19º. Salão de Artes Plásticas
por maneco nascimento
No ano em que a Casa da Cultura de Teresina – CCT completou 18 anos (12 de agosto de 2012), também recebe nesse início de novembro corrente a 19ª. Edição do Salão de Artes Plásticas de Teresina. 18 anos de vida da Casa, 19 anos de Salão de Artes Plásticas e 17 obras expostas nesta Edição 2012.
Sob a coordenação de Gabriel Archanjo e equipe de avaliação e julgamento de trabalhos inscritos, composta por Tupy, Zozilena Fróes e Cícero Manoel, o 19º. Salão de Artes Plásticas de Teresina deu uma encolhida. Só dezessete obras passaram pelo crivo da comissão julgadora do Salão.
Em exposição na Galeria “Lucílio Albuquerque”, segundo pavimento da CCT, os trabalhos têm amparo nas linguagens de desenho, gravuras, pintura e escultura (instalação) e nunca tiveram tanto espaço para se auto-promover em área tão extensa e tão pouca produção pictórica reconhecida, pela comissão, como de acesso ao Salão.
O 2º. Lugar em Pintura ficou com o artista Evaldo Santos Oliveira que apresentou a sérieContorção I e II. A premiada foi “Contorção I” numa perspectiva de anatomia em distorção/contorção/desumanização e coisificação exterior do impressionismo expiado. O sexo feminino aparente, em vermelho fogo. Já a segunda obra “Contorção II”, mesmo expressionismo anatômico da primeira peça. Sexo quente em expiação através do contorcionismo frente/costas do corpo de mulher.
Avelar Amorim traz em pintura, a peça “Despertar da Saúde”. Cena de hospital, saídas e entradas. Coletivo em esperas, talvez uma alusão a serviço público de saúde com o ir e vir de vidas. No limiar do (in) consciente, talvez linhas e traços pictóricos com conotação de “coitos”.Marcos Pires, na linguagem de desenho, arrisca em “Dormindo de Banda”. Ensaio de anatomia humana, em nu, no ambiente de quarto.
Joniel Santos também lança duas propostas, em desenho. “Errante das Areias do Tempo”, caos e expectativa de vida, entre o bem e o mal. Personagem “demoníaca” em mundo pós-tudo. Lixo, sujeira de engrenagens do progresso industrial. Ser enraizado das flores e trepadeiras no resquício de floresta desmatada. A outra obra, sem título, um abutre pós-caos. Memórias de tecnologias reapropriadas. Guerreiro do caos em mundo sem árvores.Detalhismos de traço e imagens afetivas contrapostas da beleza e sobrevida.
A instalação, dada pela curadoria do Salão como escultura, obra de Regis Ricardo, vem em motivos I e II. Escultura “Reflexos” (I), lâmina de espelho quadrado, recostada na parede e um caminho de pedras, de fogo, brancas que penetra reflexo adentro. Escultura “Reflexos” (II), lâmina de espelho quadrado, recostada em um dos vértices do canto da parede. Círculo de pedras, de fogo, brancas desenha uma circunferência que se completa espelho adentro.
João Valdênio cisma linguagem para desenho e gravuras. A série “Sem Título I, II e III”. O 1º. Lugar para Gravuras ficou com “Sem Título I”, traços circulares com preenchimento em “arbustos” no entremeio de formas “femininas”. Sugestão de recepção: “peitos” fartos, “bundas”, “tronco de mulher”, “nuvens”, “luas” em escala, “céu” coroado de sensual. “Sem Título II”, detalhismos de formas, na lâmina de metal, riscos expressivos no domínio da tela a (in) conscientes traços entre o caos e a virtuose criadora. “Sem Título III”, minimalismo expressivo, na lâmina de metal. Miniformas em caótico universo criativo.
Guimarães Junior também traz sua série sensual ao desenho. Em “Nossa Senhora dos Ninfomaníacos”, cubismos e geometrimos e extremos a olhos de “gabes” e de “pirâmide” ancestral. Ícones sadomasô, macho e fêmea no frenesi da libido entre o seu e o sexo da “deusa” sadô. Reflexão ao “ingênuo” e prematuro desejo idealizado.
Já em “Touro/Colibris”, Guimarães levou o 1º. Lugar para a categoria desenho. O imagético de uma toureira em domínio do animal belo e viril. O bicho entregue ao afã do sexo feminino, dominador da “fera”. Detalhe do traço em nanquim do negro ao vermelho do sangue e areia. Sob o véu da toureira nua, “vestida” para matar, colibris enlevados pela cor sangue colhem o néctar. As armas de Joana, a toureira, luvas longas de renda negra e meias cinta liga. Bichos enlevados pelo poético de domínio sensual.
Valdeci Freitas, em sua série estilingue reproduz a arte do grafite, na linguagem pintura. “Estilingada”, arte da rua – grafite e expressionismo das cores quentes e juvenis. O estilingue social das periferias. “Estilingue Vermelho”, entre heróis e “cowboys”, rappel das grafitagens em desafio da gravidade e convenção. “Caçador de Estilingue”, o mesmo herói da temática em série. Operários do grafite definem a identidade pictórica ao caçador e seu estilingue.
Pâmela Reis com a série, legendada, “Universo Feminino I, II e III” levou o 2º. Lugar da categoria desenho. Universo Feminino I - “No Princípio veio a Insônia”, um baton em descanso, aberto. Pós uso do desejo insistido. Universo Feminino II – “Depois, as unhas vermelhas de puta”, esmalte vermelho em descanso, “da caça (busca)” à entrega. Universo Feminino III – “E o rímel, o frasco, a gosma, o gozo, o sono”. Rímel aberto após uso, sugestão da atividade tira e põe, beleza e hidratação dos supercílios ao relaxamento dos instrumentos.
O último artista exposto, Germano Munganga, impôs obras em pintura e desenho. Em pintura, “Traçando”, cena de sexo do (in) consciente ao reflexo das tintas e traços. “Cabeça”, “tronco” e “membros” clamam, no estertor do prazer e fantasias e interditos. Coitos e masturbação, sexo suplicante e replicante de fantasias a falos, olhos de gabes e atos feláticos que se confluem.
Germano também apresenta, em desenho, “Comendo Maçã”, variação sobre o mesmo tema. No universo de bichos e gentes e sexo e genitálias e entradas e saídas e corpos e mentes e membros. E sóis e luas insones, presos ao prazer. Falopismos expressivos, monstros e “pesadelos” do desejo.
19º. Salão de Artes Plásticas, para todo esse mês de novembro até 5 de dezembro, na Casa da Cultura, solar amarelo do Barão de Gurgueia, na Praça Saraiva. O que se está produzindo na cidade em dias de tintas magras e pincéis oblíquos. Mas é o nosso Salão, “doelha a quem doelha!”
por maneco nascimento
No ano em que a Casa da Cultura de Teresina – CCT completou 18 anos (12 de agosto de 2012), também recebe nesse início de novembro corrente a 19ª. Edição do Salão de Artes Plásticas de Teresina. 18 anos de vida da Casa, 19 anos de Salão de Artes Plásticas e 17 obras expostas nesta Edição 2012.
Sob a coordenação de Gabriel Archanjo e equipe de avaliação e julgamento de trabalhos inscritos, composta por Tupy, Zozilena Fróes e Cícero Manoel, o 19º. Salão de Artes Plásticas de Teresina deu uma encolhida. Só dezessete obras passaram pelo crivo da comissão julgadora do Salão.
Em exposição na Galeria “Lucílio Albuquerque”, segundo pavimento da CCT, os trabalhos têm amparo nas linguagens de desenho, gravuras, pintura e escultura (instalação) e nunca tiveram tanto espaço para se auto-promover em área tão extensa e tão pouca produção pictórica reconhecida, pela comissão, como de acesso ao Salão.
O 2º. Lugar em Pintura ficou com o artista Evaldo Santos Oliveira que apresentou a sérieContorção I e II. A premiada foi “Contorção I” numa perspectiva de anatomia em distorção/contorção/desumanização e coisificação exterior do impressionismo expiado. O sexo feminino aparente, em vermelho fogo. Já a segunda obra “Contorção II”, mesmo expressionismo anatômico da primeira peça. Sexo quente em expiação através do contorcionismo frente/costas do corpo de mulher.
Avelar Amorim traz em pintura, a peça “Despertar da Saúde”. Cena de hospital, saídas e entradas. Coletivo em esperas, talvez uma alusão a serviço público de saúde com o ir e vir de vidas. No limiar do (in) consciente, talvez linhas e traços pictóricos com conotação de “coitos”.Marcos Pires, na linguagem de desenho, arrisca em “Dormindo de Banda”. Ensaio de anatomia humana, em nu, no ambiente de quarto.
Joniel Santos também lança duas propostas, em desenho. “Errante das Areias do Tempo”, caos e expectativa de vida, entre o bem e o mal. Personagem “demoníaca” em mundo pós-tudo. Lixo, sujeira de engrenagens do progresso industrial. Ser enraizado das flores e trepadeiras no resquício de floresta desmatada. A outra obra, sem título, um abutre pós-caos. Memórias de tecnologias reapropriadas. Guerreiro do caos em mundo sem árvores.Detalhismos de traço e imagens afetivas contrapostas da beleza e sobrevida.
A instalação, dada pela curadoria do Salão como escultura, obra de Regis Ricardo, vem em motivos I e II. Escultura “Reflexos” (I), lâmina de espelho quadrado, recostada na parede e um caminho de pedras, de fogo, brancas que penetra reflexo adentro. Escultura “Reflexos” (II), lâmina de espelho quadrado, recostada em um dos vértices do canto da parede. Círculo de pedras, de fogo, brancas desenha uma circunferência que se completa espelho adentro.
João Valdênio cisma linguagem para desenho e gravuras. A série “Sem Título I, II e III”. O 1º. Lugar para Gravuras ficou com “Sem Título I”, traços circulares com preenchimento em “arbustos” no entremeio de formas “femininas”. Sugestão de recepção: “peitos” fartos, “bundas”, “tronco de mulher”, “nuvens”, “luas” em escala, “céu” coroado de sensual. “Sem Título II”, detalhismos de formas, na lâmina de metal, riscos expressivos no domínio da tela a (in) conscientes traços entre o caos e a virtuose criadora. “Sem Título III”, minimalismo expressivo, na lâmina de metal. Miniformas em caótico universo criativo.
Guimarães Junior também traz sua série sensual ao desenho. Em “Nossa Senhora dos Ninfomaníacos”, cubismos e geometrimos e extremos a olhos de “gabes” e de “pirâmide” ancestral. Ícones sadomasô, macho e fêmea no frenesi da libido entre o seu e o sexo da “deusa” sadô. Reflexão ao “ingênuo” e prematuro desejo idealizado.
Já em “Touro/Colibris”, Guimarães levou o 1º. Lugar para a categoria desenho. O imagético de uma toureira em domínio do animal belo e viril. O bicho entregue ao afã do sexo feminino, dominador da “fera”. Detalhe do traço em nanquim do negro ao vermelho do sangue e areia. Sob o véu da toureira nua, “vestida” para matar, colibris enlevados pela cor sangue colhem o néctar. As armas de Joana, a toureira, luvas longas de renda negra e meias cinta liga. Bichos enlevados pelo poético de domínio sensual.
Valdeci Freitas, em sua série estilingue reproduz a arte do grafite, na linguagem pintura. “Estilingada”, arte da rua – grafite e expressionismo das cores quentes e juvenis. O estilingue social das periferias. “Estilingue Vermelho”, entre heróis e “cowboys”, rappel das grafitagens em desafio da gravidade e convenção. “Caçador de Estilingue”, o mesmo herói da temática em série. Operários do grafite definem a identidade pictórica ao caçador e seu estilingue.
Pâmela Reis com a série, legendada, “Universo Feminino I, II e III” levou o 2º. Lugar da categoria desenho. Universo Feminino I - “No Princípio veio a Insônia”, um baton em descanso, aberto. Pós uso do desejo insistido. Universo Feminino II – “Depois, as unhas vermelhas de puta”, esmalte vermelho em descanso, “da caça (busca)” à entrega. Universo Feminino III – “E o rímel, o frasco, a gosma, o gozo, o sono”. Rímel aberto após uso, sugestão da atividade tira e põe, beleza e hidratação dos supercílios ao relaxamento dos instrumentos.
O último artista exposto, Germano Munganga, impôs obras em pintura e desenho. Em pintura, “Traçando”, cena de sexo do (in) consciente ao reflexo das tintas e traços. “Cabeça”, “tronco” e “membros” clamam, no estertor do prazer e fantasias e interditos. Coitos e masturbação, sexo suplicante e replicante de fantasias a falos, olhos de gabes e atos feláticos que se confluem.
Germano também apresenta, em desenho, “Comendo Maçã”, variação sobre o mesmo tema. No universo de bichos e gentes e sexo e genitálias e entradas e saídas e corpos e mentes e membros. E sóis e luas insones, presos ao prazer. Falopismos expressivos, monstros e “pesadelos” do desejo.
(Casa da Cultura de Teresina - CCT, sede do Salão de Artes Plásticas/foto: divulgação)
19º. Salão de Artes Plásticas, para todo esse mês de novembro até 5 de dezembro, na Casa da Cultura, solar amarelo do Barão de Gurgueia, na Praça Saraiva. O que se está produzindo na cidade em dias de tintas magras e pincéis oblíquos. Mas é o nosso Salão, “doelha a quem doelha!”
Para um trocadilho infame de eventos artísticos recentes e consecutivos... 19º Salão de Artes Plásticas de Teresina, vulgo SACANAGEM!!!
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