Provocação de Identidade
por maneco nascimento
No último dia 09 de março de 2012, a partir das 14 horas, no Auditório do CCE/UFPI houve o privilégio oportuno de que eu acompanhasse a apresentação de Defesa de Tese de Mestrado na área da Educação.
A proponente da defesa, a estudante e freira Elizete Dias da Silva, trouxe um tema instigante, a partir da experiência própria em abordagem missionário-religiosa no povoado Cancela, zona rural de Teresina.
O trabalho de defesa, “Povo Bom de Cancela Comunidade Afrodescendente: o que a escola tem com isso?”, teve recepção, para efeito avaliativo de trabalho de pesquisa científica, dos profissionais da UFPI, a Prof. Dr. Solimar Oliveira Lima (CCHL - História), a Profa. Dra. Ana Beatriz Sousa Gomes (CCE – Pedagogia) e o Prof. João Evangelista (CCE – Pedagogia).
O orientador da pesquisadora, o Prof. Ph. Dr. Francis Musa Boakari. O Mestre-Orientador, Boakari, abriu o ritual acadêmico agradecendo a mesa composta e, apresentando sua orientanda, falou sobre celebração.
Celebração de conquistas e também de reconhecimento das experiências do povo negro acolhido à pesquisa, em que se aprenderia coisas sobre afrodescendência.
Uma celebração, um desafio proposto em que o grupo da banca examinadora deveria conhecer o trabalho de Elizete, receber a proposição, avaliar e também fazer críticas.
E pontuou, “Nesse processo a Academia progride e conseguimos melhorar como gente”, pois para o cientista convivemos “num país onde não é fácil ser gente. Esse é o desafio.” O discurso de Boakari desenvolveu boas falas, concentradas nas convivências interrelacionais raciais brasileiras.
A ascendente a Mestre, Elizete Dias, iniciou suas falas pedindo saudação ao pessoal, presente, de Cancela, do São João, também do bairro Santa Teresa, Beco das Irmãs e comunidade de Coroatá. No seu discurso de entrada ao trabalho, efetivamente, disse buscar o estudo de uma coisa que não tinha estudado ainda e resolveu direcionar-se à comunidade Cancela.
Elizete acenou que o assunto de investigação seria sobre concepções étnicorraciais dos moradores e moradoras da comunidade Cancela e, então, passou a apontar pontos levantados em pesquisa para respostas ao objeto estudado. Os pontos, “Negros ou Afrodescendente?”, “Identidade” e “Quilombo”.
Apresentou a comunidade estudada em fotos e festas populares e religiosas e localizou-a, geograficamente, entre a comunidade Caminho Novo e Santa Teresa e, demograficamente, para uma população de 404 habitantes, moradores de 124 casas, a começar às margens da PI que liga Teresina ao município de José de Freitas.
A pesquisadora Elizete Dias da Silva historicizou sua experiência como religiosa na comunidade Santa Teresa e de como se sentiu provocada a desenvolver o tema da pesquisa a partir de circunstâncias, depoimentos e deparo com situações de preconceito e discriminação para com o povo de Cancela, que mantém convivência institucional com o povoado Santa Teresa, a partir da escola, igreja, mobilização social e política, etc.
Suas conclusões finais ao trabalho apontam o Brasil como racista, em que a comunidade, foco de recorte, tem que conviver com o “deixa pra lá” quando o assunto é discriminação e preconceito, também dentro da escola. Os depoimentos colhidos deram margem para conhecer as defesas e ou obscurecimento da afrodescendência e apontam a falta de infraestrutura e políticas públicas que abracem efetivamente Cancela.
O Professor Doutor, Solimar Oliveira Lima, abriu os serviços da banca examinadora e parabenizou a mestranda pela coragem e ousadia de tratar tema tão diferenciado e de viés provocador aos moldes da academia conservadora e acrescentou “nós pesquisadores não temos mais tempo e nem paciência com certos pudores existentes na academia”.
Elogiou a construção da pesquisa e acrescentou sugestões de modificações, ou inclusão de informações para reforço e melhor clareza sob o ponto de vista histórico, acadêmico e metodológico. Ana Beatriz S. Gomes e João Evangelista acrescentaram observações irrefutáveis de caráter científico e basilar a trabalho acadêmico dessa escala ascendente de pesquisa.
Os três examinadores receberam respostas às inquirições e observações técnicas provocadas, em que a postulante a mestrado comprometeu-se, “na medida do possível” realizar as modificações necessárias ao arredondamento técnico do trabalho à Tese de Mestrado em Educação.
Na platéia, entre convidados, professores e colaboradores, amigos, simpatizantes, familiares e curiosos acadêmicos, uma Casa cheia e orgulhosa de + um laboratório em fins de conclusão da experiência manipulada.
A banca examinadora e o Mestre Orientador recolheram-se em sala secretar para, em seguida, apresentar aos ouvintes a consideração de aprovo à Dissertação de Mestrado de Elizete Dias da Silva.
A tornada Mestre em Educação, pela UFPI, agradeceu a Deus, aos familiares e a todos que participaram de sua conquista e disse que “as pessoas são redondamente dinâmicas” e às vezes “não se enquadram no esquema planejado religiosamente” ao discorrer sobre percursos e percalços que têm que driblar, mas que acabam concluindo projetos na adversidade.
Para mim, interessado na pesquisa “Povo Bom de Cancela Comunidade Afrodescendente: o que a escola tem com isso?”, recepcionei algo que quase fugiu da minha expectativa curiosa.
Mas, como em apresentação, com estratégias regulares e tempo de função ritualística, tem-se que apreender as justificativas dadas ao objeto esmiuçado, recolhi minha resistência por não privar de acesso a todo o trabalho que só é de acolho dos examinadores.
De sobra, fica uma leve impressão que Elizete Dias da Silva me pareceu de uma petulância religiosa e de uma humildade acadêmico-científica, quando o "ideal" à mostra de resultado, em academia, deveria ter-se proposto à "petulância" acadêmico-científica e a + humildade religiosa.
Sem fogueiras à ciência, de uma parte, nem à religião, de outra, mas na academia parece que se lida com o fato e objeto de olhar científico, mesmo para enxergar qualquer matiz antropológico religioso.
Provocação de identidade deve ser do cerne humano irrestrito.
por maneco nascimento
No último dia 09 de março de 2012, a partir das 14 horas, no Auditório do CCE/UFPI houve o privilégio oportuno de que eu acompanhasse a apresentação de Defesa de Tese de Mestrado na área da Educação.
A proponente da defesa, a estudante e freira Elizete Dias da Silva, trouxe um tema instigante, a partir da experiência própria em abordagem missionário-religiosa no povoado Cancela, zona rural de Teresina.
O trabalho de defesa, “Povo Bom de Cancela Comunidade Afrodescendente: o que a escola tem com isso?”, teve recepção, para efeito avaliativo de trabalho de pesquisa científica, dos profissionais da UFPI, a Prof. Dr. Solimar Oliveira Lima (CCHL - História), a Profa. Dra. Ana Beatriz Sousa Gomes (CCE – Pedagogia) e o Prof. João Evangelista (CCE – Pedagogia).
O orientador da pesquisadora, o Prof. Ph. Dr. Francis Musa Boakari. O Mestre-Orientador, Boakari, abriu o ritual acadêmico agradecendo a mesa composta e, apresentando sua orientanda, falou sobre celebração.
Celebração de conquistas e também de reconhecimento das experiências do povo negro acolhido à pesquisa, em que se aprenderia coisas sobre afrodescendência.
Uma celebração, um desafio proposto em que o grupo da banca examinadora deveria conhecer o trabalho de Elizete, receber a proposição, avaliar e também fazer críticas.
E pontuou, “Nesse processo a Academia progride e conseguimos melhorar como gente”, pois para o cientista convivemos “num país onde não é fácil ser gente. Esse é o desafio.” O discurso de Boakari desenvolveu boas falas, concentradas nas convivências interrelacionais raciais brasileiras.
A ascendente a Mestre, Elizete Dias, iniciou suas falas pedindo saudação ao pessoal, presente, de Cancela, do São João, também do bairro Santa Teresa, Beco das Irmãs e comunidade de Coroatá. No seu discurso de entrada ao trabalho, efetivamente, disse buscar o estudo de uma coisa que não tinha estudado ainda e resolveu direcionar-se à comunidade Cancela.
Elizete acenou que o assunto de investigação seria sobre concepções étnicorraciais dos moradores e moradoras da comunidade Cancela e, então, passou a apontar pontos levantados em pesquisa para respostas ao objeto estudado. Os pontos, “Negros ou Afrodescendente?”, “Identidade” e “Quilombo”.
Apresentou a comunidade estudada em fotos e festas populares e religiosas e localizou-a, geograficamente, entre a comunidade Caminho Novo e Santa Teresa e, demograficamente, para uma população de 404 habitantes, moradores de 124 casas, a começar às margens da PI que liga Teresina ao município de José de Freitas.
A pesquisadora Elizete Dias da Silva historicizou sua experiência como religiosa na comunidade Santa Teresa e de como se sentiu provocada a desenvolver o tema da pesquisa a partir de circunstâncias, depoimentos e deparo com situações de preconceito e discriminação para com o povo de Cancela, que mantém convivência institucional com o povoado Santa Teresa, a partir da escola, igreja, mobilização social e política, etc.
Suas conclusões finais ao trabalho apontam o Brasil como racista, em que a comunidade, foco de recorte, tem que conviver com o “deixa pra lá” quando o assunto é discriminação e preconceito, também dentro da escola. Os depoimentos colhidos deram margem para conhecer as defesas e ou obscurecimento da afrodescendência e apontam a falta de infraestrutura e políticas públicas que abracem efetivamente Cancela.
O Professor Doutor, Solimar Oliveira Lima, abriu os serviços da banca examinadora e parabenizou a mestranda pela coragem e ousadia de tratar tema tão diferenciado e de viés provocador aos moldes da academia conservadora e acrescentou “nós pesquisadores não temos mais tempo e nem paciência com certos pudores existentes na academia”.
Elogiou a construção da pesquisa e acrescentou sugestões de modificações, ou inclusão de informações para reforço e melhor clareza sob o ponto de vista histórico, acadêmico e metodológico. Ana Beatriz S. Gomes e João Evangelista acrescentaram observações irrefutáveis de caráter científico e basilar a trabalho acadêmico dessa escala ascendente de pesquisa.
Os três examinadores receberam respostas às inquirições e observações técnicas provocadas, em que a postulante a mestrado comprometeu-se, “na medida do possível” realizar as modificações necessárias ao arredondamento técnico do trabalho à Tese de Mestrado em Educação.
Na platéia, entre convidados, professores e colaboradores, amigos, simpatizantes, familiares e curiosos acadêmicos, uma Casa cheia e orgulhosa de + um laboratório em fins de conclusão da experiência manipulada.
A banca examinadora e o Mestre Orientador recolheram-se em sala secretar para, em seguida, apresentar aos ouvintes a consideração de aprovo à Dissertação de Mestrado de Elizete Dias da Silva.
A tornada Mestre em Educação, pela UFPI, agradeceu a Deus, aos familiares e a todos que participaram de sua conquista e disse que “as pessoas são redondamente dinâmicas” e às vezes “não se enquadram no esquema planejado religiosamente” ao discorrer sobre percursos e percalços que têm que driblar, mas que acabam concluindo projetos na adversidade.
Para mim, interessado na pesquisa “Povo Bom de Cancela Comunidade Afrodescendente: o que a escola tem com isso?”, recepcionei algo que quase fugiu da minha expectativa curiosa.
Mas, como em apresentação, com estratégias regulares e tempo de função ritualística, tem-se que apreender as justificativas dadas ao objeto esmiuçado, recolhi minha resistência por não privar de acesso a todo o trabalho que só é de acolho dos examinadores.
De sobra, fica uma leve impressão que Elizete Dias da Silva me pareceu de uma petulância religiosa e de uma humildade acadêmico-científica, quando o "ideal" à mostra de resultado, em academia, deveria ter-se proposto à "petulância" acadêmico-científica e a + humildade religiosa.
Sem fogueiras à ciência, de uma parte, nem à religião, de outra, mas na academia parece que se lida com o fato e objeto de olhar científico, mesmo para enxergar qualquer matiz antropológico religioso.
Provocação de identidade deve ser do cerne humano irrestrito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário