sábado, 27 de julho de 2013

Divinos!

Divinos!
por maneco nascimento

Entre abril e julho o céu dos artistas ficou + rico e recheado de talentos inestimáveis. Em abril uma das grandes damas do teatro brasileiro e telenovelas partiu para as estrelas. Em julho um grande ator também alçou voo rumo ao imponderável. Foram reencontrar amigos de cena, colegas de profissão e rememorar a árdua batalha da vida de artista que o Brasil possibilita aos seus divinos.

Atriz da geração do teatro brasileiro do TBC, da década de 40, a paulista Cleyde Yáconis não só registrou seu nome no livro da dramaturgia nacional, como acumulou o privilégio de ser irmã de uma das maiores intérpretes do teatro nacional.
Cleyde Becker Iaconis (nome artístico: Cleyde Yáconis ; Pirassununga, 14 de novembro de 1923  — São Paulo, 15 de abril de2013) 1 foi uma atriz brasileira.
Iniciou sua carreira no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) ao lado da irmã, a atriz Cacilda Becker. Tem um dos repertórios teatrais mais variados e ilustres da dramaturgia nacional. Para Cleyde, sempre foi normal a escalação para interpretar personagens de mais idade que a sua própria, talvez devido à sua voz de contralto e suas feições graves.
Participou ativamente em produções de teatro e televisão, mas em cinema atuou muito pouco em mais de meio século de carreira. Seu último papel na TV foi a divertida Dona Brígida Gouveia, na novela Passione, de Sílvio de Abreu, exibida pela Rede Globo. Dentre seus trabalhos na televisão, destacam-se Mulheres de Areia, Os Inocentes, Gaivotas, Ninho da Serpente, Rainha da Sucata, Vamp e Torre de Babel.
Em 29 de setembro de 2009, o antigo Teatro Cosipa Cultura passou a chamar-se Teatro Cleyde Yáconis, em homenagem à atriz que protagonizou a primeira peça montada na casa – O Caminho para Meca.(www.wikipédia.com.br/acesso: 27.07.2013 às 22h 52)
A grande maioria do povo brasileiro, sem acesso à cultura do teatro, só mantém contato com grandes artistas da cena através da televisão, essa invenção que foi responsável pelo maior celeiro de talentos migrados da radionovela e dos palcos à caixinha mágica de ilusões e dramas. Cacilda Becker sofreu um AVC (06.05.1969), durante a apresentação de “Esperando Godot”, de Samuel Becket. Atuava ao lado do marido Walmor Chagas. Morreu em 14 de junho de 1969, aos 48 anos.
O destino deu + tempo ao brasileiro para que pudesse conviver com o talento da irmã, Cleyde Yáconis, através da tevê. Esta dedicou grandes momentos, ao telespectador, com seu “timing” de atriz classuda em inflexões textuais degustadas. Um “feeling” para digerir textos e personagens que irretocáveis.
Deixou à memória da teledramaturgia o deleite de exemplos de construção da personagem entre vigorosos, diversos e carismáticos para um bom apreciador de artista de teatro. Trazia para o estúdio frio o calor do palco, adaptado ao “metier” híbrido da novela de tevê. Suas velhinhas, de últimas incursões na telinha, entre graciosas e empertigadas, mantinham a lembrança saudável com contemporâneas suas, no dedilhar do texto articulado, como Elza Gomes, Norma Geraldy, Carmem Silva, Laura Cardoso, Eva Todor, entre outras divinas.
(querida Cleyde Yáconis/divulgação)

"Morreu em 15 de abril de 2013 no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Onde se encontrava internada desde outubro de 2012. O corpo da atriz foi enterrado por volta das 17h30, da terça-feira dia 16 de abril de 2013 no Cemitério de Cajamar no município de Cajamar no estado de São Paulo.” (www.wikipédia.com.br/acesso: 27.07.2013 às 22h52)

Aos 89 anos num bonde chamado destino Cleyde partiu ao outro plano, foi brilhar no teatro da luz. Três meses depois, nesse julho, 15, foi a vez do paraibano Sebastião Vasconcelos, que iniciou carreia no teatro de Recife, deixar as terras dos comuns e migrar à imortalidade sideral.
(Sebastião Vasconcelos/divulgação)

“Sebastião Vasconcelos é natural da Paraíba, mas iniciou sua carreira em teatro no Recife, sendo um dos principais fundadores do teatro universitário da cidade. Em 1955 o ator se mudou para o Rio de Janeiro e em alguns anos já se tornava um ator de teatro premiado pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais. Daí para a tv foi um pulo e ao lado de atores como Tônia Carrero e Paulo Autran estreava em produções da extinta TV TUPI.

Também passou uma breve temporada na extinta TV RIO, onde fez o papel de Luís Jerônimo naquela que seria a primeira versão da obra de Ribeiro Couto para a tv, a novela CABOCLA. Anos mais tarde o ator viveria o sofrido Felício na terceira versão da novela em 2003.” (possocontarcontigo.blogspot.com/2013/05/por Daniel Pilotto 13 de maio de 2013)

Ator de construções fortes, tônus de muralhas de rudezas ou gravidade composicional (Zé Esteves – Tieta do Agreste [1989], de Aguinaldo Silva, baseado na obra de Jorge Amado ou Tio Abdul Rachid – O Clone [2001], de Glória Perez) e delicadezas no deslizar das palavras ao sensibilizar as falas das personagens, com acuidade amorosa de crédito da profissão e maturidade estética cunhada no teatro e repercutida na tevê (João do Piano – Felicidade [1991/92], de Manoel Carlos ou Floriano Araújo, pai das gêmeas Ruth e Raquel, em Mulheres de Areia [1993], de Ivani Ribeiro.
(grande Sebastião Vasconcelos/divulgação) 

Cenas antológicas de refinada interpretação davam sinais destacáveis do talento desse paraibano, ator fato. Cenas marcantes, a recordar, a de Zé Esteves, o personagem avarento e ganancioso pai de Tieta, quando descobre que o dinheiro que guardava por anos dentro do colchão já havia se desvalorizado, ou quando ele arrasta a filha pelos cabelos ao descobrir que ela “não é + de nada”. Numa das novelas de protagonistas Helenas, há também uma cena impagável.

Na novela FELICIDADE, de Manoel Carlos, baseada em contos do escritor Aníbal Machado. Do conto adaptado à trama, O PIANO, Sebastião Vasconcelos é João do piano “(...) um aposentado que vive com a família num pequeno apartamento, sua filha está de casamento marcado (...) decidem que seu velho piano, companheiro de anos de vida precisa desocupar o quarto onde está. O personagem passa por uma verdadeira peregrinação que vai das tentativas frustradas de venda do objeto até o final trágico, (...) como um verdadeiro Cristo, arrasta nas costas o piano pelas ruas de Copacabana até o mar, morrendo afogado na tentativa de afundá-lo nas ondas.” (possocontarcontigo.blogspot.com/2013/05/por Daniel Pilotto 13 de maio de 2013)

Entre tantas, esta é uma personagem, construída por Vasconcelos, que se tornou antológica no histórico de sua carreira. Sua interpretação é comovente, de uma intensidade tão viva, que a ficção reinventada desfaz a linha divisória entre o real e a realidade criativa.

Sua passagem deixou saudades teatrais. Morreu na noite desta segunda-feira (15), aos 86 anos, o ator Sebastião Vasconcelos, que estava internado no Hospital Israelita Albert Sabin (HIAS), na Tijuca, no Rio de Janeiro com pneumonia, enfisema pulmonar e Mal de Parkinson, doença da qual sofria desde 2002. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, Sebastião faleceu às 20h10, vítima de um choque séptico e de parada cardiorrespiratória.(caras.uol.com.br/especial/tv/post/morre-o-ator-sebastiao-vasconcelos.../Publicado em 16 de julho de 2013 às 11:30)

 A memória nacional nos povoa com grandes artistas e sua arte de encantar e fingir ao convencimento do grande público. Assim como qualquer mortal nascem, destinam sua escolha e depois desaparecem porque da natureza humana.

 “Sebastião Vasconcelos Costa (Pocinhos, 21 de maio de 1927  — Rio de Janeiro, 15 de julho de 2013) foi um ator brasileiro.
Morreu em 15 de julho de 2013, de parada cardiorrespiratória1 , e seu corpo foi cremado dois dias depois, no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro em cerimônia restrita a familiares e amigos.(wwrw.wikipédia.com.br/acesso: 27.07.2013 às 22h56)
Cleyde Yáconis e Sebastião Vasconcelos em seus tempos de Divinos doaram  seu melhor à memória e história nacionais e são parte confirmada da construção no teatro e teledramaturgia  brasileiros.                                                                                     



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