com uma mão, com a outra...
por maneco nascimento
Com um pé. Com o outro. Braços e corpo que refletem, reverberam tônus, linguagem, força, energia, desconstrução do movimento, quebras e amarras na contramão da tradição, sem perder-se do gesto primitivo, primordial, atemporal em escolhos e arbítrio contemporâneos, sígnico, simbologias de desgarrados, metáfora de desapegos, teatro, dança, corpo, falas, falas do corpo livre.
"Danço porque não sei voar", + nova empreitada de Valdemar Santos, foi vista em Teresina, na noite do dia 11 de março, a partir das 19 horas e 10m, no palco do Teatro "Torquato Neto" (Club dos Diários).
Não fosse bem humorado, ainda assim sua liberdade expressiva, risonha, de gracejos premeditados às inspirações, desnovelo do corpo que corpo em tensão, extensão, extração de novas ideias em velhas fórmulas regurgitadas a novos insights de bem dançar, ou não.
Expressionismos às falas do corpo, pelas oralidades anatômicas deslizadas ao que é direito, esquerdo, centro, espiral das linguagens de corpo falante.
(Val em conversa após espetáculo/por Hulda Lopes)
Despropósito? Sem propósitos? Projeção de propósitos. Livre para voar, sem asas, mas dançar com pausas, extensão das cordas do corpo, expansão do átomo contido, esticado, estalado, matéria física desmembrada, sem perder os pontos da sinapses que confluem à ideia de dançar, por não saber voar.
Assim é Valdemar Santos, no Solo "Danço porque não sei voar", também apresentado em 17 de fevereiro, numa quarta feira candanga, nas Estações do Metrô (Águas Claras), durante o 18o. Festival Internacional da NovaDança - 20 Anos, sediado em Brasília - DF, nesse 2016 que segue.
Em Teresina, trouxe a experiência performance construtivista de desconstrução da partitura do corpo que vocifera dizer mais que se espera, e fala muito.
Para um público de amigos, colegas da dança, entre outros curiosos das artes que por aqui se espia e, expiada à apreciação de quem quer ver e de quem talvez não tenha nada a ver, o Solo de Val Santos pesa, porque vale o pensamento, a ideia, a dilatação da ideia que intercomunica a linguística corporal para risos, poesia, textos, epílogo/prólogo/prólogo/epílogo/dança.
Dever de casa que casa 20 anos blues em bossa nossa de fazer-se dança em vôos de liberdade criativa.
(Val diz a que veio e nosotros escutamos/foto: m. nascimento)
Tá de bom tom. Tá de novadança, é contemporâneo. Todo mundo pode dançar um contemporâneo! Não como quem compra um carro, né não, João Vasconcelos? Val Santos dança o seu e não sai pela tangente, tangencia valores, imagens, memórias, arquiteturas edificadas à imagem do corpo que desdiz e torna a dizer porque corpo, logo dança.
(ele é corpo que pousou na própria partitura/foto: m. nascimento)
Então como dizia o discurso setentão, "quem não gostou que gostasse!" Eu gosto e digo e repito, eu não sei dançar bem devagar... para não esquecer Marina Lima.
Valdemar é dança, eu danço, tu danças, ele dança... a regência conjuga corpo, elemento de presença física que abre canais de comunicação, sem ruídos, a intangibilidades das novidades do novo homem que, inquieta conflitos e gera nova matéria de observação e expiação.
(luz própria na explosão da criação da estrela/foto: m. nascimento)
ValEu, Santos!
me senti extremamente contemplado com seu texto, e feliz com sua sensibilidade, vou compartilhar. bjus amado amigo.
ResponderExcluirsem brinquedo de falsas palavras, mas brinquemos de fartas sinceridades. parabéns, querido amigo.
ResponderExcluirsem brinquedo de falsas palavras, mas brinquemos de fartas sinceridades. parabéns, querido amigo.
ResponderExcluirsem brinquedo de falsas palavras, mas brinquemos de fartas sinceridades. parabéns, querido amigo.
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