sábado, 10 de novembro de 2012

Vêni, vídi, víci


 Vêni, vídi, víci
por maneco nascimento

À noite de 09 de novembro de 2012 confirmou-se,
 no palco do Theatro 4 de Setembro, o momento de coroação de + uma edição do FestMonólogos “Ana Maria Rêgo”. Promovido pela Prefeitura de Teresina, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves e tendo à frente dos trabalhos árduos o coordenador do evento, Antoniel Ribeiro.

Marcada no livro de memórias do teatro da cidade, a fogo e ato pragmático, a
 XIX Edição do Festival Nacional de Monólogos “Ana Maria Rêgo” – Ano Adalmir Miranda. Para os amantes do teatro, belas manifestações e linguagens apropriadas de pesquisas, talento, virtuose e sujeito de cena viva, o(a) intérprete em solilóquios e verdades do fingimento.

Os estados representados, Maranhão (São Luis), Ceará (Fortaleza), Rio Grande do Norte (Mossoró), Minas Gerais (Belo Horizonte), Rio de Janeiro (RJ) e Piauí (Teresina). Os monólogos respectivos,“Primeiro Amor”; “Azulejo Branco”; “Aurora Boreal”; “Apareceu a Margarida”; “Sala, Quarto, Cozinha, Banheiro e Outros Lugares Menos Cômodos” e “Álvaro de Campos em Pessoa”.

Uma disputa acirrada, ao diverso de signos lingüísticos, à linguagem apropriada de dinâmica do teatro. Disputa esta acompanhada de perto, pelos jurados (diretores e atores de teatro) Guido Campos (GO), Francinice Campos (CE) e Luciano Brandão (PI), se pode confirmar céus e terras visitadas em dramaturgias compensadas pelo esforço de concentrar respostas à arte de encenar e fingir estratégias de convencimento.

Em terreno de concorrência, naturalmente há o momento de laurear os que merecem em obediência ao rito da ação cênica testada e atestada ao fazer teatral. O Grupo (Núcleo de Pesquisas Teatrais Rascunho), representante do Maranhão (“Primeiro Amor”) levou o Prêmio Especial de Incentivo à Pesquisa e o de Melhor Sonoplastia (Abimaelson Santos).

O
 Rio de Janeiro (“Sala, Quarto, Cozinha, Banheiro e Outros Lugares Menos Cômodos”) abocanhou o Prêmio de Melhor Atriz (Andréa Cevidanes) e o Prêmio de Melhor Espetáculo do Júri Popular. Minas Gerais (“Apareceu a Margarida”) levou o Prêmio de Melhor Cenário.

A cidade de Mossoró (RN) foi a grande vencedora do Festival. O espetáculo “Aurora Boreal”. A montagem potiguar ficou com os Prêmios de Melhor Ator (Dionízio do Apodi), Melhor Espetáculo, Melhor Direção (Dionízio do Apodi), Melhor Figurino e Melhor Iluminação (Maxson Ariton e Dionízio do Apodi).

(recorte do Jornal De Fato, de Mossoró (RN)

O ator e diretor piauiense homenageado, nesta Edição - Adalmir Miranda - fechou o evento com chave aureada da lírica portuguesa para pessoas de Pessoa. O espetáculo performance “Álvaro de Campos em Pessoa” continua sendo a melhor obra realizada pelo artista local, à cena aberta composicional, prospectada em sensível pesquisa a refinado resultado.

Aos dezenove anos de existência o
 FestMonólogos não perde o registro da memória afetiva, daqueles dias na década de 1980 em que se deu o pontapé aos ritos iniciáticos de primeira edição, encima da carroceria de um caminhão, às portas da casa do ator Galdirã Cavalcante, no bairro São Pedro. 

Esta edição de 2012 deu-se em ano de vacas magras e olha que não teve nada a ver com a falta de chuva no nordeste. Talvez as políticas públicas de cultura é que foram perdendo seu nordeste nessa terreno árido, de pouca atenção ao fator cultural das cenas locais. 

Ao longo desses dezenove anos em que o Festival “Ana Maria Rêgo” fez presença, muito brilho de artistas da cena que cumpriram seu papel de revelar a personagem. 2012 também selou sua obra de insistência em não deixar a chama apagar.

Com todas as dificuldades apresentadas, percalços debelados, a semana de 6 a 09 de novembro de 2012
 revitalizou a vontade de nunca desistir, precedida pelo desejo de dar vida ao palco do XIX Festival Nacional de Monólogos “Ana Maria Rêgo" que veio, viu e venceu + uma batalha da defesa de território, já determinado pela arte da cena.

Como o general cônsul romano (
Júlio César em 47 aC.) ao proferir orgulho e proclamar seu feito ao senado imperial, acerca de recente vitória sobre Farnaces II do Ponto da Batalha de Zela, a coordenação do FestMonólogos também pode, sem qualquer prurido, pronunciar a bons ouvidos latinos:

(Dionízio Aurora Boreal do Apodi/ foto: divulgação

“Vêni, vidi, vítchi” (pronúncia romana). “Vêni, vídi, víci” (pronúncia indicada por Aurélio). “Vim, vi e venci.” (Pequeno Dicionário Jurídico de Expressões Latinas). Para um bom português expressado, a batalha foi vencida com louvor.

E, para ficar na paráfrase shakespeariana, “a sorte foi lançada, viu-se uma boa vitória”. Combate pra gente (vi)ver!


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