Fogos da bola
por maneco nascimento
David Luiz, Fred, Neymar, Júlio
César e + 8 craques, em campo durante 90 minutos, deram seu suor e alegria e
dividiram sua raça com o país de milhões de torcedores, enquanto emparedaram
bola a bola o time campeão espanhol e sua seleção de Europa hispânica.
O espetáculo em terra do futebol, no novo e milionário Maracanã, construído pela cornucópia do recurso público, foi show da noite. E o Estádio de Futebol “Mário Filho” que recebeu grande jogo, suntuosamente ganhou nova roupagem para recepcionar o show de negócios do futebol, neste junho 2013, à Copa das Confederações.
Essa Copa, já concluída, um “training” concentrado
ao maior encontro mundial de futebol, criado pelo francês Charles Rimet, a Copa
do Mundo. Na próxima ocasião, em 2014, daqui a um ano, este evento, novamente,
será sediado nesse Brasil de desigualdades, mas de festas populares inequívocas
e contagiantes.
Para anfitrionar os times e
seleções que disputaram a Copa das Confederações e também quem virá disputar a
taça Jules Rimet, o governo brasileiro fez sua fezinha, já ao conseguir trazer
para o país a Copa do Mundo, ano 14 do século 21, e Olimpíadas, ano 16 desse
mesmo século. E esse mesmo governo, continuado, reafinou sua fé no bom negócio
do futebol e deu-se às cartas para a reinvenção das arenas da bola, construídas
em grandes centros urbanos nacionais.
Assim os milhões e bilhões de
reais foram, ou ainda serão lançados em reforma e reconstrução das arenas brasileiras.
12 estádios ganham nova vida em Natal – RN (Arena das Dunas); Recife – PE
(Arena Pernambuco); Fortaleza - CE (Arena Castelão); Salvador - BA (Arena Fonte
Nova); Manaus – Amazonas (Arena Amazônia); Cuiabá – MT (Arena Pantanal); Belo
Horizonte – Minas Gerais (Arena Mineirão); Distrito Federal – Brasília (Estádio
Nacional Mané Garrincha); Curitiba – PR (Arena da Baixada); Porto Alegre – RS
(Arena Beira-Rio); São Paulo (Arena de São Paulo) e Rio de Janeiro – Rio de
Janeiro (Arena do Maracanã). Uma soma de dinheiro à indústria e fogos ardentes
do jogo de bolas e fichas trocadas no país do futebol.
Estádios nababescos e o bom negócio
empreiteiro e empresarial da cunha do recurso público que, se não aplicado
diretamente pelo imposto cidadão, mas facilitado pelas estratégias políticas de
reiterar o pão e circo a brasileiros, famintos, mas felizes pelo orgulhoso
espetáculo oferecido pela seleção de Felipão e Parreira. Técnicos estes pagos
pelos anunciantes e contratos milionários e rendas de certames com a nada
simples função de facilitar a melhor alegria a quem purga dificuldades todo
dia, mas que em 90 minutos de futebol de arte esquece qualquer agrura.
Brasil é tetra campeeeão das Copas
das Confederações, nesse 2013! Santo Júlio César, milagreiro David Luis e o
grande Fred e o quase mito Neymar, forçado pela mídia e surgido das massas
populares, entre outros colegas da arte de pernas e jogos inteligentes de
vencer, venceram. Grande desafio conquistado. Espanha riu antes e não ficou
devendo o título ao Brasil, por 3 X 0 (dois Fred e um Neymar), no Maracanã com
capacidade para + de 70 mil torcedores. + precisamente poderia receber 79 mil
torcedores em um grande dia de futebol.
(foto à história/divulgação)
Nesse jogão, Brasil versus Espanha, se o estádio não esteve em sua toda capacidade de lotação, em corpo presente e quente havia um coletivo extraordinário. E esse corpus empurrou o resultado do Brasil vencedor aos gritos, verde amarelo, de Olê!
Nesse jogão, Brasil versus Espanha, se o estádio não esteve em sua toda capacidade de lotação, em corpo presente e quente havia um coletivo extraordinário. E esse corpus empurrou o resultado do Brasil vencedor aos gritos, verde amarelo, de Olê!
(Brasil campeão Copa das Confederações/foto: Daniel Ramalho)
O Brasil, de estatísticas de mortes injustas nas Vilas e Favelas, nos sinais de trânsito, comércio e bancos; de uma grande maioria de miseráveis e outra parte à sombra dos cartões cidadãos e solidários; de milícias e polícias “serial killer”, esquadrã de mortes; de mensaleiros “justos” e afinados com as Casas legislativas nacionais; de desvio de conduta e impunidade festejadas; de projeto infame de cura da orientação sexual; de tropas de choque violentas e paus mandadas, com muita fidelidade, pelos senhores de mandatos de cargos eletivos de representação popular e de um mundão de irregularidades políticas, de polícia e de justiça, estará feliz.
O Brasil, de estatísticas de mortes injustas nas Vilas e Favelas, nos sinais de trânsito, comércio e bancos; de uma grande maioria de miseráveis e outra parte à sombra dos cartões cidadãos e solidários; de milícias e polícias “serial killer”, esquadrã de mortes; de mensaleiros “justos” e afinados com as Casas legislativas nacionais; de desvio de conduta e impunidade festejadas; de projeto infame de cura da orientação sexual; de tropas de choque violentas e paus mandadas, com muita fidelidade, pelos senhores de mandatos de cargos eletivos de representação popular e de um mundão de irregularidades políticas, de polícia e de justiça, estará feliz.
Esse país desvia o olhar dessas
“peças” contumazes, do seu comum dia a dia, para rir, cantar a felicidade e
entregar a alma e o coração à festa da vitória do futebol. Esporte este que, se
alguém disse, seria uma espécie de anestesia, momentânea, do brasileiro. A
alegria contagiante, em toda a sua extensão, está liberada à paz e harmonia da
festa. As gentes estão sujeitas à total sorte de extravasar o ser feliz. Esse
dia 30, só festa do futebol. O amanhã será outro dia.
O dia da ressaca, da toda a festa
consumada, será o primeiro do outro mês. E volta-se ao comum dos serviços ruins
de transporte coletivos e mobilidade urbana, de não saúde, de não educação.
Arrastões da tranquilidade alheia e de crimes de colarinhos branco em seu
diverso de matiz e da imposta convivência com a corrupção dos “divinos” do
mundinho brasileiro.
O Brasil retoma sua manifestação
das ruas e não deve dar trégua aos discursos apavorados do governo e seus
aliados, parceiros, companheiros, camaradas e mensageiros do Deus punidor e
restringidor de direitos universais e humanos. As ruas devem voltar com sua
força manifestada e quem não encontrar eco de verdade nesse ato político de
força coletiva, sem legendas viciadas, poderá ter os pés de barro quebrados.
Nesse dia 30 de junho, festa. No
amanhã, 1º. de julho, o país do futebol deve retomar a vida animada e surgida,
graças a Deus brasileiro, dessa letargia da qual despertou, em vistas do
entendimento de que povo tem poder sim.
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