25 de julho
por maneco nascimento
As sociedades definem seus próprios padrões de comportamento e, pelo
diverso das vezes, manipula as situações que melhor acomodem interesses. Assim
surgiram os processos inquisitórios, da igreja de São Pedro, de caça e queima às
“bruxas”, de perseguição aos defensores do heliocentrismo, do antropocentrismo,
da teoria da evolução, da liberdade da mulher que, na quebra do paradigma cultural religioso, tivesse
escolhido a não aceitação da fé, fosse judaica, cristã ou muçulmana e alhures, que
impunha a submissão do gênero feminino.
Por sorte é que as sociedades não sobrevivem, eternamente, sem que
sejam naturalmente reclamadas mudanças. Revoluções sociais acompanham seu próprio
contexto e mudam, a seu turno, a forma de pensar e agir dos sujeitos
componentes sociais.
(política e enfrentamento/fotos: divulgação)
Do avanço das cavernas ao +
atual perfil de liberdade sócio cultural, as civilizações deram pedal primeiro
ao homem, cabeça da cadeia de sexismo “iluminista” e, só depois, à mulher que vinha
abocanhando, pelas beiradas, a fatia do bolo do conhecimento e participação
ativa até conquistar a própria opinião e espaço de maior sobrevivência e cognição
em sua geografia do pensamento.
(coletivo enfrentador/fotos: divulgação)
Liberdade de expressão, do voto, sexual, da escolha do casamento,
do divórcio, do aborto, da orientação sexual, de queimar o sutiã, do uso da
minissaia e do biquine, de escolher a profissão e a cor da própria felicidade. Mas
se algumas sociedades puderam evoluir +, outras ainda engatinham na busca de
direitos humanos e naturais a qualquer ser humano.
Se há desníveis em sociedades ditas + evoluídas,
que dirá noutras inundadas na diversidade de problemas que passam por economias
pouco evoluídas, educação e saúde encolhidas. Com divisões desiguais de
direitos e bens à sobrevivência digna. Em mundos opressores parece
sempre existir a gradação de oprimidos que, às vezes, perpassa pelo gênero também.
(coletivo enfrentador/fotos: divulgação)
“Quando os homens são oprimidos é tragédia Quando as mulheres são oprimidas é tradição.” Lição traduzida pela pensadora Letty Cottin
Pogredin acerca das diferenças sociais criadas entre tratamento dado a homens e
mulheres nas sociedades forjadas. Os direitos humanos internacionais estabeleceram
o Dia Internacional da Mulher - 8 de março – para que nunca se esqueça do
incidente infame, data em que um grupo de operárias foram trancadas e sujeitas a
morrerem em incêndio numa fábrica de Nova Iorque.
Mas se boas conquistas fizeram
a diferença na proteção de direitos individuais e coletivos ao gênero feminino,
alguns continentes ainda mantinham postura diferenciada à mulher. A mulher
negra, envolta nesse roldão de prepotência de sociedades desiguais confirmada, também engrossou estatísticas que a deixava à margem social de vida digna, numa
radiografia de representação negativa no mundo latino americano e caribenho. Se
as sociedades não cedem muito, o direito internacional abre precedentes para
que as proteções sociais se estabeleçam.
(a força da mulher/fotos: divulgação)
“O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25
de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e
Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana. Estipulou-se que este
dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Desde
então, sociedade civil e governo têm atuado para consolidar e dar visibilidade
a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero e racial/étnica em
que vivem estas mulheres, explícita em muitas situações cotidianas.” (http://lproweb.procempa.com.br/acesso
25.07.2013 às 23h 50)
As conquistas coletivas só ganham força quando estabelecidas
estratégias de sobrevivência e equidade
de direitos reclamados que alcancem reais mudanças sociais e ampliem a educação
modificadora dos costumes e comportamentos na coletividade.
(signos e siglas de luta/fotos: divulgação)
“Em julho de 1992, mulheres negras de 70
países participaram do 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do
Caribe, em Santo Domingo, na República Dominicana. O último dia do evento, 25 de julho, foi marcado como
o "Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe", para celebrar
e refletir sobre o papel das mulheres negras nestes continentes. Mulheres que,
mesmo donas de trajetórias diferentes, em diferentes realidades, compartilham
batalhas pela própria sobrevivência, de suas famílias e de suas comunidades.
Nesta peleja dificultada pelo racismo, elas ainda enfrentam o sexismo presente
em inúmeras situações cotidianas e, a partir destas lutas, buscam transformar
as sociedades em que vivem. A
criatividade para driblar diferentes formas de opressão nos remete à memória as
guerreiras que, desde a escravidão, têm que recriar formas de resistência.” (http://www.coisasdesocorro.net/25.07.2013
às 23h55)
Estabelecer objetivos na comemoração de 25 de julho seria ampliar
e fortalecer as organizações de mulheres negras à constituição de estratégias que
insiram temáticas, discussões que efetivem ações de enfrentamento do racismo,
sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais
ainda muito presentes em nossos dias.
Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe é dia de se reiterar
em nosso cotidiano movimentação construtivista e facilitadora da visibilidade à
luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher
negra na apreensão natural e política de seu pertencimento sócio étnico.
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