Sua Incelença Shakespeariana
por maneco nascimento
Um furacão de cor, fantasia, arte e cultura reinventada da cepa shakespeariana para olhar de Gabriel Villela e do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, de Natal, no Rio Grande do Norte, invade Teresina. Esse teatro potiguar que amealha a cultura das cidades de Natal, terra praiana, e Acari na geografia do sertão de Seridó e transversaliza com o teatro de Gabriel Villela armou seus carroções de emblemas da cena de rua para horas na cidade.
por maneco nascimento
Um furacão de cor, fantasia, arte e cultura reinventada da cepa shakespeariana para olhar de Gabriel Villela e do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, de Natal, no Rio Grande do Norte, invade Teresina. Esse teatro potiguar que amealha a cultura das cidades de Natal, terra praiana, e Acari na geografia do sertão de Seridó e transversaliza com o teatro de Gabriel Villela armou seus carroções de emblemas da cena de rua para horas na cidade.
(Sua Incelença, Ricardo III/ foto: Pablo Pinheiro)
Para o Grupo, o encontro com Gabriel teria sido “um grande exercício de exploração da diversidade, dos extremos, de universos tão distantes e, ao mesmo tempo, tão próximos: o interior mineiro e o sertão potiguar, o teatro paulistano e o nordestino, gerando fricções e poesia.” (Imagina!/ material de divulgação de Sua Incelença, Ricardo III)
Ninguém sai impune a Villela após envolver-se na estética e na dramaturgia plástica de visual barroco de apropriação à contextos reinventados e fingimentos reelaborados ao riso, à felicidade e à cena da renovação inteligente. O vigor de direção, cenografia e figurinos villelianos ganharam os palcos brasileiros e imprimiram sua marca na cena nacional.
Projeto de + de dois anos de maturação vingou flecha certeira de Téspis e, na esteira de Gabriel Villela e Clowns de Shakespeare, rendeu “Sua Incelença, Ricardo III”, em plena convivência estética e dramatúrgica com a obra original Ricardo III, de William Shakespeare, para a linguagem popular do picadeiro, do palhaço de rua em dialogismo com o cerne do dramaturgo inglês.
O divertido encontro dos universos dramáticos do inglês, do mineiro e dos potiguares, da fábula medieval inglesa às vistas de namoros rendidos entre artistas nacionais e arte preservada a encontros realizados em Natal, São Paulo e Carmo do Rio Claro (MG) que culminaram na montagem que “ganha a rua através do universo lúdico do picadeiro do circo, dos palhaços mambembes, das carroças ciganas, criando um diálogo entre o sertão e a Inglaterra elisabetana.” (Apresentação/material de divulgação de Sua Incelença, Ricardo III)
Ricardo III abriu cena à memória da dramaturgia universal, pela primeira vez montada, entre 1592 e 1593 e o sucesso não poderia ser diferente do que se seguiu às diversas montagens e leituras ao palco e cinema. Ricardo III enreda o final da Guerra das Rosas, conflito de sucessão ao trono da Inglaterra, ocorrido entre os anos de 1455 e 1485 em que Eduardo IV, yorkista, é o rei.
Ricardo, seu irmão e Duque de Gloucester, planeja usurpar o trono inglês e, em sua estratégia de “guerra” silenciosa, provoca intrigas, mata aliados, amigos e parentes e falta com a própria palavra.
“No quesito vilão shakespeariano mais bem acabado e mais fascinante, Ricardo rivaliza com Iago, o vingativo personagem de Otelo (...) o encontro do grupo potiguar Clowns de Shakespeare com encenador mineiro Gabriel Villela, a fábula britânica (e universal) ganha a rua e entra em fricção com o universo picadeiresco da cultura popular nordestina, além de referências do rock inglês contemporâneo, fechando o elo entre Nordeste do Brasil e Inglaterra Elisabetana.” (Sinopse/ material de divulgação de Sua Incelença, Ricardo III)
O Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, “(...) um dos expoentes do teatro nordestino contemporâneo, (...) vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa teatral com foco na construção da presença cênica do ator, musicalidade da cena e do corpo, e no teatro popular, sempre numa perspectiva colaborativa (...)
O Grupo estreia em 1993 com Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare. Em 1994, monta Noite de Reis e, três anos depois, cria o espetáculo Megera DoNada, adaptação de A Megera Domada, dirigido por Sávio Araújo. Em 1998, cria sua segunda versão de Sonho de Uma Noite de Verão, chamada de Sonho de uma Noite Só (...)” (O Grupo/material de divulgação de Sua Incelença, Ricardo III)
Ninguém, melhor, parece conhecer o universo shakespeariano em terras potiguares, a ver o repertório laborado desde a estréia na cena, nos idos de 1993.
A encenação, que circula o Brasil, passa por Teresina, neste final de semana em única apresentação, dia 17 de junho de 2012, às 19 horas, no quintal do Teatro Municipal João Paulo II.
Essa única apresentação é de Entrada + do que Franca, pois teatro a toda monta refinada.
Quem realmente aprecia um bom teatro, não pode perder essa agenda, do domingo, e conviver com Ricardo III, de Shakespeare e Sua Incelença, Ricardo III, de Gabriel Villela e do Clowns de Shakespeare.
Expediente:
Dia: 17 de junho (domingo)
Horário: às 19 horas
Local: Quintal do TMJPII
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