Bahia de todos os Jorges
por maneco nascimento
Amado pelo Brasil que o conhece
das letras, da popularização da tevê e do cinema nacional e estrangeiro, esse
Jorge, filho da Bahia de Todos os Santos, é também filho desse país que gerou
grandes autores, escritores, jornalistas, compositores, intérpretes e políticos
de olhar voltado às vidas sociais e histórias que repercutissem crítica e
reflexão acerca de mundão chamado Brasil.
(jorge amado/foto colhida de www.algosobre.com.br)
Faz parte da boa exceção de
construção da identidade nacional e da identificação com a causa brasis
denunciada, desde o simples homem da terra praiana, cacaueira, dos ciclos
urbanos de sobrevivência e das ladeiras e becos de bem viver baiano, até os
ciclos de imponência coronelista e empáfia de domínio sobre o outro.
Estendeu sua Tenda dos Milagres às
letras de língua portuguesa e, quer seja para Capitães de Areia, Jubiabá(s), ou
universo de Tereza(s) Batista Cansada(s) de Guerra, Gabriela(s), Cravo e
Canela, Tieta(s) do Agreste, Dona Flor e seus Dois Maridos, ou Farda, Fardão e
Camisola de Dormir, foi um Cavaleiro da Esperança à literatura nacional e
encantou em loas do político de permanência da espécie e sobrevivência da
cultura, raça e estilo brasileiro de ser através de composições à ficção
renovada.
Seu homem (genérico) de Mar Morto
e de todo o percurso de sua escrita trouxe à cena e a sua geração de escritores
as falas do brasileiro, descartado do romantismo afeito a melancolia de
decaídos. A “queda” das personagens desse autor, sempre repercutiu, a
descoberto, a vida comum de qualquer brasileiro. Imprimiu, em sua obra, o
verdadeiro homem (genérico) nacional em coragem de apresentação à expiação
pública.
A geração dos ciclos literários
brasileiros do cangaço, do açúcar, do cacau, do coronelismo, da seca, et all,
geraram uma usina de forte emblema social e, não deixaram impune a construção
social brasileira, Ilustradamente,
recheada de diferenças, injustiças e violência oficializada. Neste esteio da
criação sócio-literária brasileiro está Jorge Amado, o nosso grande escritor
regionalista da Bahia.
“Jorge Amado, um dos
representantes do ciclo do romance baiano, nasceu em Itabuna, na Bahia, em 10
de agosto de 1912. É considerado um dos principais representantes do romance
regionalista da Bahia. Este romancista brasileiro é um dos mais lido no Brasil
e no mundo. Com livros traduzidos para diversos idiomas, suas obras refletem a
realidade dos temas, paisagens, dramas humanos, secas e migração.” (suapesquisa.com/Jorge
Amado/Biografia)
De estilo literário do romance
moderno, ganhou o mundo porque “Escritor desde a adolescência (...) Em seus
livros existe o domínio do físico sobre a consciência. Suas personagens geralmente
são plantadores de cacau, pescadores, artesãos e gente que vive próximo ao
cais, em Salvador, capital da Bahia.” (Idem)
Um dos + exemplares da literatura
brasileira, Amado morreu em Salvador, na Bahia de Todos os Jorges, no dia 06 de
agosto de 2001, na fina flor da idade, próximo de completar 89 anos de idade. "O
estilo deste autor também é conhecido como romance da terra e seus livros
possuem uma linguagem agradável e de fácil compreensão. Suas obras literárias
conquistaram não só os falantes da língua portuguesa como de outros idiomas:
inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, etc.” (Idem)
Na Bahia de Todos os Santos, de
Amor do Soldado para A Estrada do Mar, de Os Velhos Marinheiros, Os Pastores da
Noite em Os Subterrâneos da Liberdade, ou em Terras do Sem fim, A Morte e a
Morte de Quincas Berro d’Água deram notícias de toda a vida (in)comum baiana. E
em terras de Cacau, o ABC de Castro Alves, O Mundo da Paz, a Seara Vermelha e o
País do Carnaval sempre estiveram protegidos por São Jorge dos Ilhéus.
Nesse agosto, o querido Jorge
Amado, por todos nós, completará 100 anos de rebento à terra e confins para
brancos, negros, mulatos, “pretos e quase todos pretos” (Cae) e, na
imortalidade da sua letra deixa a melhor memória através do mundo das
personagens construídas, segundo ele próprio, a partir da verdade das pessoas
observadas na vida real.
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