Leituras do mundo
por maneco nascimento
Para leituras e leitores, o mundo está cheio de oportunidades e
recepções distintas, estejam estas dentro ou fora do círculo de interpretações
individuais, ou ciclo de compreensão coletiva. Ler desvenda segredos guardados
na caixinha do signo lido e desempenha prazer de espiar conhecimento
linguístico ao alcance dos olhos e da semântica de aproximação arbitrada pelo
poder de desvendar grupos de sintagmas, morfemas, fonemas, sememas e a mágica e
científica reinvenção do saber. Mas o assunto não é teoria linguística, é
leitura. É bom saber.
Adriano Abreu, ator, diretor de teatro e cientista das buscas e
pesquisas cênicas na cidade, por hora assume novo projeto de proposição de
leituras dramáticas e incentivo à leitura do mundo, seja para ouvintes
espectadores, ou atores que melhorem a própria leitura para textos e atos de
cena. O Ciclo de Leituras Dramáticas acontece de 45 a 45 dias de distância, de
uma edição a outra. Na ordem de autores contemplados, um nacional, um
internacional e um local. Seria uma homenagem a dramaturgos e, especialmente,
autores dramáticos ou seus textos menos conhecidos.
Segunda Adriano, teria observado que alguns colegas de cena
desenvolveriam mal a leitura, propriamente. A partir da observação dessas
dificuldades de colegas, nas leituras de textos, resolveu em conversas internas,
com seu núcleo de laboratório cênico, partir para os ciclos de leituras. Nada
melhor do que começar pelo começo, com leituras. A gênesis da ideia, já que se
conhecia poucos textos dramáticos e alguma dificuldade de leitura,
seria então praticar leituras dramáticas. Um bom projeto a ser praticado.
A metodologia, escolhas dos dramaturgos, na ordem de um nacional, um
estrangeiro e um piauiense; partir para os textos menos conhecidos e
oportunizar que audientes se apropriem das falas dramáticas e polifonias
sociais incutidas na dramaturgia de autor.
E, com a prática das leituras, fidelizar o artista escolhido no tempo de
seu texto. Também envolver outros atores e atrizes da cidade que não só o(a)s
da Cia. Piauhy Estúdio de Artes. Seria um trabalho de curta duração de preparação, três ensaios
e a apresentação.
Função do projeto, trocar ideias com outros artistas e cidade. Não é uma
ação de formação de atores, não tem elenco fixo, é itinerante. Não tem espaço
físico específico de apresentação. É levado onde se julgue o adequado à ocasião
e ou solicitado à apresentação da leitura. Ir aonde o ouvinte/audiente estiver.
Entre as características das leituras, caracterizar os atores às personagens da
apresentação ensaiada e, naturalmente, sem desconcentrar o texto e sua função
dramática própria.
Oportunizar novos leitores. Interagir na cidade a prática de leituras e
se divertir fazendo teatro de apreensão de dramaturgias literárias é o que
propõe a Piauhy Estúdio de Artes no Ciclo de Leituras Dramáticas para esse 2013. O primeiro autor trabalhado, Ariano Suassuna. O texto escolhido,
para fugir de suas obras + populares, foi o “Casamento Suspeitoso”.
(I Ciclo de Leituras Dramáticas - à obra de Ariano Suassuna/fotos: acervo Silmara Silva)
Na noite dia 18 de junho de 2013, a partir das 20h, no Bar do Clube dos Diários, foi a vez de reapresentar a leitura para autor estrangeiro. Eugene Ionesco, foi o escolhido. A obra, “A cantora careca”, seu primeiro texto escrito, datado de 1949. A primeira leitura de “A cantora careca”, realizada pela Piauhy Estúdio de Artes, deu-se na Escola Técnica de Teatro “Gomes Campos”. Convidada para apresentar-se no Projeto “Eu, você e o teatro da minha vida”, vide João Vasconcelos, a obra fez-se vida + uma vez.
Na noite dia 18 de junho de 2013, a partir das 20h, no Bar do Clube dos Diários, foi a vez de reapresentar a leitura para autor estrangeiro. Eugene Ionesco, foi o escolhido. A obra, “A cantora careca”, seu primeiro texto escrito, datado de 1949. A primeira leitura de “A cantora careca”, realizada pela Piauhy Estúdio de Artes, deu-se na Escola Técnica de Teatro “Gomes Campos”. Convidada para apresentar-se no Projeto “Eu, você e o teatro da minha vida”, vide João Vasconcelos, a obra fez-se vida + uma vez.
Para a performance, concretizada por Adriano Abreu, viu-se no elenco os
leitores dramáticos Silmara Silva (Sra. Smith); Carlos Aguiar (Sr. Smith);
David Martins (Sr. Martins). Deborah Radassi (Sra. Martins), Jesus Viana (o
bombeiro) e Érica Smith (a empregada Mary), os atores convidados, da vez, ao
projeto. Há uma ótima afinação de elenco para texto e de concentrada atuação à construção das personagens aptas à mágica do teatro. Diversão
garantida para a crítica reflexiva e de ironias delicadas traduzidas à leitura
do mundo idealizada pelo autor de teatro do absurdo.
Nos serviços técnicos, a direção das leituras fica a cargo Adriano Abreu;
Silmara Silva faz as vezes de preparação corporal e jogos dramáticos e Jesus
Viana se responsabilizou pela preparação vocal dos leitores intérpretes. E, como
em projetos ao punho da coragem e disposição a boas empreitadas, sempre precisarão
da ajuda de amigos e apoiadores, não custa citar a empresa Figurino e
Fantasias que, no endereço da avenida
Campos Sales (norte), aluga, customiza, cria, corta e costura roupas e adereços
cênicos. Essa empresa é apoiadora do Ciclo de Leituras Dramáticas, da Piauhy
Estúdio de Artes.
(I Ciclo de Leituras Dramáticas - à obra de Ariano Suassuna/fotos: acervo Silmara Silva)
Em seis horas de ensaio, duas para cada jornada de leituras/ensaio e a apresentação necessária e concretizadora do exercício, está realizado o projeto da vez. Para a próxima edição, o autor piauiense escolhido será Aci Campelo e a peça “Nas pegadas do meu Bumba”, texto que prospecta fantasia e mitos ao infanto juvenil dramatizados.
Em seis horas de ensaio, duas para cada jornada de leituras/ensaio e a apresentação necessária e concretizadora do exercício, está realizado o projeto da vez. Para a próxima edição, o autor piauiense escolhido será Aci Campelo e a peça “Nas pegadas do meu Bumba”, texto que prospecta fantasia e mitos ao infanto juvenil dramatizados.
Adriano Abreu e associados estão na pista certa. Leituras do mundo e atos de política de
apropriação cênica, através da literatura teatral. Sábia iniciativa da Piauhy
Estúdio de Artes. A cidade agradece e aplaude esse ato para dramas e comédias
nacionais e estrangeiras interagidas.
Maneco há muito coloco quase como um jargão duas coisas que considero fundamental para o Teatro Brasileiro de Expressão Piauiense:
ResponderExcluir1- A necessidade imperiosa do estudo para melhoria da qualidade da nossas intervenções artísticas.
2- A falta que a boa crítica faz.
Você meu irmão cumpre sua parte como estudioso e crítico. Obrigado. Adriano Abreu.
estamos juntos nessa empreitada. o teatro piauiense agradece.
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