Divinos!
por maneco nascimento
Entre abril e julho o céu dos
artistas ficou + rico e recheado de talentos inestimáveis. Em abril uma das
grandes damas do teatro brasileiro e telenovelas partiu para as estrelas. Em
julho um grande ator também alçou voo rumo ao imponderável. Foram reencontrar
amigos de cena, colegas de profissão e rememorar a árdua batalha da vida de
artista que o Brasil possibilita aos seus divinos.
Atriz da geração do teatro
brasileiro do TBC, da década de 40, a paulista Cleyde Yáconis não só registrou
seu nome no livro da dramaturgia nacional, como acumulou o privilégio de ser
irmã de uma das maiores intérpretes do teatro nacional.
“Cleyde
Becker Iaconis (nome artístico: Cleyde Yáconis ; Pirassununga, 14 de novembro de 1923 — São Paulo, 15 de abril de2013) 1 foi
uma atriz brasileira.
Iniciou
sua carreira no Teatro
Brasileiro de Comédia (TBC)
ao lado da irmã, a atriz Cacilda Becker. Tem um dos repertórios
teatrais mais variados e ilustres da dramaturgia nacional. Para Cleyde, sempre
foi normal a escalação para interpretar personagens de mais idade que a sua
própria, talvez devido à sua voz de contralto e suas feições graves.
Participou
ativamente em produções de teatro e televisão, mas em cinema atuou muito pouco
em mais de meio século de carreira. Seu último papel na TV foi a divertida Dona
Brígida Gouveia, na novela Passione, de Sílvio de Abreu, exibida pela Rede Globo. Dentre seus trabalhos na
televisão, destacam-se Mulheres de Areia, Os Inocentes, Gaivotas, Ninho da Serpente, Rainha da Sucata, Vamp e Torre de Babel.
Em 29 de
setembro de 2009, o antigo Teatro Cosipa Cultura passou a chamar-se Teatro
Cleyde Yáconis, em homenagem à atriz que protagonizou a primeira
peça montada na casa – O Caminho para Meca.” (www.wikipédia.com.br/acesso:
27.07.2013 às 22h 52)
A grande
maioria do povo brasileiro, sem acesso à cultura do teatro, só mantém contato
com grandes artistas da cena através da televisão, essa invenção que foi
responsável pelo maior celeiro de talentos migrados da radionovela e dos palcos
à caixinha mágica de ilusões e dramas. Cacilda Becker sofreu um AVC (06.05.1969),
durante a apresentação de “Esperando Godot”, de Samuel Becket. Atuava ao lado
do marido Walmor Chagas. Morreu em 14 de junho de 1969, aos 48 anos.
O destino
deu + tempo ao brasileiro para que pudesse conviver com o talento da irmã,
Cleyde Yáconis, através da tevê. Esta dedicou grandes momentos, ao telespectador,
com seu “timing” de atriz classuda em inflexões textuais degustadas. Um “feeling”
para digerir textos e personagens que irretocáveis.
Deixou à memória da teledramaturgia o deleite
de exemplos de construção da personagem entre vigorosos, diversos e carismáticos
para um bom apreciador de artista de teatro. Trazia para o estúdio frio o calor
do palco, adaptado ao “metier” híbrido da novela de tevê. Suas velhinhas, de últimas
incursões na telinha, entre graciosas e empertigadas, mantinham a lembrança
saudável com contemporâneas suas, no dedilhar do texto articulado, como Elza
Gomes, Norma Geraldy, Carmem Silva, Laura Cardoso, Eva Todor, entre outras
divinas.
(querida Cleyde Yáconis/divulgação)
"Morreu em 15 de abril de 2013 no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Onde se encontrava internada desde outubro de 2012. O corpo da atriz foi enterrado por volta das 17h30, da terça-feira dia 16 de abril de 2013 no Cemitério de Cajamar no município de Cajamar no estado de São Paulo.” (www.wikipédia.com.br/acesso: 27.07.2013 às 22h52)
Aos 89 anos num bonde chamado destino Cleyde partiu ao outro plano, foi brilhar no teatro da luz. Três meses depois, nesse julho, 15, foi a vez do paraibano Sebastião Vasconcelos, que iniciou carreia no teatro de Recife, deixar as terras dos comuns e migrar à imortalidade sideral.
"Morreu em 15 de abril de 2013 no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Onde se encontrava internada desde outubro de 2012. O corpo da atriz foi enterrado por volta das 17h30, da terça-feira dia 16 de abril de 2013 no Cemitério de Cajamar no município de Cajamar no estado de São Paulo.” (www.wikipédia.com.br/acesso: 27.07.2013 às 22h52)
Aos 89 anos num bonde chamado destino Cleyde partiu ao outro plano, foi brilhar no teatro da luz. Três meses depois, nesse julho, 15, foi a vez do paraibano Sebastião Vasconcelos, que iniciou carreia no teatro de Recife, deixar as terras dos comuns e migrar à imortalidade sideral.
“Sebastião Vasconcelos é natural da Paraíba, mas iniciou sua
carreira em teatro no Recife, sendo um dos principais fundadores do teatro
universitário da cidade. Em 1955 o ator se mudou para o Rio de Janeiro e em
alguns anos já se tornava um ator de teatro premiado pela Associação Brasileira
de Críticos Teatrais. Daí para a tv foi um pulo e ao lado de atores como Tônia
Carrero e Paulo Autran estreava em produções da extinta TV TUPI.
Também passou uma breve temporada na extinta TV RIO, onde fez o
papel de Luís Jerônimo naquela que seria a primeira versão da obra de Ribeiro
Couto para a tv, a novela CABOCLA. Anos mais tarde o ator viveria o sofrido
Felício na terceira versão da novela em 2003.” (possocontarcontigo.blogspot.com/2013/05/por
Daniel Pilotto 13 de maio de 2013)
Ator de construções fortes, tônus de muralhas de rudezas ou
gravidade composicional (Zé Esteves – Tieta do Agreste [1989], de Aguinaldo Silva,
baseado na obra de Jorge Amado ou Tio Abdul Rachid – O Clone [2001], de Glória
Perez) e delicadezas no deslizar das palavras ao sensibilizar as falas das
personagens, com acuidade amorosa de crédito da profissão e maturidade estética
cunhada no teatro e repercutida na tevê (João do Piano – Felicidade [1991/92],
de Manoel Carlos ou Floriano Araújo, pai das gêmeas Ruth e Raquel, em Mulheres
de Areia [1993], de Ivani Ribeiro.
(grande Sebastião Vasconcelos/divulgação)
Cenas antológicas de refinada interpretação davam sinais destacáveis do talento desse paraibano, ator fato. Cenas marcantes, a recordar, a de Zé Esteves, o personagem avarento e ganancioso pai de Tieta, quando descobre que o dinheiro que guardava por anos dentro do colchão já havia se desvalorizado, ou quando ele arrasta a filha pelos cabelos ao descobrir que ela “não é + de nada”. Numa das novelas de protagonistas Helenas, há também uma cena impagável.
Cenas antológicas de refinada interpretação davam sinais destacáveis do talento desse paraibano, ator fato. Cenas marcantes, a recordar, a de Zé Esteves, o personagem avarento e ganancioso pai de Tieta, quando descobre que o dinheiro que guardava por anos dentro do colchão já havia se desvalorizado, ou quando ele arrasta a filha pelos cabelos ao descobrir que ela “não é + de nada”. Numa das novelas de protagonistas Helenas, há também uma cena impagável.
Na novela FELICIDADE, de Manoel Carlos, baseada em contos do escritor
Aníbal Machado. Do conto adaptado à trama, O PIANO, Sebastião Vasconcelos é João
do piano “(...) um aposentado que vive com a família num pequeno apartamento,
sua filha está de casamento marcado (...) decidem que seu velho piano,
companheiro de anos de vida precisa desocupar o quarto onde está. O personagem
passa por uma verdadeira peregrinação que vai das tentativas frustradas de
venda do objeto até o final trágico, (...) como um verdadeiro Cristo, arrasta
nas costas o piano pelas ruas de Copacabana até o mar, morrendo afogado na
tentativa de afundá-lo nas ondas.” (possocontarcontigo.blogspot.com/2013/05/por
Daniel Pilotto 13 de maio de 2013)
Entre tantas, esta é uma personagem, construída por Vasconcelos,
que se tornou antológica no histórico de sua carreira. Sua interpretação é
comovente, de uma intensidade tão viva, que a ficção reinventada desfaz a linha
divisória entre o real e a realidade criativa.
Sua
passagem deixou saudades teatrais. “Morreu na noite desta
segunda-feira (15), aos 86 anos, o ator Sebastião
Vasconcelos, que estava internado no Hospital Israelita Albert
Sabin (HIAS), na Tijuca, no Rio de Janeiro com pneumonia, enfisema pulmonar e
Mal de Parkinson, doença da qual sofria desde 2002. De acordo com a assessoria
de imprensa do hospital, Sebastião faleceu às 20h10, vítima de um choque
séptico e de parada cardiorrespiratória.” (caras.uol.com.br/especial/tv/post/morre-o-ator-sebastiao-vasconcelos.../Publicado
em 16 de julho de 2013 às 11:30)
A memória
nacional nos povoa com grandes artistas e sua arte de encantar e fingir ao
convencimento do grande público. Assim como qualquer mortal
nascem, destinam sua escolha e depois desaparecem porque da natureza humana.
“Sebastião Vasconcelos Costa (Pocinhos, 21 de maio de 1927 — Rio de Janeiro, 15 de julho de 2013)
foi um ator brasileiro.
Morreu em
15 de julho de 2013, de parada
cardiorrespiratória1 ,
e seu corpo foi cremado dois dias depois, no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro em cerimônia restrita a familiares e
amigos.” (wwrw.wikipédia.com.br/acesso: 27.07.2013 às 22h56)
Cleyde Yáconis
e Sebastião Vasconcelos em seus tempos de Divinos doaram seu melhor à memória e história nacionais e são
parte confirmada da construção no teatro e teledramaturgia brasileiros.
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