terça-feira, 24 de julho de 2012

Mistério em "déjà vu"



 Mistério em “déjà vu”
por maneco nascimento

A notícia pode parecer velha, em piscares de olhos tecnológicos, mas o princípio da verdade ganha vida própria em qualquer circunstância, mesmo que escamoteado para debaixo do tapete por interesses escusos, de proteção ou de comodidade oficial e pública.
O tom, dado em lide: “Descompostura em Compostela
Furtado há um ano, o Código Calixtino, relíquia do século 12, reaparece em um caso com ares de crime passional
” (www.estadão.com.br/geral – 22 de junho de 2012/6h23, de Ivan Marsiglia)

A matéria detém-se no sumiço de principal relíquia da Catedral de Santiago da Compostela e o reaparecimento com desfecho mal explicado, gerando disse-me-disse entre a população local, católicos fervorosos e freqüentadores do percurso de peregrinação. 

A peça, um pergaminho costurado em forma de livro, datado do século 12, sumiu de forma mágica, da sala forte do templo, em 11 de julho de 2011. A polícia foi chamada e encontrou dificuldades de informações precisas acerca do sumiço misterioso da relíquia. 

Causou ainda mais estranheza o silêncio obsequioso do deão (autoridade religiosa logo abaixo do bispo) da catedral, José María Díaz. Compungido, recusou-se a dar informações sobre a segurança da sala onde o livro estava ou sobre os poucos que tinham acesso a ele. Murmurou algo sobre ‘atentado’ e ‘vingança”, mas não quis dar nome ao santo. ‘Se suspeito, não digo. Porque é pecado fazer juízos temerários’, declarou, com solenidade eclesiástica.” (Idem)

Segundo a matéria, o livro código teria sido escrito entre 1135 e 1140, supostamente encomendado por Guido de Vienne, o papa Calixto II (1060 – 1124). Narra os feitos do apóstolo Santiago Maior e consta de reflexões, cantorias, em raras partituras medievais e iluminuras, ilustrações ou letras iniciais dos capítulos. É célebre por conter uma espécie de guia para o ‘caminho de Santiago’ – aquele mesmo, que pavimentaria, séculos depois, o sucesso do escritor brasileiro Paulo Coelho.” (Idem) 

O Código Calixtino fora encontrado em posse de um eletricista, que teria sido demitido, em 2011, dos serviços da Catedral, após longa e dedicada amizade com o deão José Maria Díaz. A jóia foi encontrada dia 4 de junho de 2012.

(...) dentro de um saco plástico preto, na garagem do ex-eletricista da catedral José Manuel Fernández Castiñeiras, que foi preso com a mulher, um filho e uma nora. Na casa, também foi descoberta a espantosa soma de 1,6 milhão, surrupiada da catedral ao longo dos 25 anos em que Fernández iluminou a fé de Compostela – sem que aparentemente ninguém se desse conta de seu pecado continuado.” (Idem) 

As especulações populares de que haveria uma diferenciada amizade entre o deão e o eletricista, rumores de uma “certa eletricidade na relação dos dois” não foram confirmados. 

De sorte, e com investigação insistente da polícia espanhola, deu-se cabo do mistério e as terras da Galícia e alhures tiveram sua paz espiritual recuperada com a devolução, ao lugar de origem, de um dos + importantes artefatos do patrimônio histórico e cultural espanhol.

Ao comentar com um amigo sobre o incidente, acresci sobre suspeitas de conluio entre ex-eletricista da Catedral de Santiago da Compostela e o deão, + o silêncio e falta de colaboração dos religiosos, durante as investigações:

Que há submundo na igreja, todos nós sabemos bem. Que tenha havido “eletricidade” entre o eletricista da catedral e o deão, pequena novidade, “todos os homens são mortais”, como diria Simone de Beauvoir. E para um rato, recolher migalhas no escuro do sono alheio é talento galício, mas não só daquele lado d’Espanha, porque por aqui os ratoss são midiáticos e não gatos, mas gatunos, e estes não concorrem com os ratos, são aliados. 

Nas entradas de agosto o país repercutirá o teatro do Julgamento do Mensalão. Os coronéis urbanos e seus companheiros das estratégias de espertezas, atores combatentes das “firulas” da imprensa e da justiça, estarão a postos para tentar desestabilizar os trabalhos do Supremo.

A Corte do Supremo Tribunal Federal será matizada das cores, calores e discursos emblemáticos dos defensores de mensaleiros. O Brasil espera que a justiça suprema não despenque em cascatas da empresa Mensalão.

O sumiço do Código Calixtino é fichinha, diante do código de desonra de cachoeiras e sevícias do recurso público goela abaixo do brasileiro.

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