quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Parabéns, então.


 Parabéns, então.
por maneco nascimento

Quem concorreu à festa de aniversário de 118 anos do Theatro 4 de Setembro, no último dia 4 do mês corrente, pode entre outras coisas conviver com as solenidades pro-forma e algumas surpresas que valeram para o encontro ganhar sabor de memória e história. No horário da tarde, às 15 horas, houve a apresentação da Escola de Balé do Estado “Lenir Argento”.

À noite, a partir das 19h40, foi a vez das falas e apresentação de projetos da FUNDAC ao segundo semestre 2012 e exibição de vídeos. A apresentação da noite ficou a cargo de Nayara Fabrício, com um texto “brifado” da wiki. Franklin Pires, em seguida, apresentou os Projetos, um para dança e outro para teatro que levaram o nome de dois artistas da cidade.

O Prêmio de Dança homenageou Helly Batista e o de Teatro, Arimatan Martins. Segundo o diretor de Assuntos Culturais da FUNDAC, F. Pires, a proposta seria beneficiar proponentes de projetos nessas áreas fins em cidades com cerca de 20 mil habitantes, ao valor de R$ 10.000,00 cada prêmio. Entende o projeto que há, em cidades do interior do estado, grupos de artistas e movimento da área de dança e teatro que não dispõem de uma forma de financiamento. 

Surge então esse deus Ex-Machine à dança e teatro de pequenos vôos. No ano que vem, seriam lançados os outros braços culturais para abraçar a música e o audiovisual. Projetos apresentados, seguiu-se com a exibição de um curta metragem, dirigido e roteirizado por Pires, a partir de uma experiência mantida com crianças de uma cidade do interior do estado, durante uma oficina de iniciação ao teatro para crianças e adolescentes. O filme, “Coração Saltimbanco”

Nas falas de Antoniel Ribeiro, atual diretor do Theatro aniversariante, um agradecimento especial ao público, técnicos e artistas presentes. Homenageou o querido Tarciso Prado, grande artista e incansável defensor do 4 de Setembro. Tarciso foi o diretor da Casa de espetáculos, logo após a reforma realizada entre 1973/75. 

Ator da geração de Gomes Campos, Ana Maria Rêgo, Santana e Silva, Ary Sherlock, este último cearense, entre outros, Tarciso continua apaixonado e inflexionando muito bem atenções e intenções ao teatro e ao 4 de Setembro. Aproveitou a oportunidade para pleitear salários mais dignos aos profissionais daquela Casa de espetáculos.

Aci Campelo, outro diretor do 4 de Setembro, também foi chamado ao palco. O atual diretor da Casa iniciou carreira de ator no Grupo Raizes e quando Campelo foi dirigir o Theatro convidou Antoniel para fazer produção executiva do Projeto Pixinguinha, entre outros projetos. Continua desempenhando essa atividade com muita qualidade, sendo respeitado e imprescindível na cidade, como apontou A. Campelo.

Outro homenageado da noite foi Luiz Arthur e o seu Teatro da Juventude do Rio de Janeiro, que há + de 30 anos apresenta-se, com regularidade anual, no palco da maior Casa de espetáculos da cidade. Foi uma noite de loas, emoções necessárias em festa de aniversário, encontro da Casa com seu público e com os profissionais contumazes do palco e da cena da cidade.

O público ainda conferiu um documentário de memória e resgate do Theatro 4 de Setembro. Registro de artistas e grupos locais e nacionais da área de teatro, dança e música. Artistas e promotores culturais da cidade e nacionais se pronunciaram, confessando seu carinho e dependência cultural com a Casa.

Como última atração da noite, a peça “Perdoa-me por me traíres”, do original de Nelson Rodrigues, sob a ótica de Luciano Brandão, coordenador há + de uma década do Projeto Oficina de Teatro Permanente “Procópio Ferreira”. 18 atores em cena presentearam o 4 de Setembro com + uma lira ardente da Flor da Obsessão.

Não se chega aos 118 anos impunemente. Com ocupação para exibição de cinema, durante alguns anos, explorada pelos irmãos Ferreira; reformas (1952/1973-1975) para adequação aos tempos do contexto; restauração (1994-1996) que deu-lhe um charme cosmopolita; incêndio na cabine de som que quase o deixa amortecido. Os artistas sempre foram responsáveis a que o governo se mexesse e trouxesse a Casa de volta a seu tempo de vida vibrante.

Das últimas intervenções recebeu adequações técnicas contra acidentes e incêndios. Ainda está a merecer uma central de refrigeração e sistema de som e luz que tragam à Casa de espetáculos a completa constatação de espaço profissional das artes cênicas, da música e dos D+ eventos culturais ali realizados.
 
(fachada do Theatro 4 de Setembro/acervo: www.teresinapanorâmica.com)

Parabéns, então ao Theatro 4 de Setembro que da Praça Aquidabã S/N, ou da Praça Pedro II sorri de coração cultural aberto à cidade que o abraça e festeja sua data e local de nascimento, com honras de história em moto contínua construção.

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