por maneco nascimento
A VII Mostra de Teatro ao Alcance de Todos, alcançou uma plateia, já formada, bem interessada e, compensadamente, feliz, na noite de 20 de agosto, a partir das 18h30, no Espaço Jaburú, bairro Cidade Jardim.
Os espetáculos, vistos naquele sábado, foram uma lavada na alma e rejuvenescimento do espírito, que só riu e dobrou gargalhadas, com as ações e atos delicados ao fazer rir, através de variada cena.
Todas as gerações ali reunidas, crianças, jovens, adultos, idosos, todo o público deu gargalhadas porque era dia da alegria.
O primeiro espetáculo da noite, "A Farsa da Boa Preguiça", com futuros atores, em recém formação no curso técnico em artes dramáticas da Escola Técnica Estadual de Teatro Prof. "Gomes Campos" (Teresina/PI), foi o primeiro lance, nos jogos dramáticos previstos à noite.
Um elenco de jovens adolescentes, em constituída ação de mergulho na obra de Ariano Suassuna e, tendo, à frente a facilitdora Emanuelle Vieira, como coordenadora e diretora da dramaturgia encenada.
Texto de imersão na cultura popular nordestina e vertiginosa aura de humor peculiar às contações orais de comportamentos sociais, usos e costumes, apreendidos ao inteligente teatro construído por Suassuna, caiu como uma luva, de primeira viagem, no teatro escolástico, de representação vigorosa e interessada dos novos atores e atrizes que marcaram a cena.
A dramaturgia mapeada, ao tempo dos novos intérpretes e compreensão da linguagem de tom farsesco e construção corporal, na definição da cena projetada, deu ao elenco sentimento de dever de casa cumprido e, a nosotros, da plateia, uma empatia direta com o discurso estetico plástico de obra montada, em representação de finalização de curso.
Toda a caracterização dramática (figurinos, maquiagem, composição corporal e coreográfica, música incidental ao vivo, cenografia direta e peculiar das cores e padrões populares) concorreu a bom acerto. Bons pontos marcados na cartografia dramática da Mostra e um primeiro resultado ouro, no enredo de olímpicos do teatro da cidade, àquela noite.
Movimentação de público, na composição da arena das cenas, como cenotécnico e material humano ao desenho do palco que abraça o drama. A plateia se deslocou, só mais um pouco, e aureou os intérpretes da nova peça que seguia a sequência da programação da noite.
"Dona Flor e Seu único futuro Marido", com texto de Jean Pessoa, e montagem da Cia. Fama de Teatro, da cidade de Caxias, no Maranhão, veio ampliar o templo de risos e gargalhadas, em tempo de humor do teatro popular de rua.
Com direção de André Ribeiro e Preparação de Francisco Alencar, o espetáculo da Fama chegou feito furacão de felicidade e não houve quem não se contagiasse com o desempenho do elenco à bem contada história da moça sonhadora com um futuro marido.
Dona Flor (Adriely Bezerra), o velho Carambela (André Ribeiro), Dona Cansanção (Igor Halley/músico) e Francisco Alencar (marido de Dona Cansanção/músico) detêm uma afinação inquestionável, quando propõem a cena de teatro de rua. A música incidental elementa mais sabor às "vinhetas" de passagem e preenchimento de graça ao todo.
(a Doma Flor (Adriely Bezerra) e seu marido morto/fotos Eudo Borges)
Garantem os intérpretes, à construção das personagens histriônicas, a linguagem rica de carisma feliz, a definição linguístico corporal, em signos contundentes ao tom de cena popular, e uma intenção definitiva do teatro, de gracejos interativos, vigoroso e aplicado em técnicas apreendidas, sem a perda da ternura e intuição memporial afetiva do bufão revisitado e das imemoriais gavetas de memórias clownescas.
Se em "Fulô de Mandacaru", peça apresentada na noite anterior, a Fama de Teatro já se impunha como edito de teatro compensado pelo talento, em "Dona Flor e Seu único futuro Marido", o Grupo deitou e rolou para merecer os quá qua rá quá quás retornados da plateia.
Teatro sem parede alguma, pois de rua, em que o público é instigado a ser parte da trama, dobra a mais valia do resultado a ser conquistado.
Elenco redondo, dramaturgia de cena equlibrada e definidora do produto a ser consumido pela recepção, "Dona Flor e Seu único futuro Marido" é uma pérola popular, de encenação consentida pela Cia Fama, e consegue não só prender seu público do início ao fim, como persuadi-lo a coadjuvar, na forma criativa e risível da cena caxiense. Um doce deleite ao riso e felicidade ampliado pelo teatro competente.
E, como todo o universo conspirava ao bem rir, a última atração da noite devorou a assistência, para degustá-la na parcimônia delicada do espetáculo, clownesco por excelência, de interação teatral circense.
O melhor desequilíbrio já oferecido à plateia da VII Mostra de Teatro ao Alcance de Todos.Touxe uma overdose de felicidade. Testemunhar crianças dobrarem gargalhadas, feito gortjeio de canarinho belga, foi de uma alegria ímpar.
(plateia atenta a cada gague histriônica/fotos: Eudo Borges)
O Grupo Desequilibradoz, do estado do Ceará, sabe como ninguém o caminho das pedras, quando o assunto é fazer rir e gerar expectativas às surpresas da verve de picadeiros, circos e cenas picarescas de rua. Um casal de palhaços e uma conjunção cúmplice de dar a seu público toda a graça, em fervor e arte do bom número de comédia leve e livre.
Um ator (Aldebarn Faustino) e uma atriz (Dielan Viana) poderosos e geradores da alegria pelo simples e distintivo ato teatral de clownesca competência artística. Quem não dobrou um riso, ou mesmo uma gargalhada, durante a performance mágico lúdica dos Palhaços cearenses do espetáculos "Desequilibrados".
Um show de belo, de expressívo das máscaras expressionistas da comédia e os silêncios, "timings" e fúria alegre, em barulhinho bom, da arte e ato dos dois intérpretes (A. Faustino e D. Viana), de uma das mais antigas e tradiconais representações de linguagem, do maior espetáculo da terra, o velho e querido Palhaço.
Uma noite de delicadas surpresas e grandes alegrias.
A comunidade já garante a plateia expressiva e os espetáculos asseguram agenda irrecusável.
Foi um dia de alegria e teatro à toda Mostra, na prova dos nove, geradora de cena viva.
Parabéns ao CotJoc e à VII MosTeAlT 2016 - Ano Adriano Abreu.
Os resultados são tiro na sorte teatral.
Evoé, Grupos parceiros que aqui deixam um tantinho de sua
arte!
fotos/imagem: (Eudo Borges)
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