Arte e subcultura
por maneco nascimento
Em matéria de capa do caderno de cultura (arte&fest), do jornal meio norte, de 22 de março de 2012, intitulada “Artistas apontam desafios do teatro piauiense” e assinada por Isabel Cardoso e Raphael Reis é informado que:
“De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 87% dos brasileiros nunca assistiram a uma peça teatral, mesmo os grupos de teatro sendo aqueles que, segundo levantamento, mais recebem incentivos das prefeituras (80,5%).”
E continua “As bandas, orquestras, grupos de manifestação tradicional popular, dança, coral e artesanato recebem o apoio de pelo menos 50% do poder público municipal onde é reconhecida a sua existência.” (Idem)
As secretarias de cultura, ou fundações respectivas, do estado e município local, realizam ações que abrigam respostas de políticas públicas para áreas fins. A Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves dispõe, em seu quadro de facilitação artístico profissional, resultados que atendem a bandas profissionais e iniciáticas, orquestra sinfônica e de violões, grupos e oficinas de dança no diverso do matiz, algumas oficinas de teatro e apoio ao manifesto ato da cultura popular tradicional.
A Fundac, por sua vez, tendo como braço de âncora a SEDUC, vê-se em apoio logístico e de ordem de sobrevivência a manifestações que se finalizam na Escola de Dança do Estado “Lenir Argento”, Escola de Música de Teresina, Escola Técnica de Teatro “Gomes Campos”, Oficina Permanente de Teatro “Procópio Ferreira” et all, a fora eventos que aplicam interesse na cultura popular, Encontro de Folguedos, por exemplo.
Para efeito da matéria e estatística oficial, os produtores do texto interpretam que “Tais números, resguardadas as devidas proporções, também podem ser considerados em nível estadual, o que, segundo artistas piauienses, não é o suficiente para a fomentação do Teatro no Estado.” (arte&fest/artistas apontam desafios do teatro piauiense/meionorte, 22 de março de 2012/C1)
A atriz e Presidente do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão – SATED - PI, Lari Sales, declara em entrevista, à mesma matéria, que haveria a necessidade de um aumento de políticas públicas de fomento à arte teatral no Estado e que, segundo o teor do assunto “(...) é imprescindível que o poder público incremente cada vez mais políticas públicas nessa área. Tanto no que diz respeito a investimentos, quanto no tocante a políticas educacionais, declarou a atriz.” (Idem)
Artista profissional, considere-se o registro na DRT/MTE, na área de teatro desde o início da década de 1990, “tenho visto tanta coisa nesse mundo de meu Deus...”. No final da década de 1970 e, por toda a década seguinte, acompanhei discussões sobre a platéia dos 100.
Convivi com grupos que recebiam apoios oficiais do INACEN, entre outras siglas de defeso do teatro e, entre + coisas também, testemunhei uso, usufruto e resultados, por vezes, menos saudáveis que recursos públicos investidos.
Depois vieram as leis de incentivo cultural, Lei A. Tito Filho (município) e SIEC (estado) que, na febre do nascedouro, trouxeram benefícios para todas as áreas de cultura, para depois irem arrefecendo o investimento oficial de competência pública em depósito de fundo de cultura.
Estabelecendo que o assunto é, de acompanhamento da experiência das leis locais, viu-se patrocinadores cansarem-se da morosa transação administrativa dos processos de renúncia fiscal, pouco esclarecimento ao empresariado sobre procedimentos pragmáticos de investimentos e uma, ainda, prática de cultura bem brasis de, “pra que investir em cultura dos outros, se tenho meus próprios processos de maquear políticas públicas de cultura.”
Por outro lado há a recorrência de determinados promotores culturais que, contemplados com recursos públicos de incentivo, por vezes não prestam contas; prestam-nas de forma “irregular” e descompromissada com o andamento dos processos que emperram, quando determinada ação particular descumpre os acordos de editais.
Há, especialmente, aquele que não prestou contas e ainda se planta à frente dos cobradores de eficiência das leis.
Como conselheiro, com passagem pela lei do município e do estado, sei bem do que declaro. E há casos em que seria vergonhoso para a ética e o respeito ao recurso público até pensar no nome do promotor que recebeu o recurso e ninguém sabe, ninguém viu o investimento aplicado.
Um escamoteio em “mis-èn-scene” apresentado para efeito do “mascaramento” público e “cumprimento” ao que a letra do edital exige de contrapartida.
Nos últimos e, ainda recentes, oito anos passados do governo de companheiros, houve casos que mereceriam mais acuidade do estado que, desviado do compromisso ao fundo cultural, deixou heranças de dívidas de 2005/2008 e também de “artistas” fingidos de mortos e detentores do “complexo de coitadismo” à autodefesa pública.
O promotor cultural local ao receber incentivo público e não cumprir os acordos de parcerias de leis públicas versus artistas, não só reitera a cultura do “jeitinho”, mas realiza uma subcultura carnavalizada, que até impacta a quem não conhece como corre a administração do dinheiro público até chegar à conta do “promoter”.
Quando um conselheiro de lei vai conferir o resultado do investimento e não descobre em que foi investido o incentivo, guarda um constrangimento grave. É claro que há artista e artistas, água e águas, teatro e teatros, verbo e verborragias.
Há espaço para os regulares e legais e sobra também espaço para os outros que democraticamente concorrem ao incentivo cultural.
A discussão sobre os rumos do teatro piauiense é sempre salutar e urgente.
Há administradores que continuam tratando não só essa manifestação social das cênicas, mas o leque amplo da cultura coletiva, como a prima pobre eclipsada ao olhar do detentor do recurso público sob seu despacho.
As artes cênicas piauienses têm força particularmente solidificada pela própria atitude e, por vezes, mesmo que timidamente, por ato de pressão à abertura do interesse político às políticas de cultura.
Embora haja certos “pachás”, travestidos de interventores da cultura, que agem como se donos do recurso para aplicação as suas conveniências e às dos seus.
Temos um teatro forte, uma dança expressiva, uma música ímpar, bons atores, grupos e artistas determinantes da cultura que merecemos ter. Salvo as diferenças e as idiossincrasias da natureza escorpiã do homem(genérico), a cultura local se garante. Talvez o artista ainda precise compreender que recurso público advém do imposto de cada um indistintamente.
A platéia local já é a dos quinhentos, oitocentos espectadores. Com + consciência política e de políticas públicas e coletivizadas, às vezes do artista, talvez se deixe o patamar da promoção de subcultura que não ofende a político nem governos, porque sua cultura é de outra ordem.
por maneco nascimento
Em matéria de capa do caderno de cultura (arte&fest), do jornal meio norte, de 22 de março de 2012, intitulada “Artistas apontam desafios do teatro piauiense” e assinada por Isabel Cardoso e Raphael Reis é informado que:
“De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 87% dos brasileiros nunca assistiram a uma peça teatral, mesmo os grupos de teatro sendo aqueles que, segundo levantamento, mais recebem incentivos das prefeituras (80,5%).”
E continua “As bandas, orquestras, grupos de manifestação tradicional popular, dança, coral e artesanato recebem o apoio de pelo menos 50% do poder público municipal onde é reconhecida a sua existência.” (Idem)
As secretarias de cultura, ou fundações respectivas, do estado e município local, realizam ações que abrigam respostas de políticas públicas para áreas fins. A Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves dispõe, em seu quadro de facilitação artístico profissional, resultados que atendem a bandas profissionais e iniciáticas, orquestra sinfônica e de violões, grupos e oficinas de dança no diverso do matiz, algumas oficinas de teatro e apoio ao manifesto ato da cultura popular tradicional.
A Fundac, por sua vez, tendo como braço de âncora a SEDUC, vê-se em apoio logístico e de ordem de sobrevivência a manifestações que se finalizam na Escola de Dança do Estado “Lenir Argento”, Escola de Música de Teresina, Escola Técnica de Teatro “Gomes Campos”, Oficina Permanente de Teatro “Procópio Ferreira” et all, a fora eventos que aplicam interesse na cultura popular, Encontro de Folguedos, por exemplo.
Para efeito da matéria e estatística oficial, os produtores do texto interpretam que “Tais números, resguardadas as devidas proporções, também podem ser considerados em nível estadual, o que, segundo artistas piauienses, não é o suficiente para a fomentação do Teatro no Estado.” (arte&fest/artistas apontam desafios do teatro piauiense/meionorte, 22 de março de 2012/C1)
A atriz e Presidente do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão – SATED - PI, Lari Sales, declara em entrevista, à mesma matéria, que haveria a necessidade de um aumento de políticas públicas de fomento à arte teatral no Estado e que, segundo o teor do assunto “(...) é imprescindível que o poder público incremente cada vez mais políticas públicas nessa área. Tanto no que diz respeito a investimentos, quanto no tocante a políticas educacionais, declarou a atriz.” (Idem)
Artista profissional, considere-se o registro na DRT/MTE, na área de teatro desde o início da década de 1990, “tenho visto tanta coisa nesse mundo de meu Deus...”. No final da década de 1970 e, por toda a década seguinte, acompanhei discussões sobre a platéia dos 100.
Convivi com grupos que recebiam apoios oficiais do INACEN, entre outras siglas de defeso do teatro e, entre + coisas também, testemunhei uso, usufruto e resultados, por vezes, menos saudáveis que recursos públicos investidos.
Depois vieram as leis de incentivo cultural, Lei A. Tito Filho (município) e SIEC (estado) que, na febre do nascedouro, trouxeram benefícios para todas as áreas de cultura, para depois irem arrefecendo o investimento oficial de competência pública em depósito de fundo de cultura.
Estabelecendo que o assunto é, de acompanhamento da experiência das leis locais, viu-se patrocinadores cansarem-se da morosa transação administrativa dos processos de renúncia fiscal, pouco esclarecimento ao empresariado sobre procedimentos pragmáticos de investimentos e uma, ainda, prática de cultura bem brasis de, “pra que investir em cultura dos outros, se tenho meus próprios processos de maquear políticas públicas de cultura.”
Por outro lado há a recorrência de determinados promotores culturais que, contemplados com recursos públicos de incentivo, por vezes não prestam contas; prestam-nas de forma “irregular” e descompromissada com o andamento dos processos que emperram, quando determinada ação particular descumpre os acordos de editais.
Há, especialmente, aquele que não prestou contas e ainda se planta à frente dos cobradores de eficiência das leis.
Como conselheiro, com passagem pela lei do município e do estado, sei bem do que declaro. E há casos em que seria vergonhoso para a ética e o respeito ao recurso público até pensar no nome do promotor que recebeu o recurso e ninguém sabe, ninguém viu o investimento aplicado.
Um escamoteio em “mis-èn-scene” apresentado para efeito do “mascaramento” público e “cumprimento” ao que a letra do edital exige de contrapartida.
Nos últimos e, ainda recentes, oito anos passados do governo de companheiros, houve casos que mereceriam mais acuidade do estado que, desviado do compromisso ao fundo cultural, deixou heranças de dívidas de 2005/2008 e também de “artistas” fingidos de mortos e detentores do “complexo de coitadismo” à autodefesa pública.
O promotor cultural local ao receber incentivo público e não cumprir os acordos de parcerias de leis públicas versus artistas, não só reitera a cultura do “jeitinho”, mas realiza uma subcultura carnavalizada, que até impacta a quem não conhece como corre a administração do dinheiro público até chegar à conta do “promoter”.
Quando um conselheiro de lei vai conferir o resultado do investimento e não descobre em que foi investido o incentivo, guarda um constrangimento grave. É claro que há artista e artistas, água e águas, teatro e teatros, verbo e verborragias.
Há espaço para os regulares e legais e sobra também espaço para os outros que democraticamente concorrem ao incentivo cultural.
A discussão sobre os rumos do teatro piauiense é sempre salutar e urgente.
Há administradores que continuam tratando não só essa manifestação social das cênicas, mas o leque amplo da cultura coletiva, como a prima pobre eclipsada ao olhar do detentor do recurso público sob seu despacho.
As artes cênicas piauienses têm força particularmente solidificada pela própria atitude e, por vezes, mesmo que timidamente, por ato de pressão à abertura do interesse político às políticas de cultura.
Embora haja certos “pachás”, travestidos de interventores da cultura, que agem como se donos do recurso para aplicação as suas conveniências e às dos seus.
Temos um teatro forte, uma dança expressiva, uma música ímpar, bons atores, grupos e artistas determinantes da cultura que merecemos ter. Salvo as diferenças e as idiossincrasias da natureza escorpiã do homem(genérico), a cultura local se garante. Talvez o artista ainda precise compreender que recurso público advém do imposto de cada um indistintamente.
A platéia local já é a dos quinhentos, oitocentos espectadores. Com + consciência política e de políticas públicas e coletivizadas, às vezes do artista, talvez se deixe o patamar da promoção de subcultura que não ofende a político nem governos, porque sua cultura é de outra ordem.
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