quinta-feira, 15 de maio de 2014

Teatro em Rimbaud

Lírica rimbaudeana
A poesia francesa e a lírica moderna ganham força em “Rimbaudemonio”, para contemporâneos e revisitas do teatro de tradição e modernidade, numa montagem da Companhia Direto da Fonte, de São Luiz, do Maranhão. 
A temporada da Cia. maranhense acontece dias 16 e 17 de maio, às 20h, Teatro Estação (Trilhos).



A Companhia Direto da Fonte traz, à cena teresinense, uma adaptação do texto Rimbaudemonio: traições, colagens e iluminações no inferno escrito pelo poeta Celso Borges, em 2007, quando ainda morava em São Paulo.
(licença dramática para Verlaine e Rimbaud/fotos Cia. Direto da Fonte)
A peça “Rimbaudemonio” tem direção de Charles Melo e atuação de Raimundo Reis (como o demônio) e Ruan do Vale (como Rimbaud).
(paixões e amores extravasados/fotos Cia. Direto da Fonte)
Depois de beber inspiração no cálice satânico para escrever alguns dos versos mais belos de sua época, Rimbaud abandona a poesia. Antes, porém, sente-se no dever de comunicar isso ao seu grande mestre e para isso vai visitar o diabo no inferno, que se revolta contra ele”, diz Celso Borges, no texto de abertura.  
(personagens dramáticas, poética francesa/fotos Cia. Direto da Fonte)
“Rimbaudemonio” é inspirado em cinco tradutores do poeta francês, que alimentaram a construção do texto: Augusto de Campos, Ivo Barroso, Lêdo Ivo, Maurício Arruda Mendonça e Rodrigo Garcia Lopes, além de ensaios de Wallace Fowlie, Henry Miller, Edmund Wilson e Peter Stanford; e inspirações libertárias do Gênesis, de Roberto Piva, de Charles Baudelaire e do clássico Simpathy for the Devil, da dupla Jagger e Richards, da banda de rock Rolling Stones.
O Texto do Celso Borges, apesar de todos os méritos literários, nos dava muito pouco de indicações de ações cênicas, era um desafio em estado bruto. O que fizemos então, com o texto parece muito com o que ele fez com o Rimbaud; Traições, colagens e iluminações ‘no palco’".
(amor e sexo, paixões e amores traídos/fotos Cia. Direto da Fonte)
A poética da palavra foi complementada pela poética do gesto, da imagem, dos sons e da própria existência das personagens. Nosso demônio é um misto de Verlaine, Alter-Ego do próprio Rimbaud e senso comum questionado. Nosso Rimbaud é um menino sensível e confuso, e a peça como um todo parece dizer que, com a partida de Rimbaud para a África, o romantismo do século XIX está definitivamente morto e enterrado. Ele deu o seu recado: É preciso ser absolutamente moderno.
Misturamos cinema e teatro, carinho e violência, álcool e poesia, nudez e roupas pesadas, para contar essa dolorosa história de um poeta único, magistral, abandonando a poesia”, diz o diretor da encenação, Charles Melo.
(um brinde no inferno poético/fotos Cia. Direto da Fonte)
O Grupo
A Companhia Direto da Fonte existe, informalmente, desde 1992 quando tinha o nome de H3ASO4 Produções. Com essa designação montou os espetáculos “Terceira Canção de Muito Longe”, roteiro de Charles Melo e poemas de Mario Quintana, tendo se apresentado em São Luís, Rio de Janeiro, Teresina, Imperatriz e Belém; “O Sótão”, de Ivan Sarney, com direção de Tácito Borralho; “O Moço que Casou com Mulher Braba”, de D. Afonso Manoel, com direção de Charles Melo; “As Aventuras do Super-Espantalho contra o Dr. Corvo”, de Ivo Bender, com direção de Geraldo Iensen; “Biedermann e os Incendiários”, de Max Fricht, com direção de Charles Melo.
 Já com o nome de Companhia Direto da Fonte montou “A Cigarra e a Formiga”; “Camões Diet”; “Poemas para Che” e “Toilet”, todos com texto e direção de Charles Melo, e “Rimbaudemônio”, de Celso Borges, com direção de Charles Melo. O próximo projeto do grupo é uma adaptação dramatúrgica de Inaldo Lisboa do romance “Noite Sobre Alcântara”, de Josué Montello. A montagem acabou de ser aprovado na Lei de Incentivo Cultural do Estado e os ensaios devem começar em outubro, para estrear em março de 2014.
O Diretor
Charles Melo é graduado em Teatro pela UFMA, morou e no Rio de Janeiro onde teve aulas com Maria Clara Machado; Brasília onde trabalhou com vários diretores, entre eles o diretor uruguaio Hugo Rodas e em Belo Horizonte, onde trabalhou no Sated/MG.  Ganhou dois Prêmios Cidade de São Luis que resultaram na publicação do romance “Outro Dia” e da peça teatral “Toilet”.
Escreveu e dirigiu o curta-metragem “Dormir e Acordar”.  Dirigiu os espetáculos “Quem Roubou meu Anabela”, em Brasília/DF; “Terceira Canção de Muito Longe”; “O Moço que Casou com Mulher Braba”; “Camões Diet”; “Biederman e os Incendiários”; “A Cigarra e a Formiga”; “Poemas para Che”; “Toilet” e “Rimbaudemônio”.
Trabalhou, como ator, nos espetáculos “O Sótão”, com direção de Tácito Borralho; “A Capital Federal”, com direção de Ubiratan Teixeira; “O Pleito”, com direção de Domingos Tourinho; “Ana do Maranhão”, com direção de Cassia Pires. Atualmente está dirigindo a montagem do espetáculo “Entre Quatro Paredes”, de Jean Paul Sartre, com previsão de estreia para final de abril, deste.
“Rimbaudemonio” tem Figurino, iluminação, cenografia e direção: Charles Melo. No Elenco, Raimundo Reis e Ruan do Valle. A Fotografia de Evandro Martin e a Edição e som, de Edemar Miqueta.
As apresentações, dias 16 e 17 de maio, 20h, no Teatro Estação (Trilhos) - Av. Miguel Rosa. CLASSIFICAÇÃO: 18 ANOS.  Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$10,00 (meia).
A produção local é da VR Produções, com apoio do Grupo Harém de Teatro, FM Universitária, FM Cultura, Antares 800, TV Antares, TV Assembleia e TV Cidade verde. Maiores informações, através dos telefones (86) 8822-6146 / 9917-3647 / 8168-5444.

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