por maneco nascimento
A despeito do que possam dizer os (in)cautos de plantão, a cidade verseja cultura, sim senhor! A sua cultura de resistência, de preservação, de insistência, de recuperação, da quebra do paradigma do já teve, da renovação dos velhos costumes e também da afirmação de que “o novo nasce da conformidade do velho”, como disse o poeta. Então bolas pra quem te quero, vive-se bem. De vez em quando pintam o carnaval, ou pelo menos a carnavalização das óperas do real para a realidade necessária. Vidas que servem e que sirvam-se de cultura.
Logo, viva-se o dia. Carpe diem! Para latinos e herdeiros da ibéria festejada. A semana de 2 a 9 de junho, este, ganha + um Salão do Livro do Piauí. O SALIPI já é da praça e é do povo e do condor também, para não esquecer a poesia e o poeta. Do livro, das leituras, dos leitores e da curiosidade estimulada à multiplicação das recepções de obras e autores impressos e expressos a novos orientes e ocidentes desejados. 11 anos de quebra de barreiras, de confronto com as adversidades para realizar o pulo do guapo.
(abertura do SALIPI 2013 e convidados/imagem: www.salipi.com.br)
11º. SALIPI na Praça Pedro II e Theatro 4 de Setembro. Língua viva, bate-papos, lançamentos de livros, encontros e encantos, shows e música, trocas de negócios de cultura e literatura cunhada, mercados e futuros lançados à ágora. E, é claro, não há feitos sem os efeitos de ações de quem adona-se de projetos para que a cidade se adone da arte e cultura de que a terra não pode prescindir, porque o homem(genérico) é da própria natureza do fazer cultural que a antropologia aponta como recorte científico, de continuidade e preservação da própria espécie em memória e história continuadas.
(abertura do SALIPI 2013/imagem: www.salipi.com.br)
Cinéas, Romero, Welington, Jasmine, Salgado et all, e + toda uma corrente que conspira para que essa energia atomizada não descumpra os ritos de passagem na água do mesmo rio, em novas águas dos velhos córregos, para lembrar Heráclito. Teresina participa, se orgulha, interage às proporções de seu próprio consumo cultural e, em devidas intervenções provocadas, não fica a dever a qualquer Salão que ora ganhe identidade em qualquer centro urbano brasileiro, ou alhures.
É fruto da terra, a cajuína das letras, é sabor para jenipapos absolutos e chouriços de primeiras interferências culturais. O doce correndo em veias para azuis, vermelhos, amarelos, negros e brancos de cepas inseparáveis das raizes primitivas nacionais. A cultura brasis aqui se mistura e combina o diverso das reações, das químicas sócioculturais que também se estabelecem e se (pro)criam na terra entre potis e parnaíbas lavada.
Sorver, sentir, (re)ver, reler, reter, causar impactos e orgulho de ser fruto, ou personagem do canteiro de obras plantado a novas leiras do SALIPI agricultado para décadas e, quiçá, séculos de reprodução, porque o mundo criado em seis ou sete dias foi se oxigenando com as respostas do tempo. Tempo é o que não nos falta, é moto-contínuo das experiências e insistência da humanidade em ser semente e planta e também polinizador de outros frutos da terra.
Nessa semana, de 2 a 9 de junho de 2013, a cidade é dos livros, da língua, da linguagem, das linguísticas expandidas através das falas, da oralidade, do sóciolinguismo premeditado, ou não. I love you, SALIPI. Je taime. Ich liebe dich. Ti amo… Eu te amo, pois obra de causas e efeitos cascata, para não perder a poesia licenciada, das letras, frases, orações e períodos composicionais às identidades e pertencimentos sociais.
(público do SALIPI 2013/imagem: www.salipi.com.br)
Para Salgados, Vínicius, Paulos e toda a letra brasis reunida, um gosto bom do pão de queijo do Cornélio, da maria isabel quentinha, com “pegado”, e um gole agridoce da cajuína bem gelada, salve a lua do SALIPI a nos encantar.
Esse SALIPI, caso não existisse, teria que ser inventado ontem. Agora ágora é!
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