Carlos Galhardo. O sucesso foi tamanho e foram tantas as prensagens de discos que Galhardo foi obrigado a voltar a estúdio, na década de 50, para gravar uma nova matriz, por causa do desgaste na primeira.” (Idem)
Grandes sucessos tornaram-se populares em vozes como a da pequena notável, Carmem Miranda (samba-choro Camisa Listrada - 1937), do “rei da voz” Francisco Alves e Aurora Miranda(popular junino Cai, Cai balão - 1933), do “cantor das multidões”, Orlando Silva (samba Alegria, composto em parceria com Durval Maia – 1938).
O sucesso do carnaval de 1938, composto em 1937, “Camisa Listrada”, memória do cancioneiro nacional que ainda hoje enfeita bailes. Carmem Miranda ajudou a catapultar esse “hit” expressivamente nacional e da cultura do carnaval e comunidade do samba em dias momescos.
“Vestiu uma camisa listrada e saiu por ai/Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu parati/Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão/E sorria quando povo dizia: Sossega, leão! Sossega, leão!”
Tantas outras peças também foram gravadas entre 1930 e 1950, como o maxixe satírico “Tem Francesa no Morro” e “Não sei pedir seu coração”, ambas de 1932. Também de 32 tem o samba “Pra onde irá o Brasil?”. Carmem Miranda gravou, para uma cornucópia de criações, pelo menos 24 de + de 150 composições, entre elas “Etc.”, “Good bye boy”, “O Mundo não se acabou” e “Recenseamento”.
Do artista, pérolas como “Fez Bobagem”, “Boneca de Pano”, “Um Coringa”, “Lamento” e “Brasil Pandeiro”, de 1940.
“Chegou a hora de essa gente bronzeada mostrar seu valor (...) Brasil, esquentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros que nós queremos sambar.” Esse José de Assis Valente, nasceu em 19 de março de 1911 e deixou essa terra brasis em 1958:
(foto colhida de Biografia de Assis Valente: letras.com.br)
“(...) assim como também não ligaram as pessoas que caminhavam pela Praia do Russel, minutos antes da 18 horas, ao avistar aquele homem de terno azul e blusa amarela, sentado num banco (...) olhando para o mar e ingerindo o conteúdo de uma garrafa de guaraná (...) ‘Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos e de tudo’. Assim se encerrava bilhete encontrado em seu bolso e endereçado ao também compositor Ary Barroso (...)” (Idem)
Assis Valente vale o peso da velha e boa canção brasileira.
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