quarta-feira, 20 de junho de 2012

Arraiá São João Paulo II


Arraiá São João Paulo II
por maneco nascimento




 (arte: Jairo Moura/foto: Roger Arruda)

Os dias juninos também invadiram as horas do Teatro Municipal João Paulo II e, nesse último dia 19 de junho, os festejos, com as bênçãos de Santo Antonio, São João, São Pedro e João Paulo II, ocorreram na Praça Aberta do Teatro, a partir das 18 horas. Foi um Arraiá pra lá de satisfatório.

O público, em peso, de jovens, crianças, adultos, idosos, casais, bebês de colo à caráter na onda da festa caipira e os que chegam pra ficar e aqueles vem pra demorar. Bandeirolas, barraca de comidas típicas e  “bilera” e pote com guardanapo na boca. Uma memória cultural popular agradável na ornamentação à luz de candeeiro cênico.

 A melhor parte esteve por vir, as apresentações culturais. Os festejos do IV Arraiá São João Paulo II foram abertos com a apresentação do Grupo, convidado, Art Dança, coordenado por Francisco Moreno.

A agremiação da dança desenvolve um trabalho das cênicas à língua e falas do corpo, há, pelo menos, uma década. As crianças que começaram com Moreno, hoje são jovens bailarinos em talento à toda prova. A coreografiaNa Rosca da Venta”, de Francisco Moreno e Juliana Márcia, uma sensível e bem desenhada performance, em homenagem a cultura popular e cancioneiro do nordeste rico de arte.

A segunda atração da noite foi a Quadrilha Alfabetização do Corpo, grupo da melhor idade, facilitado pela instrutora Vanice Oliveira e mantido, no Teatro, pela Prefeitura de Teresina, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves. Grupo este que soma +, no elenco das Oficinas de Arte do João Paulo II.

Numa energia contagiante, as brincantes juninas deram seu melhor show porque anfitrionavam o público atento e interativo. O grupo que mantém uma agitada agenda de apresentações, fechadas, até dia 06 de julho, não está prosa e brinca porque reconhece o caminho à felicidade.

A Bátalli Cia. Dança, grupo convidado e sob a coordenação de Beth Bátalli, apresentou, em seguida, a coreografiaPalavreado, Linguajar, Gíria Popular”. A coreógrafa B. Bátalli já desenvolve um resultado bastante concentrado com crianças e adolescentes e sempre sob o viés do contemporâneo à pesquisa popular. Nunca decepciona, sempre uma boa novidade de ver e sentir em corpos transpirando juventude concentrada à dança.

Outra convidada especial da noite foi a Escola de Danças Populares Nação Tremembé, projeto de pesquisa e reinvenção da cultura popular sob o viés do contemporâneo e técnicas livres experimentadas. Essa Escola tem sede laboral no Teatro do Boi, no bairro Matadouro. O trabalho apresentado teve coreografia de Kleo de Santis, um dos instrutores daquele laboratório de pesquisa e arte dinamizadas.

Ainda havia para surpresa do público, a Quadrilha da Capoterapia, projeto acompanhado pelo instrutor capoeirista Márcio Célio, do Grupo de Capoeira Cordão de Ouro.


 Esse exercício, de melhor reconhecimento do corpo vivo, que o instrutor Márcio Célio realiza a um público da melhor idade tem apresentado resultados surpreendentes, visto o da Quadrilha animada que se apresentou na Praça Aberta do Teatro João Paulo II. A alegria junina ampliou-se a todos que estiveram conferindo tradição e cultura mantidas à guisa da memória social de festejos.

Para fechar as horas em festa do IV Arraiá São João Paulo II, a Bátalli Cia. Dança voltou ao palco aberto e brindou a assistência, com a coreografia de sua construção, “Coco na beira do Mar”. Corpos eletrizados em maneirismos e sinuosidades ao bom humor, tipicamente da cultura de nação brasileira que bem sabemos traduzir. O brilho, dos convidados, valorizou, com toda qualidade, os festejos do João Paulo II.

Crianças entrando na roda da alegria, pousando para fotos entre os brincantes, atentas e curiosas às cores da arte e cultura que aqui, bem + perto das gentes, é produto de todo esforço de confirmar identidades e memórias da cidade em horas juninas. Público em formação aos mercados e futuros socioculturais de memórias revisitadas.

Que venha o V Arraiá São João Paulo II, porque os santos dessa alegria festejaram, em noite de grande estilo, a reunião da comunidade na praça que é do povo.



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