Geometrias ao sensível
por maneco nascimento
A Bátalli Cia. Dança estreou novo espetáculo da linguagem, no dia 13 de julho de 2012, às 20 horas, no palco do Teatro Municipal João Paulo II. Nove bailarino (a)s dividem a cena em pouco + de 30 minutos de preenchimento de espaço, extensão de corpos e reverberação de geometrias experimentadas à anatomia dançante.
Alex Pereira, Gabriela Pereira, Douglas Lira, Chris Sousa, Bruna Santos, Lahézio Wilaney, Lenilson Santos, Raylla ksumik e Andresa Sara estão muito à vontade para desenho pensado por Beth Bátalli. O espetáculo compõe geometrias revelando sensibilidades bem finalizadas à cena.
Lenilson Santos consegue ser destaque no coletivo. Seu corpo é o que melhor aproveita os planos de chão e parece misturar-se, ou confundir-se com a matéria dura do tablado ao realizar desenho completo da coreografia assimilada. Há quase uma mágica do fazer e desmanchar o movimento. Melhor apreendeu todo o contexto de liberdade do corpo para novas investidas.
Alguns bailarinos muito fechados na postura do paradigma clássico, talvez não descobriram, ainda, o salto do gato à desconstrução de gesto da linguagem clássica e deixam a dança contemporânea, ou moderna, com um quase efeito de resíduo de vícios corporais que nem é + a linguagem de dança mãe, nem a escola dissidente.
Finalizam com sujeira as saídas de cena. Precisam aprender que o desmanche da cena, especialmente na dança, fica melhor quando feito fora da cena.
As bailarinas estão + em casa. Têm na delicadeza natural, na neutralidade feminina o ponto sóbrio das interpretações de corpos falantes. Ao contrário dos bailarinos, as meninas não subterfujam imagens corporais alheias, representam a si mesma com tônus e energia feminil, mesmo quando precisam endurecer o emblema da fala do corpo.
A cenografia colorida, à base de malhas esticadas, configura o segundo elemento geométrico da montagem que se mimetiza com os figurinos das personagens e a luz afinada para arredondamento do contexto da concepção cênica de “Pixel”.
Beth Bátalli consegue reunir bailarinos e bailarinas para resultado muito bonito de ver. Tem liberdade, buscas de novas formas de dançar, pesquisa musical definida ao propósito e uma finalização de conjunto que eficientiza a proposta. Salvo pequenos devaneios dos meninos para postura engessada pelo clássico, o resultado geral tem mérito para marcas no mapa da dança de Teresina.
“Pixel” que demonstra trabalho continuado com clientela de artistas, advindos dos bairros da periferia, é todo saldo de acertos. A montagem quebra a falsa idéia de que sensibilidade e talento não estariam, também, na periferia.
A arte educadora da dança moderna, Beth Bátalli, mostra o contrário e não blefa.
por maneco nascimento
A Bátalli Cia. Dança estreou novo espetáculo da linguagem, no dia 13 de julho de 2012, às 20 horas, no palco do Teatro Municipal João Paulo II. Nove bailarino (a)s dividem a cena em pouco + de 30 minutos de preenchimento de espaço, extensão de corpos e reverberação de geometrias experimentadas à anatomia dançante.
Alex Pereira, Gabriela Pereira, Douglas Lira, Chris Sousa, Bruna Santos, Lahézio Wilaney, Lenilson Santos, Raylla ksumik e Andresa Sara estão muito à vontade para desenho pensado por Beth Bátalli. O espetáculo compõe geometrias revelando sensibilidades bem finalizadas à cena.
Lenilson Santos consegue ser destaque no coletivo. Seu corpo é o que melhor aproveita os planos de chão e parece misturar-se, ou confundir-se com a matéria dura do tablado ao realizar desenho completo da coreografia assimilada. Há quase uma mágica do fazer e desmanchar o movimento. Melhor apreendeu todo o contexto de liberdade do corpo para novas investidas.
Alguns bailarinos muito fechados na postura do paradigma clássico, talvez não descobriram, ainda, o salto do gato à desconstrução de gesto da linguagem clássica e deixam a dança contemporânea, ou moderna, com um quase efeito de resíduo de vícios corporais que nem é + a linguagem de dança mãe, nem a escola dissidente.
Finalizam com sujeira as saídas de cena. Precisam aprender que o desmanche da cena, especialmente na dança, fica melhor quando feito fora da cena.
As bailarinas estão + em casa. Têm na delicadeza natural, na neutralidade feminina o ponto sóbrio das interpretações de corpos falantes. Ao contrário dos bailarinos, as meninas não subterfujam imagens corporais alheias, representam a si mesma com tônus e energia feminil, mesmo quando precisam endurecer o emblema da fala do corpo.
A cenografia colorida, à base de malhas esticadas, configura o segundo elemento geométrico da montagem que se mimetiza com os figurinos das personagens e a luz afinada para arredondamento do contexto da concepção cênica de “Pixel”.
Beth Bátalli consegue reunir bailarinos e bailarinas para resultado muito bonito de ver. Tem liberdade, buscas de novas formas de dançar, pesquisa musical definida ao propósito e uma finalização de conjunto que eficientiza a proposta. Salvo pequenos devaneios dos meninos para postura engessada pelo clássico, o resultado geral tem mérito para marcas no mapa da dança de Teresina.
“Pixel” que demonstra trabalho continuado com clientela de artistas, advindos dos bairros da periferia, é todo saldo de acertos. A montagem quebra a falsa idéia de que sensibilidade e talento não estariam, também, na periferia.
A arte educadora da dança moderna, Beth Bátalli, mostra o contrário e não blefa.
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