Hits
da Chapada
por maneco nascimento
Maio bateu as portas e junho já confronta novidades a dias de festas. Mas,
ainda em maio, não custa dizer que as segundas feira daquele mês agitaram as
noites do centro da cidade, Praça da Bandeira, Teatro de Arena. O 18º. Festival
da Chapada do Corisco, o nosso pop “Chapadão” cumpriu seu “mètier”.
Nos dias 7, 14, 21 e, finalmente, 28 de maio tivemos três eliminatórias e
a final, respectivamente, para separar os necessários joios do trigo, este por
vezes, de semente sendo eirada em lajedos, na aridez de espinhos e por fim em
terra musical de bom phd.
O evento manteve práxis que beira à maior idade, com histórico de boas safras
passadas, insistência e preservação no presente e perspectiva do futuro a obra
aberta. Talvez frutos melhores verão porque “amanhã será novo dia...”
As categorias estudante, instrumental e não estudante reverberaram entre
árvores, ruídos urbanos e à ressonância técnica da concha acústica do nosso
Arena, nascido lá pelos idos da década de 1960. Quem concorreu fez crédito à
própria sorte criativa e a valoração dá-se pelo que for considerado melhor
dentro de conceitos técnicos, estéticos, poéticos e musicais.
Os julgadores da final, Roraima, cantor, compositor e agitador pop art
music; José Quaresma, cantor, compositor, carro chefe da Banda Validuaté “(...)
e o pior é que ela é (...)”; Paulo Aquino, compositor, músico instrumentista e
criador de jingles; a cantora agitadora cultural Laurenice França e o diretor
de teatro e dramaturgo da cena local, Arimatan Martins. Equipe abalizada, só
não acredita quem não quer.
Não foi um ano de melhores (e)feitos musicais, salvo o instrumental em que o
músico parece + impregnado de acertar pela sonoridade experimental e factual de
tocar um instrumento apaixonante.
O concorrente estudante esteve + imberbe e o não estudante em franca aspiração
que inspire semente em terra boa. Nada que transpire derrota, só contextos para
pautas sonoras que impregnam pouca virtuose da melhor aldeia.
As composições de categoria estudantil para prêmio, neste ano: a 1ª. colocada,
“Sincero Adeus” – Pedro Igor e Rodrigo Magalhães; a 2ª. “A te esperar” –
Patrick Soares e em o terceiro prêmio “Infância Perdida” – Arthur Pereira.
Taiguara Bruno levou o seu Primeiro Lugar em concorrência livre, “Pra não falar
palavrão”. Os motivos da caixinha mágica e seus desdobramentos de linguagem e
influências mass media.
As composições decifradas que acompanharam o 1º. Lugar, categoria não
estudante, na classificação final, foram “Sedução” – Uhasley Silva (2º Lugar) e
“Segue Dread” – Laura África e Gilsão (3º. Lugar).
A esfinge traduzida ficou mesmo com os melhores no instrumental 2012. Valdir
Coiote soltou os lobos que foram devorando notas e cifras e vomitando sons de
tradição revisitada, levou o 1º. Lugar com “Kangaço”.
Os instrumentos pautados por Gleydyson Freire, um cheiro de flor desabrochada e
sabor de fruto maduro para matiz escarlate. Sua “Flor de Jambo”, virtuose e
poemas em todo tom levou o 2º. Lugar.
O 3º. Lugar instrumental foi de Garem Vilarinho que “Só queria dizer que...” e
disse-o bem. Toda essa gente que se engana e finge que ninguém nasceu para ser
superbacana, não sabe que a cidade já é muito instrumental e sabe sê-lo, para
instrumentos, composições e virtuoses musicais.
É bom também falar do dinheiro, estímulo e fomento a novos criadores e ao
diverso da criação. A premiação para o primeiro colocado da categoria Estudante
foi de R$ 1.500, R$ 800 para o segundo, e R$ 600 para o terceiro. Nas
categorias Não Estudante e Instrumental, o primeiro colocado recebe R$ 2.500, o
segundo, R$ 1.500, e o terceiro, R$ 1.000.
Quem tem voz vai à cena e os melhores intérpretes do 18º. Chapadão foram Wener
Mariz, concorrente da categoria estudante que levou R$ 300, e Letícia Câmara,
da categoria não estudante, com R$ 500.
Esses hits d’agora e novas empreitadas aguardam a cidade musical às futuras
edições do Festival da Chapada do Corisco. Com o objetivo de estimular e
valorizar os talentos musicais da Teresina, bem como promover intercâmbio entre
músicos que vieram primeiro e àqueles que assentam novas campanhas, assim e
assaz a cidade caminha +.
A Prefeitura de Teresina por meio da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor
Chaves cumpre sua obrigação sócio-educativa e de fomento que valoriza a cidade
musical. Parabéns Chapadão pelo seu (per) curso à maior idade.
Expediente:
Cercado de árvores e suas belas copas e raízes, o Teatro de
Arena está plantado no privilégio de parque ambiental. Suas arquibancadas de
arena sobre escadarias, um charme arquitetônico.
Falta só a acessibilidade, não há rampas de acesso a público cadeirante. Na
final Chapadão vimos um cadeirante escalando os degraus para
chegar e sair do evento.
O Arena precisa acompanhar as políticas públicas de inclusão.
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