terça-feira, 25 de setembro de 2012

No abrir da Primavera


No abrir da Primavera
por maneco nascimento

Enquanto o país lembrava o despertar da primavera, 21 de setembro, que também abraça esse país tropical de Ben Jor e nosotros, lá pelas tardes de dias quentes da Teresina que se enfeita pelas copas ouro dos pés de Ipês (pau d’arco) espalhados na cidade verde, se deu uma novidade de passagem. Passagem, dessa para outras paragens, de um amigo fiel.

Colega do teatro, atuante nas lutas estudantis, acadêmico de Letras/Francês da UFPI, com inserções pelo jornalismo livre e componente da juventude socialista local, Gardiê Silveira detinha seu lugar ao sol da cidade, com sua calma voraz sem pressa de negar posição política. Marcava ponto e quando chamado à briga, política, sabia se comportar conforme a valsa social democrática e crítica.

Morador do bairro Monte Castelo também desempenhou atividade naquele projeto coletivo de Teatro a céu aberto, "Paixão de Cristo do Monte Castelo”. Combativo, inteligente, de humor irônico de apropriação de contextos necessários e incontinenti. Sabia ser Gardiê Silveira.

Do quadro atual do Grupo Harém de Teatro, era o homem do núcleo das comunicações e produtor executivo para as horas das edições do FESTLUSO e outros eventos, também ator do acervo prata da Casa. Dispunha, ainda, de sua força de trabalho ao Conselho Tutelar da Criança e Adolescente, no município de Teresina.

Como as horas e seu tempo conseqüente podem parecer fugazes ao nosso pequeno entendimento, mas e talvez de outra duração de acontecimento ao imponderável, deu-se que Gardiê foi alçado ao universo “paralelo”, objeto de nossa especulação. Foi ter com o núcleo dos passados ao lado de lá.

Deixou como herança de memória afetiva intrínseca, um pai, uma irmã, uma sobrinha (bebê), parentes próximos, amigos, colegas de profissão, de festas, de papos e conversas cabeção, de confrontos e acercados da (des)continuidadeda vida breve que começa a fenecer a partir do primeiro ar inspirado e corte do fio da placenta materna.

No Monte Castelo, naquele eixo de diversão e bons encontros, bairro vizinho ao que resido até hoje, assentei também algumas alegrias na companhia de amigos afins do querido Gardiê. Essa “praça” comunitária foi o local escolhido à concentração dos amigos em ato de despedida ao, àquele momento, escolhido pelos céus.

Em área fechada, anexo da Capela de São Lucas, na Rua Dôta Oliveira, vieram em última visita seus pares, do bairro em que morou durante quase uma vida toda, e de outras afinidades da cidade que não tem + fim. No sábado, 22, seguimos o amigo à última morada. Foi plantado no Cemitério Municipal do Renascença. Sob grandes árvores foi dado descanso a sua matéria que voltará ao estágio original.

Na cerimônia de despedida, um poeta de sua geração, amigo da comunidade, leu Drummond, “A Flor e a Náusea” queUma flor nasceu na rua! (...) Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu (...) Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.” e impõe-se à própria sorte de existência contestada.

Um político da resistência juvenil socialista, ascendente a cargo eletivo do pleito 2012, leu texto de Gardiê intituladoNo dia em que eu morrer”. Na mensagem de punho do artista, recomendações de como tratarem-se o assunto de morte e deslocamento do eixo físico para outra dimensão, a que só se especula. Uma lição de maturidade da aceitação do desconhecido.

Um representante da UJS também se pronunciou e conclamou saudação ao amigo em vezes do hino da juventude socialista. Comovente despedida para atos poéticos, pessoais e políticos sem cair no apelo do panfleto, ou oportunismo de ocasião demagógica. Não caberia, no enterro do artista. Só as falas das despedidas simples, mas carreadas de amizade e respeito.


No abrir da Primavera
por maneco nascimento

Enquanto o país lembrava o despertar da primavera, 21 de setembro, que também abraça esse país tropical de Ben Jor e nosotros, lá pelas tardes de dias quentes da Teresina que se enfeita pelas copas ouro dos pés de Ipês (pau d’arco) espalhados na cidade verde, se deu uma novidade de passagem. Passagem, dessa para outras paragens, de um amigo fiel.

Colega do teatro, atuante nas lutas estudantis, acadêmico de Letras/Francês da UFPI, com inserções pelo jornalismo livre e componente da juventude socialista local, Gardiê Silveira detinha seu lugar ao sol da cidade, com sua calma voraz sem pressa de negar posição política. Marcava ponto e quando chamado à briga, política, sabia se comportar conforme a valsa social democrática e crítica.

Morador do bairro Monte Castelo também desempenhou atividade naquele projeto coletivo de Teatro a céu aberto, "Paixão de Cristo do Monte Castelo”. Combativo, inteligente, de humor irônico de apropriação de contextos necessários e incontinenti. Sabia ser Gardiê Silveira.

Do quadro atual do Grupo Harém de Teatro, era o homem do núcleo das comunicações e produtor executivo para as horas das edições do FESTLUSO e outros eventos, também ator do acervo prata da Casa. Dispunha, ainda, de sua força de trabalho ao Conselho Tutelar da Criança e Adolescente, no município de Teresina.

Como as horas e seu tempo conseqüente podem parecer fugazes ao nosso pequeno entendimento, mas e talvez de outra duração de acontecimento ao imponderável, deu-se que Gardiê foi alçado ao universo “paralelo”, objeto de nossa especulação. Foi ter com o núcleo dos passados ao lado de lá.

Deixou como herança de memória afetiva intrínseca, um pai, uma irmã, uma sobrinha (bebê), parentes próximos, amigos, colegas de profissão, de festas, de papos e conversas cabeção, de confrontos e acercados da (des)continuidadeda vida breve que começa a fenecer a partir do primeiro ar inspirado e corte do fio da placenta materna.

No Monte Castelo, naquele eixo de diversão e bons encontros, bairro vizinho ao que resido até hoje, assentei também algumas alegrias na companhia de amigos afins do querido Gardiê. Essa “praça” comunitária foi o local escolhido à concentração dos amigos em ato de despedida ao, àquele momento, escolhido pelos céus.

Em área fechada, anexo da Capela de São Lucas, na Rua Dôta Oliveira, vieram em última visita seus pares, do bairro em que morou durante quase uma vida toda, e de outras afinidades da cidade que não tem + fim. No sábado, 22, seguimos o amigo à última morada. Foi plantado no Cemitério Municipal do Renascença. Sob grandes árvores foi dado descanso a sua matéria que voltará ao estágio original.

Na cerimônia de despedida, um poeta de sua geração, amigo da comunidade, leu Drummond, “A Flor e a Náusea” queUma flor nasceu na rua! (...) Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu (...) Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.” e impõe-se à própria sorte de existência contestada.

Um político da resistência juvenil socialista, ascendente a cargo eletivo do pleito 2012, leu texto de Gardiê intituladoNo dia em que eu morrer”. Na mensagem de punho do artista, recomendações de como tratarem-se o assunto de morte e deslocamento do eixo físico para outra dimensão, a que só se especula. Uma lição de maturidade da aceitação do desconhecido.

Um representante da UJS também se pronunciou e conclamou saudação ao amigo em vezes do hino da juventude socialista. Comovente despedida para atos poéticos, pessoais e políticos sem cair no apelo do panfleto, ou oportunismo de ocasião demagógica. Não caberia, no enterro do artista. Só as falas das despedidas simples, mas carreadas de amizade e respeito.

Daquele canteiro, em dias de primavera, há de nascer uma flor da esperança que não se esgota na matéria (visto que pueril), mas que se expandirá para cercos de luz e energia de matéria primordial em que acredito estarmos todos contidos.

No abrir de nova Primavera, Gardiê Silveira desperta a novo celeiro, brota em canteiro de terra conquistada à paz sóbria e recuperação do status de à semelhança do divino desejado. Fique em luz Garde”, porque de paz espiritual aprenderemos a exercitar e dividir contigo para acomodação da alma expandida.



      (arte convite Sétimo Dia/divulgação)


Daquele canteiro, em dias de primavera, há de nascer uma flor da esperança que não se esgota na matéria (visto que pueril), mas que se expandirá para cercos de luz e energia de matéria primordial em que acredito estarmos todos contidos.

No abrir de nova Primavera, Gardiê Silveira desperta a novo celeiro, brota em canteiro de terra conquistada à paz sóbria e recuperação do status de à semelhança do divino desejado. Fique em luz Garde”, porque de paz espiritual aprenderemos a exercitar e dividir contigo para acomodação da alma expandida.



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