e completou Um ano
por maneco nascimento
Teresina é assim, com identidade própria sim! E sem copiar papel parede de ninguém. Cumpre identidade ao diverso e sem prestar contas a quem decaniza cultura.
O Pará, por exemplo, tem seu carimbó; Bahia seu axé e variantes; O RS suas canções de memórias afetivas a guarânias et al; Pernambuco, mangue beach e expressionismos transversais; Rio, o samba dos morros mal vestidos; São Paulo, da garoa, das fortunas industriais; Brasília é dos rocks selvagens; o norte é dos diversos embalos que intercruzam mata, florestas, rios grandes e folclore made in Brasil; Maranhão do reggae tradição, Bois reinventados às festas conquistadas.
O mais dos Nordestes diversos é de suas obras e empoderamento expressivo e o centro oeste ganha em suas violas sertanejas e cordas pantaneiras, ganha campos e aguados.
Piauí é do Bumba meu Boi na origem, dos cavalos piancós, reisados, Folguedos e juninos tradicionais. E, colonizado do sertão de dentro ao litoral, trocou terras por mar e herdou-se 66 quilômetros de litoral, ainda a ser explorado, como indústria de turismo que retorne a bem coletivo. Já a capital, alcunhada de cidade verde pelo poeta maranhense Coelho Neto, tem perdido seu cinturão de flora urbana às vezes de empreendimentos imobiliários e progressos liberais.
Mas, ainda detém parques verdes (praças e logradouros), lagoas em recuperação à atração de lazer e entretenimento, parques urbanos a fins de tarde e passeios. E um pouco que nos resta de patrimônio arquitetônico edificado, no xadrez do velho centro, que ainda não perdeu a batalha aos estacionamentos, a novos prédios descaracterizadores da memória e traçado da escrita da cidade edificada e, ou para o descuido de quem não tem memória mesmo.
Teresina, tem sim identidade. Está entre dois rios, em sua gênese, logo mesopotâmica. Uma das cidades mais verticais, por metro quadrado, pelo eixo nordestino. É musical por excelência, vide as escolas de formação e profissão e destaque a todas as línguas de instrumentos e práxis.
É também da dança de Lina do Carmo, Marcelo Evelin, Balé da Cidade de Teresina, Luzia Amélia (Escola de Dança Balé de Teresina/Curso Técnico em Dança), Beth Báttali et al, Conexão Street e da referência Escola Estadual de Dança "Lenir Argento".
O Teatro se fortalece, a cada nova geração, e na esteira deus Ex-machine chega a Escola Técnica Estadual de Teatro "Gomes Campos", a Oficina Permanente de Teatro "Procópio Ferreira", as oficinas livres de dramaturgia e práticas teatrais e os Grupos e agremiações que contam a história da cena, na cidade, a ver Raizes, Grutepe, Humanitas, Coletivo Piauhy Estúdio das Artes, Proposta de Teatro, Cotjoc, entre mais, e o Harém de Teatro que, em 30 anos, desenhou um perfil da própria história à memória nacional de dramas e comédias e é carro chefe de um dos + importantes eventos das cenas sem fronteiras, o Festival de Teatro Lusófono - FestLuso, que vem para + uma edição, neste agosto, de 22 a 27.
As artes visuais, gráficas, publicitárias, a Literatura hercúlea que dobra um tostão a cada nova empreitada, nesse mundão editorial de encolhimento de investimento, de leitores que possam consumir e parques gráficos em ocaso, e a cultura de tradição, todos os matizes, vencem o sol da meia noite e, no alvorecer, ainda estão de pé cumprindo arte e cultura.
A música, também não está só prosa. Aliás, está prosa, poesia, licenças composicionais e sonoro instrumentais a tudo que gere música, sons, melodias e reinvenções da própria experiência. Das bandas de quartéis, retretas e fanfarras às bandas de garagem e grupos que inspiram, respiram e vivem música, a cidade se garante muito +.
Nesta última terça feira, 9, um Projeto que começou lá no cantinho do Bar do Club dos Diários e desceu a rampa para a Praça Pedro II, no passeio limítrofe entre o Cine Rex e o Theatro de Setembro, fez a festa de um ano de boa ideia musical instrumental.
(Um Ano Clube Instrumental/foto: Lenoar Jr.)
Ali na calçada do Café Art'Bar o 086 Trio e seu Clube Instrumental firmou terra de instrumentos e músicos poderosos e armou campanha aos sons e tons lançados no ar da P2. Sempre às terças feira, as guitarras selvagens, os metais e teclados, as bateras, as cordas de aço intertextuais e outros arranjos da arte, de como é bom saber tocar um instrumento, se reúnem e dividem a boa música a seus audientes cativos.
ZeroOitoMeia Trio (Alexandre Rabelo Jr., Bruno Moreno e Lívio Nascimento) e Convidados preenchem de poesia instrumentada as noites de terças feira, com o Clube Instrumental. O Projeto completou um ano de sonoridades expandidas e a Praça Pedro II foi testemunha de que uma boa ideia sempre encontra universo conspirador.
Entre os bambas que brilharam na noite de aniversário, André de Sousa MB, Xico Vai, Wellington Torres e os velhos associados de sempre que atomizam as melodias sentimentais diversificadas, no criativo de identidade do músico e seu ato de compor instrumentais. Ale, Bruno e Lívio, esses meninos raros, sem inousada pretensão marcaram um ponto e não há quem desvie esse canal de atenção à música instrumental brasileira de todas as estações.
Um ano, uns sons, outros Tons, diversos instrumentos e muitos instrumentais revelados à força da música que a cidade produz e marca produto exportação. A notícia que interage com as horas de aniversário do Clube Instrumental, é o nosso corda de outo pop Josué Costa, que acaba de ganhar o "Prêmio André Segovia 2016", ao melhor guitarrista do curso de Santiago da Compostela, em terras de Espanha. Continua na música que por aqui se bem produz.
Tem Teresina não tem identidade?
Bom, prefiro crer que tem, e de sobra, Josué Costa e 086 Trio são só dois exemplos neste universo de OST, da 16 de Agosto, Orquestra das Sanfonas, Orquestra de Violões, Escola de Música Estadual "Possidônio Queiroz", Música Para Todos,Grupo de Pífanos do Água Mineral, Clube do Choro e tantas outras oficinas de fundo de quintal que reverberam música. E, olha, que a referência é só música, neste instante de uso.
Então Teresina tem identidade sim e é também muito musical. E é ZeroOitoMeia Trio. É Clube Instrumental, em um ano de acordes distribuídos, generosamente, a quem nunca dispensa uma boa música, uma cifra transversada na pauta instrumental.
Parabéns pela iniciativa zerooitomeiatríaca (Alexandre, Bruno e Lívio). Felicidades musicais continuadas a pelo menos milanos de instrumentais expandidos. E, quando vierem os escafandristas mergulhar na memória e história, dirão: "- esse dna é #086Trio! É instrumental.É da cepa Clube Instrumental!"
Pois, pois! É Campeã!
É Clube Instrumental In 086 Trio!
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