Reves[tres] bien, merci.
por maneco nascimento
Sem nenhum esnobismo, ou qualquer paixão por galicismos. Mas, convenhamos que essa Revista, já toda nossa e salve a bossa, Revestrés não promete + que o devido, porque já nasceu com os ex-votos pagos.
por maneco nascimento
Sem nenhum esnobismo, ou qualquer paixão por galicismos. Mas, convenhamos que essa Revista, já toda nossa e salve a bossa, Revestrés não promete + que o devido, porque já nasceu com os ex-votos pagos.
(Revista Revestrés/imagem colhida de www.acesso343.com.br)
Bem editada, matérias equilibradas e bem construídas, temáticas do diverso cultural brasis e eixo para fins de incomodar, com requintes de qualificável receita da vovó pop para regalar toda a família.
A capa da número 2 já diz que as novidades podem até se esgotar, mas a reinvenção da notícia é mote de quem aprendeu + que as tarefas e teorias da comunicação social. ‘Tá rindo de quê?’ (pags. 8/18), com entrevista do ilustre artista do humor João Cláudio Moreno. Assunto já tratado em comentário anterior.
E a publicação vai se revelando página a página, matéria a matéria, artigo a artigo com cuidadoso percurso de quem sabia o caminho das lajotas amarelas, mesmo que não houvesse gene do barro das olarias do Poti para ilustrar poesia, literatura, artes visuais (Gabriel Archanjo e Tulipa Ruiz), jornalismo e técnica apurada de informar e comunicar.
O Professor Doutor em Teoria da Comunicação (UFPI), Paulo Fernando Carvalho Lopes, traz em Opinião, ‘A Cultura da infantilização – nem anjos nem demônios’.
Aborda mídia, publicidade, comportamento, indústria do consumo e beleza e o transversal de novos tempos “Em uma sociedade em que a palavra de ordem é ficar jovem o máximo de tempo, a publicidade incentiva as crianças a se vestirem como adultos e os adultos a adotarem looks infantis” (Revestrés. Teresina: Quimera, 2012. pags. 20/21). Desliza o assunto com simplicidade e conhecimento tranquilo.
A homenagem da edição vai ao nosso querido bailarino, coreógrafo e embaixador da dança no Piauí, Helly Batista, que desapareceu precocemente, neste ano. “Meu casamento é com a dança.” (Homenageado da Edição - Helly Batista: Revestrés. Teresina: Quimera, 2012. pags. 24/27).
O cronista Rogério Newton nos brinda com ‘Casa de Marimbondos’. “Não creio mais nas palavras. É ponto de honra dizer isso ao leitor. Não quero enganá-lo, fingindo, porque isso soaria falso, e o leitor perceberia.” (Idem. pag. 30)
Na Reportagem: Cinema (por Luana Sena e Nayara Felizardo /fotos: Maurício Pokemon), muito legal sobre o cinema de rua, ‘O filme parou?’. “O movimento pela volta do cinema de rua e outros pontos de exibição em Teresina. A saga entre os espaços de veiculação e a conquista de público.” (Idem. pags. 32/38)
Completa a poesia do cinema alternativo, a das confrarias de poetas da cidade, na abordagem da literatura revisitada em ‘Poesia e Arte Para Qualquer Parte’ (por Luana Sena/fotos: Maurício Pokemon) sobre os insistentes em manter a chama ardente da velha e boa poesia. (Idem. pags. 40/44)
‘Piauiês’, por Bernardo Aurélio, ilustrado, revela inspiração na Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês, de Paulo Cunha. (Idem. pag. 46). ‘O Menor Espaço Cultural do Mundo – 3m2 de memória, cultura e arte’ (de Nayara Felizardo/fotos: M. Pokemon), “O Espaço Cultural São Francisco é, ao mesmo tempo, Armarinho, Biblioteca de Livros de Arte, Museu e Galeria.” (Idem. pags. 48/51)
Na entrevista de um brasileiro e jornalista, bom das letras e de livros reportagem tem-se ‘O Contador de História’ (por Luana Sena e Samária Andrade), uma ótima conversa com Laurentino Gomes. “O que me fascina na Batalha do Jenipapo é mais o seu aspecto simbólico do que o militar. Do ponto de vista militar, foi uma grande tragédia humana.” (Idem. pags. 52/54)
A sessão Gastronomia esmiúça o bar + pop da cidade, o VTS, com suas reservas a frequentadores e a fórmula do sucesso despretensioso em ‘O Segredo do Vicente’. “É como uma confraria. Um amigo vem e convida outro e assim vai. No mundo de hoje, tão violento, quem vai abrir sua porta pra estranhos?” (Idem. Pags. 56/57).
Para o Ensaio Fotográfico, o olhar de Jairo Moura em ‘A hora do Boi’, um registro sublime e luxuoso da manifestação de Reisado, no município de Boa Hora. (Idem. pags. 58/65)
Em Lendas Piauienses Revisitadas, Cineas Santos ‘Phode, sim!’ e apresenta uma excelente versão para Não se Pode, com direito a final sensual da fera transformada em belo sinal da felicidade premiada. Na sessão música, o assunto foi Tulipa Ruiz em ‘Nem sereia, Nem Boêmia’ (por Liliane Pedrosa/foto: M. Pokemon).
As artes visuais ganham um acento de observação de Pollyana Jericó. O artista escolhido é Afrânio Pessoa e a abordagem ‘Afrânio por Pollyana’. “A importância de sua vasta produção não reside apenas na qualidade ímpar com a qual se reveste mas, sobretudo, porque consiste em um divisor de águas no cenário artístico piauiense, pois o expande para além do tradicional (...)” (Idem. pag. 72/73)
Adriano Lobão Aragão desabotoa poesia e abotoa letras de memórias sociais em ‘Os Passageiros das Águas’. “A vida dessa gente/É a prata desses peixes./Vem do brilho solar no rio/ A luminosidade desses feixes? (...) Seja pescador,/Operário ou patrão/Todo mundo sente fome./Dá o rio e suas águas/a sobrevivência do homem? (...) [o canto autofágico]/ou um osso na água (...)” (Idem. pags. 74/76)
‘As 10 Dicas’ vêm do diretor de teatro Arimatan Martins (Idem. pg. 77) e a página Ficção é do Teólogo e Escritor Frei Betto, com ‘Plano de Fuga’. (Idem. pags. 78/81). ‘Ademã – Colunismo Cultural’, com as sugestões de eventos, registros de prêmios e exposições e artistas e memórias. (Idem. pags. 82/83)
Beleza, fotografia e sensibilidade de lentes para espelho d’água e arquitetura e paisagismos em ‘Um lugar no Piauí’(Igreja de São Benedito, em Teresina – PI), por Aureliano Müller. (Idem. pag. 84).
A Revestrés fecha suas páginas, nesta edição, com ‘Dicas’: Livro, Livro, Doc, Filme, Filme, Disco (pag. 85) e ‘Um Outro Olhar Amores possíveis’, por Vangel Leonel, a compositora e escritora papôco, “Vale-me a pena que tenho por sua morte, vale-me a pena que sinto por velá-la, vale-me a espera por sua vida eterna, vale-me a paciência e a incredulidade de vê-la incansavelmente morrendo e renascendo.” (Vangel Leonel. Idem. pag. 86)
(Lançamento da Revestrés no Porto das Barcas, em Parnaíba. imagem colhida de: www.proparnaiba.com)
Revestrés. Reves[tres] bien, merci. E tenho dito. Não lê-la, um descuido. Não comentá-la, um comichão. Então, curti-la.
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