quinta-feira, 6 de junho de 2013

Cenas curtas, curtam.


Curtas cenas, curtam.
por maneco nascimento

Como montar um espetáculo contemporâneo, segundo o professor Cordeiro”. Perguntas e respostas feitas e respondidas in loco. Numa performance de metalinguagem, o metateatro vai se estabelecendo e criando estímulos respostas, numa ação cênica forjada por Avelar Amorim, enquanto brinca encima daquilo.

O exercício teatral deu-se no último dia 4 de junho de 2013, a partir das 20h30, no Bar do Clube dos Diários. A interferência deu-se dentro do projeto “Eu, Você e o Teatro da Minha Vida”, idealizado por João Vasconcelos.

Esse projeto que atrai artistas, das cênicas, para espaços alternativos e às condições que melhor se adeque a ação, propriamente, ocorre às terças feira e propõe teatro e dança em espetáculos, "sketchs", performances, liberdades cênicas.

Nesse dia 4 de junho, Avelar Amorim demonstra, em seu ato, fulgor corajoso, se apropria de discurso que se bifurca entre seu eu criador de teatro e um de seus vieses de alter ego, dessa monta o professor Cordeiro (personagem crítico venal, observador e língua ardente para nem sempre perdoar “falhas” artísticas).

Como montar um espetáculo contemporâneo, segundo o professor Cordeiro” não é só divertido, atraente e bom de riso. A ator criador despe-se das idiossincrasias particulares e, numa aula de dinâmica acelerada, parte para o mote de desconstrução do construído ato contemporâneo, atribuído a nova ordem cênica local, recortada das velhas experiências(as indispensáveis verves diacrônicas para temporalidades da dança tradicional).

A personagem distanciada, montada por Amorim, se atualiza enquanto tecnologia e, simultaneamente, possibilita que o público não só recepcione o enredo para palco improvisado, como também recorre a pano de fundo exibível da ação, em telão, a partir da projeção da câmera do “notebook”.

(Avelar Amorim/imagem: sonico.com.br)
Linguagens se misturam, se completam. Há o contador de histórias, a representação enredada e a redundância ativada, através do receptáculo fluxo informacional de suportes comunicativos. Delibera um bom riso.

O criativo exercício teatral de Avelar recebeu o Prêmio de 3º. Lugar no Festival de Cenas Curtas, durante a virada cultural realizada pela OPEQ, no último maio. O ator criador, às vezes do intérprete criador da partitura da nova dança, ritualiza e demonstra a montagem de um espetáculo contemporâneo, discriminando em pedagogia de ensino aprendizagem os passos de êxito do trabalho para entendedores, ou voadores do que nem precisa ser explicado.

A contrarregra, para finalizações do exercício didático, segundo o professor Cordeiro, seriam uma máscara, um rolo de fita gomada, uma saia, um microfone sempre disposto no pedestal, um banquinho para que o intérprete criador gire em torno e, fundamentalmente, a personagem intérprete criadora deve estar, ficar nua para desempenhar o efeito desejado no discurso novo dança.
A cada passo, do exercício, os solos das rubricas explicativas que justificam cada ação implementada são vomitadas pelo ator criador. Confronto, provocação sem esperar, necessariamente, segundo Cordeiro, intervenção contundente do público e expectativas do intérprete criador de que esse mesmo público possa “aceitar” os novos conceitos espiados.
Como montar um espetáculo contemporâneo, segundo o professor Cordeiro” cumpre seu papel de crítica reflexiva, de apostar em que cada público tenha o espetáculo que mereça e de manter postura do ator criador em rejeitar, esmiuçar, declarar ação política de discutir a arte e o fazer artístico que pululam na cidade e dar a cara a tapas e, beijos, a partir de brinquedos no canteiro de minhocas (filhinhas de cobras velhas) que picam e esperam a queda, depois do bote de caso pensado.

Avelar Amorim se diverte, enquanto prende a atenção da audiência. Ponto. Brinca de teatro e repercute ação cênica. Dois Pontos. E passa o discurso de que projeto artístico, mesmo neutralizado das velhas intenções, tem que fazer sentido, para simetrias e assimetrias de efeito de cognição ao coletivo. Três pontos. Mereceu o 3º. Lugar no Festival de Cenas Curtas.

Bingo!


Nenhum comentário:

Postar um comentário