domingo, 25 de agosto de 2013

Poesia de Rabecas

Poesia de Rabecas
por maneco nascimento
 
“Poetas, seresteiros, namorados..." (Gil), lembrai. Chegada é a hora de curtir e lembrar as verdadeiras noites de rabecas, mestres rabequeiros, artistas das gaitas, das latas, dos foles e folias rurais, da música de tradição e da nova em transformada aceitação.

VI Festival da Rabeca de Bom Jesus, de 22 a 24 de agosto. Oficinas, palestras, encontros, trocas de fichas, de linguagens, de palhinha musical, de mostrar ao povo que a cultura resiste porque há quem insista em tê-la sempre-viva. 

Uma flor nasceu na região do Gurgueia e estreitou o mundo da música da Rabeca e sua virtuose de canção rural e das gentes de memórias naturais à história das sociedades.

Três dias sob a lua luminosa e o céu que nos protege. Resposta pancada para projeto que interage cultura, comunidade, escola, mestres do saber popular, acadêmicos, eruditos transversais e a cidade de Bom Jesus, maior neste últimos três dias, com o privilégio de acolher e ser partícipe do maior encontro de Rabecas e seus artistas afins.

Festival de três dias pé dentro, não dá para se construir sem realizadores e patrocínio. A realização da Associação dos Filhos e Amigos de Bom Jesus e do Governo do Estado/ Fundac encontraram terra de apoio financeiro do Governo Federal, SIEC Sistema de Incentivo Estadual à Cultura, OI Cultural, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Prefeitura de Bom Jesus, Coca-Cola e Comercial Carvalho.

VI FestRabeca de Bom Jesus. O maior espetáculo da terra do Gurgueia e seus sons expandidos às fronteiras locais, nacionais e internacionais. Música, rabecas, mestres do saber tocar o instrumento, resultado de oficinas de rabeca, dança, teatro, shows indispensáveis e a alegria orgulhosa de ser de Bom Jesus, da proteção e da terra da Rabeca.
 
(Reisado de Mestre Severo/fotos: F. Novo)

Nas horas que antecederam o último dia das Rabecas, a cidade disse sim. Não se pode + viver sem essa festa, não se pode prescindir do FestRabeca e tenham dito.

No cair da tarde, a partir das 17h 30, o rebuliço cultural se instalou na Praça do Fórum e os fazeres populares e de raiz se achegaram com o Reisado de Mestre Severo. Na seguida da batida artística, em tradição expandida, foi a vez da apresentação da Oficina de Rabeca. Lição de cor aprendida e repassada aos novos criadores desse som da nossa gente.

A Escola de Dança do Estado “Lenir Argento” também se afinou com a festa, no espetáculo “A Dança Popular”. Zé Carlos di Santis facilitou, em mostra, a oficina de dança concluída. A noite de sábado estava no seu melhor de início das atrações.
(Datan Izaká e o resultado Oficina de Dança/fotos: F. Novo)

No palco principal, na Praça de Nossa Senhora das Mercês, o centro de Bom Jesus fervilhou de alegria e boa praça para cultura e diversão. Das 18 horas  em diante a arte se espalhou + ainda, com a presença do KGB e Alunos Cemti Franklin Dória (Bom Jesus – PI), da Banda TL (PI); o Grupo Suzuki, Projeto – Música Para Todos (PI).

A hora e a vez festejada dos Mestres da Rabeca e rabequeiros ilustres, Jeferson Leite, Cláudio Rabeca, Ricardo Herz e Seu Luiz Paixão não foi pra ninguém. A música e sons e tons da poesia cifrada deram nota também com o 3 no Brega (DF), sem cerimônias.
 
(Daniela Mercury e + de 10 mil pessoas na Av. Josué Parente/fs: F. Novo)

Daniela Mercury, um meteoro de energia cruzou o chão, abaixo do céu de Bom Jesus e encantou para + de 10 mil pessoas, em um ajuntamento cultural espetacular. O Mestre rabequeiro, Jeferson Leite, dividiu palco com a estrela da diversidade. Tocou para a sua majestade, o Sabiá baiano, as canções do cancioneiro nacional e popular nordestino, "Asa Branca" e "Olha pro céu, meu Amor".


(M. Jeferson e Daniela entoam "Asa Branca" e "Olha pro céu..."/fs: F. Novo)

Os metais vocais de Daniela Mercury e os acordes de cordas e arco rabequeiros, de Jeferson Leite. Uma lâmina invisível de ternura musical em melodias cortaram o ar. Era noite livre do sertão festejado no Vale do Gurgueia. Terra da melodia e dos acordes fiéis à tradição da Rabeca e seus sons de raiz transversalizados.

(Daniela canta com filho Gabriel Póvoas/fotos: F. Novo)

A noite estava quente, mas só ferveu alegria. Janaína e Banda (PI) se garantiu e + energia contagiante permitiu a quem se agendou na busca da felicidade compensada. Até que a madrugada vencesse e a aurora chegasse, ao dia seguinte,  para bater continência ao 25 de agosto, o DJ Márcio Brito arrombou a festa.

Nada será como antes, depois da VI edição do FestRabeca de Bom Jesus. Entre o céu e lua “bisbilhoteiros” das manifestações mortais e a terra do Vale do Gurgueia que presenciou + essa maratona cultural, nada a declarar. A não ser que a saudade já morde as gentes na espera do VII Festival da Rabeca de Bom Jesus.
 
 (Público e artistas do FestRabeca/divulgação)

 Poetas, rabequeiros, seresteiros, sorri. É chegada a hora de lembrar e contar as horas à nova edição, da tradição visitada, pelos acordes da Rabeca e sua melodia interagida.  

 
(artistas no palco e rabequeiros em Oficina/divulgação) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário