Filhos
das cenas
por
maneco nascimento
No
dia 19 de agosto, data em que se comemora o Dia do Artista de Teatro, é dia
também que, mesmo redundando na palavra que data, se reitera a sempre festa do
profissional da cena, da dramaturgia dos encontros, da liturgia dramática e
rituais do fingimento e do convencimento do público que, curiosamente, detém-se
na arte da vida que imita a vida, na mímesis do cotidiano reinventado.
Da
era clássica aos dias do piscar da contemporaneidade, um sinal do profano ao
elementar rito de quase religiosidade manifesta, o teatro vem na esteira do
deus Ex-Machine reelaborar sonhos, fantasias, magias, o lúdico e o essencial de
ciência e sensibilidade apuradas à arte e cultura que sempre perseguiu os
povos, mesmo que a antropologia não identificasse o ato como teatro.
E
sendo para comemorar, é também para em justa medida lembrar deuses e homens,
divinas e herdeiras da magia que fizeram com que a cena ganhasse a paixão que
nos envolve a todos. Baco e suas sacerdotisas; Téspis; Sófocles; Eurípedes;
Shakespeare; Racine; Molière; Teatro de Fernando Arrabal e o Grupo Pánico; Gil Vicente; Arthur Azevedo; Dias Gomes; Nelson Rodrigues; Oduvaldo Vianna Filho; Gianfrancesco
Guarniere; Plínio Marcos, et all.
Dulcina de Moraes; Cia. Procópio Ferreira e Bibi Ferreira; TBC – Ziembinski
e o Teatro Brasileiro da Comédia; Cia. Teatro Cacilda Becker e Walmor Chagas; Gianni
Ratto, Fernanda Montenegro e o Teatro dos Sete; Amir Haddad, José Celso
Martinez e o Teatro Oficina Uzyna Uzona; Paschoal Carlos Magno e o Teatro do
Estudante do Brasil; João das Neves, Augusto Boal e Grupo de Teatro Opinião; Abdias
do Nascimento, Ruth de Souza e o Teatro Experimental do Negro (Teatro Negro do
Brasil); Teatro Chanchada, dos Cabarés e Musicais; Augusto Boal e o Teatro do Oprimido;
Teatro da Resistência; Teatro Maldito; Flávio Marinho, Alcione Araújo, Hamilton
Vaz Pereira, Mauro Rasi, Miguel Falabella e o Teatro Besteirol; Teatro do
Improviso e Teatro Stand Up;Teatro Multimídia e virtual, entre outras novíssimas
variações do ato humano e criativo de efeito dramático.
Teatro do nordeste brasileiro, da década de 80, nos encontros nacionais
do PAPEPI (Paraíba, Pernambuco e Piauí) e o mais que se foi assomando como o
rico teatro popular e sua reinvenção no Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e
Ceará. A Bahia, do primeiro teatro nacional, também tem seu ato de tradição,
rupturas e da Bofetada.
Na Teresina, em fins do século 19, Jonathas Batista já insistia
em preservar a cena em seu contexto. Um salto para fins de 50 onde se reapresenta
nova energia teatral e, na década de 60, o movimento do Teatro do Estudante no
Piauí nos legou Professor Gomes Campos. O teatro de sua geração reuniu Gomes
Campos, Ana Maria Rêgo, Tarciso Prado, Santana e Silva e o cearense Ary
Sherlock. Em meados de 1970, Murilo Eckardt fez a diferença na cena rica e
contraventora de estética inconformada e contestadora.
Também têm seu ritual de passagem em meios à essa década de setenta, os
Grupo de Teatro Pesquisa (Zé Afonso, Beth Lima, Lari Sales, et all) e o Grupo Raizes
(Lorena Campelo, Aci Campelo, Lili Martins, entre outros). Já na década de 80, Grumochoa
de Teatro (Raimundo “Mundica” Dias); Grupo Harém de Teatro (Arimatan Martins,
Airton Martins, Francisco Pellé e outros); Grupo Fantástico (Wilson Costa,
Fernando Almeida); Os Shakespirados (primeira montagem piauiense de Shakespeare,
por Arimatan Martins); Cia. de Dramas e Comédias (Lari Sales, Fábio Costa,
Carmem Carvalho, Claudinha Amorim e Wilson Costa).
Amadurecidos nos anos 90, o Grupo Corpos (Adalmir Miranda); Oficina Permanente
de Teatro “Procópio Ferreira” (Luciano Brandão e Arimatan Martins); Grupo Asmodeus
(Luciano Brandão, Alex Zantelli, Frangerson, Elielson Pacheco, Layane Holanda,
Bid Lima, Franklin Pires, Ray Fernandes, Claudionor, et all).
Somados a estas iniciativas agremiadas de teatro, em ato continuado, os
Grupos Teu (Teatro Universitário – Chico Filho, Lúcia Araújo, Roger Ribeiro, Jesus
Viana, Tércia Maria, Edilúcia Araújo, Fernando Freitas); Cia. Circo Negro
(Chiquinho Pereira, Luciano Melo, Adriano Abreu, Cláudia Rodrigues); Grupo de
Teatro do Monte Castelo (Rubinho, Lalas); Proposta de Teatro (Roger Ribeiro e Vitorino
Rodrigues – Timon e Teresina); Cia Truá de Espetáculos (Júnior Marks e Vitorino
Rodrigues – Timon e Teresina); Tribo de Teatro (Franklin Pires); Escola Técnica
de Teatro Prof. Gomes Campos (Aci Campelo, Lorena Campelo, Luiza Miranda, Carmem
Carvalho, Emanuelle Vieira, entre outros).
+ contam esta história o Grupo Nazaré de Teatro (Wilson Gomes – Shana de
Souza); a A & C Promoções Culturais (Aci Campelo e Carmem Carvalho); o
Núcleo do Dirceu (Teatro e Dança – Marcelo Avelin, Layane Holanda, Regina
Veloso, Weyla Carvalho, Janaína Lobo, Elielson Pacheco); a Puty Teatro Labore (Sandra
Loiola); Cia. Piauhy Estúdio de Artes (Adriano Abreu, Silmara Silva, David
Santos e Carlos Aguiar); Mosay de Teatro (Avelar Amorim); Grupo de Teatro Flagelo
(Remédios Silva– Dirceu Arcoverde); As Petúnias de Teatro (Marina Marques);
Prelúdio de Teatro (Eduardo Prazeres); ASS (Teatro e Dança – Márcio Felipe e
LauraAlexandre – Dirceu Arcoverde).
No humor de destaque, na cidade e nas filas em portas de casas de
espetáculos, Amauri Jucá e Dirceu Andrade desempenham carreira solo e já podem
compultar seus quinze minutos de fama, em um quase mito do eterno retorno da mitologia contemporânea.
Nesse dia do artista de teatro, 19 de agosto, lembrar os colegas com
quem dividi palco. Vera Leite, Izinha Ferreira, João Brito, Galdiran
Cavalcante, Wilson Costa, Lari Sales, Lorena Campelo, Virginia Sales, Edy
Veríssimo, Nádia Rodrigues, Francisco de Castro, Fernando Freitas, Tércia
Maria, Luciano Brandão, Ademilton Moreira, Antoniel Ribeiro, Fátima Guimarães,
Luciano Melo, Fernando Almeida, Claudinha Amorim, Franklin Pires, Silmara Silva,
Adriana Abreu, Bid Lima, Francisco Pellé, Pinho Gondinho, Janaína Fortes, Raimundo Dias (in memoriam).
Também contam Janaína Santos, Moisés Chaves, Dirceu Andrade, Amaurí
Jucá, Roger Ribeiro, Vitorino Rodrigues, Edith Rosa, Layane Holanda, Marina
Marques, Jorge Carlo, Júnior Marks, Siro Siris, João Vasconcelos, David Santos,
Sandra Loiola, Mariano Abreu, Adalmir Miranda, Laurent Mattalia, Lury de Almeida,
Selma Bustamante, Solfiere Markhan, José Dantas, Fifi Bezerra, Roger Arruda, Chiquinho
Pereira, Zé Carlos di Santis, Valdemar Santos, Carmem Carvalho, Gilvan Braga e tantos
outros que fogem à memória, mas não perdem o fogo da arte que nos contamina.
Aos pais do teatro que nos contagia, Evoé! Aos filhos do teatro que ora
representamos, merde! Sempre.
ola como posso entra em contato com marina marques
ResponderExcluirmeu email eh evandrobullon24@gmail.com
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