à frente de seu Tempo
por maneco nascimento
"(...)
Ai. como essa santa não se esquece de pedir pelas mulheres
Pelos filhos, pelo pão (...) E abraça aquele homem, aquele mundo
Que a faz, assim, feliz
De tardezinha, essa menina se namora
Se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal
Ai, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista
Isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia
Entender de ser feliz (...) Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro toda hora
No espelho casual (...)
Que acha tudo natural." (Essa Mulher, de Joyce/Ana Terra/Aine Ribeiro)
Pelos filhos, pelo pão (...) E abraça aquele homem, aquele mundo
Que a faz, assim, feliz
De tardezinha, essa menina se namora
Se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal
Ai, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista
Isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia
Entender de ser feliz (...) Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro toda hora
No espelho casual (...)
Que acha tudo natural." (Essa Mulher, de Joyce/Ana Terra/Aine Ribeiro)
[Inquieta e altiva, centro das atenções, desde o
nascimento em 15 de fevereiro de 1927, Maria Genovefa de Aguiar conviveu em
aberto diálogo com as sociedades em que esteve inserida, seja em decorrência da
notoriedade dos ascendentes, ou das atividades na área da política e da
comunicação, prestezas associadas à articulação social e cultural no Estado do
Piauí, Maranhão e no Rio de Janeiro, sempre à luz e em primeiro plano nas
solenidades e festividades que se multiplicavam.
Destas cores, os ingredientes que formataram a mulher de
vanguarda, pronta para romper tabus sem, contudo, desfazer-se das
responsabilidades e requisitos necessários à base de profícua construção
familiar, mas, sempre causando espanto ante as inovadoras atitudes ou
declarações: "nunca me considerei feminista, apesar de romper com as
regras conservadoras", ou mesmo: "gosto de homens e sempre tive neles
parceiros, não concorrentes", ou ainda ao aprender a manusear computadores
e empreender pesquisas nas redes de comunicação mesmo octogenária.
Na História da Democracia no Brasil, em que as ditaduras
teimam em obscurecer a liberdade e a fomentar capatazes e aproveitadores de
variadas matizes, Maria Genovefa de Aguiar atuou em momentos épicos. em 1945,
com a queda do governo totalitário de Getúlio Vargas, contando com apenas 18
anos, Genuzinha - como foi carinhosamente denominada à época pelos
correligionários que a cercavam -, representou o pai - o intrépido Eurípedes
Clementino de Aguiar, líder de oposição à Ditadura -, nos embates das campanhas
para o Senado e para as Assembleias Constitucionais, em nível Estadual e
Nacional, ou mesmo na eleição para o governo do Estado do Piauí,
realizada no início de 1947, coordenando as mobilizações, organizando e
proferindo os comícios no Norte do Estado, momento em que as forças libertárias
saíram-se vitoriosas, com a chegada de Rocha Furtado ao Palácio de
Karnak.
Posicionada contra o golpe de 1964, foi eleita vereadora em
São Luis com a maior votação da época, tendo iniciado o mandato em 1º. de fevereiro de 1967, com término em 31 de
janeiro de 1971. Fez parte da primeira diretoria, como 1ª. vice presidente. Integrou várias comissões.
Participou do 1º. Congresso Nacional de Vereadores, realizado em Belém, onde
apresentou trabalhos e presidiu diversas comissões. Foi uma das mais atuantes
da época. Posteriormente, foi candidata a deputada Federal pelo MDB. As forças
contrárias se reagruparam para derrotá-la.
Nas eleições de 3 de outubro de 1992, a pedido de Alberto
Silva, que concorria ao cargo de Prefeito de Teresina, candidatou-se ao cargo
de vereadora pelo PMDB. Ganhou para prefeito o professor Wall Ferraz. E Genu
Moraes ficou na suplência, tendo obtido 233 votos.
No auge do Regime de Exceção iniciado em 1964, amparou presos
políticos - dentre estes, o poeta Bandeira Tribuzi e Edson Vidigal -, o
primeiro é autor do Hino a São Luís e o segundo tornou-se Ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) -, ou mesmo manteve contatos políticos de expressão
nacional como Juscelino Kubitscheck, que ao retornar de uma estada na
residência de Genu e Antônio Moraes e desembarcar de volta no Rio de Janeiro,
foi preso e retirado do cenário de atuação. Deste momento, emerge a frase
proferida à Revista Veja como uma crítica ao governo Sarney, de quem era amiga
pessoal e adversária na política, quando indagada sobre o desenvolvimento de
São Luís : "São Luís tem crescido muito, mas em números de
palafitas".
Em 1987, no Piauí, ao lado do engenheiro Alberto Silva, numa
eleição memorável que também libertava o angustiado povo do Piauí, Genu Moraes
passou a chefiar o cerimonial do Palácio do Karnak, posição que reassumiu em
1995, com a não menos importante vitória popular do médico Francisco de Assis
Moraes Souza ao governo do Piauí, ou mesmo no período do seu segundo mandato,
findo em 2001, de onde, parcimoniosamente, sempre se fez escutar.
Na comunicação, Genu de Aguiar Moraes escreveu para o jornal
O Imparcial, em São Luís; ainda no Maranhão, foi eleita Vice-Presidente do
Sindicato dos Jornalistas do Estado, tendo que assumir a Presidência em razão
do assassinato do então Presidente Othelino Nova Alves, constituindo-se, por
conseguinte, na primeira mulher Presidente de um Sindicato de Jornalistas no
Brasil, fato que retrata coragem e mesmo a violência contra a liberdade de
expressão vivenciada no Brasil à época.
Noutro momento, Genu Moraes principiou a Televisão no Piauí,
fato pouco lembrado, mas que, cuidadosamente, ainda será abordado quando
pesquisar-se seriamente sobre a implantação deste importante meio de comunicação
em Terras Mafrenses. De vida social e cultural intensa, em São Luís, foi
Presidente da Associação das Damas de Assistência e Proteção à Infância
(ADAPI); amiga dos artistas, vez que destes - segundo compartilhava muito em
particular -, advém as ideias pro futuro.
Assim, ainda em São Luís, apresentadora de um programa de
televisão, abriu espaço para a cantora Alcione - levava a Marrom em sua
companhia e oportunizava apresentações à notável intérprete -, empregou
esforços para que o compositor João do Vale obtivesse reconhecimento; noutros
momentos, ladeou Austregésilo de Athayde; Tancredo Neves, Leonel Brizola, Maria
Bethânia, dentre outras personalidades de vulto.
No ano de 2011, em Teresina, foi homenageada pelo cartunista
Albert Piauhy na edição do 28º. Salão
Internacional de Humor do Piauí, que teve como tema "A Mulher do 3º. Milênio"; foi tema do documentário "O Espelho de uma
Época", lançado em comemoração aos seus 81 anos; ainda obteve, em 2012,
importante destaque com publicação do livro "10 Mulheres Antes da
Hora", organizado por Fenelon Rocha, sendo lembrada como um das dez mais
importantes mulheres à frente da história.
De idade e distanciada, sem, contudo, perder visibilidade,
Genu Moraes continuou ativa, administrava seus bens e participava dos seus
renovados encontros sociais, dava entrevistas sobre variados temas, recebia
estudantes, professores, pesquisadores e curiosos da cultura, aproveitando seu
tempo para fomentar e realizar projetos ligados à preservação da memória do
Piauí.
Dentre as salvaguardas, após minuciosa escolha e
conjuntamente com o escritor Kenard Kruel, em 2011, editou o livro: Eurípedes
Aguiar, Escritos Insurgentes, obra que causou grande impacto nos personagens
históricos ali referidos.
A caneta do Patrono da Imprensa Piauiense ressoou ainda nas
almas intranquilas e em temas já esquecidos, tanto que os interessados
cogitaram desativar o Colégio Eurípedes Aguiar - rara homenagem ou referência
existente no Estado do Piauí ao pai de Genu Aguiar -, fato que ocasionou
contrariedades e que foram firmemente enfrentados pela destemida Senhora, à
época, com 85 anos, tudo com o apoio da população de Teresina que manifestou-se
contrária ao encerramento das atividades da Escola.
Noutra obra, ainda objetivando cristalizar dados relegados ao
abandono, compôs a Explicação Prévia da obra: Piauí Violento, O assassinato do
Juiz Federal, 2ª. Edição de 2008, Coordenada pelo Acadêmico Deoclécio Dantas;
contribuiu nas pesquisas para o livro: Antonino Freire, Uma Biografia, de 2009,
do Jornalista Paulo Chaves; além de escrever inusitada crônica que compôs
livro: A História do Comércio de Teresina no Desenvolvimento do Piauí, da
jornalista Marta Tajra, lançado em 2014; além de disponibilizar informações
para o lançamento da 2ª. Edição do Desembargador Helvídio Clementino de Aguiar,
seu avô, ocorrido em 29 de novembro de 2014, na Academia de Letras dos Piauí
(APL)
Em que importe muitas das realizações levadas a efeito por Maria Genovefa de Aguiar Moraes se afigurarem próprias do mundo masculino em
embates e profusão, vale rememorar que ela os cumpriu com leveza, gentilmente e
com o colorido do enlevo de sorrisos em festa.
Genu de Aguiar Moraes harmonizava o encaminhamento suave e
pertinaz dos eventos; o vento parecia rodopiar a sua volta ao compasso dos
gestos elegantes das mãos; o gosto pela vida nunca perdeu a intensidade, sua
irmã Lydia Lina de Aguiar Madeira Campos, seu esposo Antônio de Moraes Correia,
seus filhos Jozias, Lúcia e Lydia são exemplos da brandura com a qual a verdade
existe e emerge sem ruídos no mundo da lapidada dama, todos compõem o mais
distinto jardim de flores do coração nos 87 anos da existência da formidável
Genu Moraes.
Os filhos, irmã, sobrinhos, familiares, amigos e os
admiradores juntaram-se em sentimentos acompanhando os passos da voluntariosa
representante de uma época, da dignidade e da cultura piauiense, sem senões,
posto que a vida, por ser luz, fulge para rebrilhar no peito da imensidão.
Faleceu em Teresina, em 7 de janeiro de 2015, aos 87 anos de idade.] (texto de atribuição ao biógrafo e amigo pessoal de Genu Moraes, Kenard Kruel)
(memórias sociais/reprodução)
É dessa Mulher e em sua homenagem que a agenda do dia 29 de maio promete ser formidável! Muitas surpresas e revigor de memórias que reúnem familiares, amigos, intelectuais, políticos, jornalistas, artistas e comunidade admiradora de Genu Moraes.
"Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", livro editado pela Zodíaco e organizado por Kenard Kruel será tema de lançamento em noite de gala, durante a inauguração do Café Literário "Genu Moraes".
A partir das 18 horas, no palco do Theatro 4 de Setembro, acontece a apresentação do espetáculo de teatro dança "Ela - Tributo a Genu Moraes" e, em seguida, lançamento do livro e sessão de autógrafos, no Bar anexo ao 4 de Setembro.
No uso do jargão charmoso de Genu: vai ser uma noite formidável!
(memórias sociais/reprodução)
É dessa Mulher e em sua homenagem que a agenda do dia 29 de maio promete ser formidável! Muitas surpresas e revigor de memórias que reúnem familiares, amigos, intelectuais, políticos, jornalistas, artistas e comunidade admiradora de Genu Moraes.
"Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", livro editado pela Zodíaco e organizado por Kenard Kruel será tema de lançamento em noite de gala, durante a inauguração do Café Literário "Genu Moraes".
A partir das 18 horas, no palco do Theatro 4 de Setembro, acontece a apresentação do espetáculo de teatro dança "Ela - Tributo a Genu Moraes" e, em seguida, lançamento do livro e sessão de autógrafos, no Bar anexo ao 4 de Setembro.
No uso do jargão charmoso de Genu: vai ser uma noite formidável!
Serviço:
"Ela - Tributo a Genu Moraes", às 18 horas
Lançamento da obra "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", durante a inauguração do Café Literário "Genu Moraes", às 19 horas
Local: Theatro 4 de Setembro/Bar anexo ao Theatro
Dia 29 de maio, não dá para perder essa agenda.
Dia 29 de maio, não dá para perder essa agenda.
Aos amigos, admiradores e convidados, a Entrada é FRANCA!
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