Dança e unidade
por maneco nascimento
O Theatro 4 de Setembro recebeu
na noite do dia 18 de maio de 2012, a partir das 20 horas, o "I Festival da
Unidade" que reuniu as práxis de dança de Beth Bátalli Cia. de Dança e do
Projeto Infanto Juvenil pela Unidade, coordenado por Francisca Araújo, da
região do bairro Cristo Rei.
(arte I Festival da Unidade/ divulgação)
Da Beth Bátalli Cia. de Dança, o resultado demonstrado foi “Pixel”, numa amostragem de coreografias do contemporâneo variável à pesquisa ao urbano e o popular, dividido em três atos. A iniciativa do Projeto Infanto Juvenil pela Unidade partiu de exercício escolar iniciático de balé clássico e algum sinal em busca de popular.
Da Beth Bátalli Cia. de Dança, o resultado demonstrado foi “Pixel”, numa amostragem de coreografias do contemporâneo variável à pesquisa ao urbano e o popular, dividido em três atos. A iniciativa do Projeto Infanto Juvenil pela Unidade partiu de exercício escolar iniciático de balé clássico e algum sinal em busca de popular.
Do recorte da coreógrafa Beth
Bátalli a cidade já detém alguma experiência de ato demonstrado. Seu corpo de
baile tem uma vontade expressa em dançar e repercute as lições apresentadas em
estúdio. Coreografias que se delineiam pela pesquisa de gestos e movimento, inquietações
de vida e cotidiano, surtem o efeito da intenção de desenhos corporais.
A pesquisa para o popular consegue
uma graciosidade + natural e menos afobada que o “mètier” de contemporâneo
apresentado. Há a técnica nas duas propostas, talvez a liberdade no espelho da
pesquisa popular desengesse o simétrico movimento que parece redomado à linguística
do contemporâneo visto.
Mas sua defesa, em dança, aparece
no coletivo dos intérpretes que se encontram na cena e na vivência de seu
aprendizado. Há, no corpo de baile da Beth Bátalli Cia. de Dança, uma juventude
em busca de seu futuro e isso é o + positivo para as cênicas da cidade.
Os resultados do Projeto Infanto
Juvenil pela Unidade atraíram interesse e atenção dos pais e amigos das
imberbes bailarinas, treinadas pela professora Sandra Araújo. A sensação que se
tem, ao assistir as coreografias copiadas de temas apresentados em grande
escala na indústria da dança clássica, é de desespero e constrangimento.
A pedagogia de clássico repassada
em sala de aula nunca tem finalização no apresentado. Percebe-se nas crianças
um esforço cansado do exercício repetido em busca do acerto. Não há pedagogia
de entrada de cena, nem de saída. As aspirantes a bailarinas parecem nunca
saber se já é hora de sair, quando já foram jogadas na cena.
As falhas e dessincronias das
criancinhas, no desenredo do coletivo tornado público, criam uma comoção que
passa pelo risível, mas com respeito de entender a crença das infantes que
estão convencidas de que prontas para a cena. Se os erros fossem marcas,
estaria recriado um novo padrão à reinvenção da marca do clássico ao
assimétrico da criação.
Há uma vida pulsando, nas boas
intenções das estudantes da professora Sandra Araújo, em compor um movimento de
dança clássico. Ao público que observa, sem as paixões familiares ou orgulho
dos parentes das crianças, algum desconforto se instala. Não se sabe quem está
enganada, se as crianças ou a professora de balé clássico do Projeto Infanto
Juvenil pela Unidade.
Talvez houvesse uma necessidade
de fazer entender as coordenadoras/professoras desse Projeto, que urge que seja
contratado (a) um (a) profissional de balé clássico, um (a) criador(a)-coreógrafo(a)
para que se possa ver resultados melhor finalizados e público + satisfeito com
marcas da técnica ao balé clássico.
Para essa primeira versão de "I Festival
da Unidade" faltou uma sincronia de unidade de 100% para fechar o evento de
técnica, finalidade pública, estética e ato criativo.
O público pagante que concorreu
ao Theatro 4 de Setembro, àquela noite, merece maior respeito à confiança
depositada no espetáculo divulgado.
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