um libelo à liberdade
por maneco nascimento
27 de março, no Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, desde a manhã, quando o Circo Acioly e Palhaço Cascatinha + a peça "Boa Noite Cinderela" (Conexão Street/VR Produções) abriram os serviços de comemorações ao Teatro e Circo, que já se tinha uma ideia que o dia prometia muito.
Às 18 horas, com "Esboço Brazil" (Cia. Luzia Amélia) reiterou a data e seguiu à risca a trama de bem realizar arte e cultura cênica.
(o elogio de vaqueiros/foto: Kélcya Almeida/Kayro Almeida)
Agora, quando deu-se o tempo da apresentação do espetáculo musical da Batalha do Jenipapo, então a noite estava começando a ser coroada a + felicidade compensada pelo esforço da arte e ofício do ator/atriz, diretores, músicos, técnicos e a magia do universo conspirador do teatro em si.
(imagem: Cornélio Santiago)
Um público extraordinário! Gente no primeiro piso, segundo piso, et al. Todos vinham ver o espetáculo apresentado, em primeiras instâncias, dia 13 de março, no Parque Memorial/ Monumento "Heróis do Jenipapo", em Campo Maior. Dessa feita, a apresentação foi no palco do Theatro 4 de Setembro, às 20 horas, e ninguém deixou de aceitar que o espetáculo foi o Espetáculo!
Para o elenco que cumpriu todos os rituais e ritos de bem fingir, o público ovacionar, de pé, ao final, foi o melhor presente que pode receber um artista em seu ofício da cena. Gente na plateia, gente nos corredores dos camarins, abraços emocionados. Sinceras declarações ao que viram. Tudo correu bem, porque tudo acabou bem, para sempre lembrar Shakespeare.
Era um domingo, 27 de março. Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo. Fechamento de um feriadão brasileiro, em que as pessoas estariam voltando de seu descanso da Semana Santa/Páscoa. Poderiam não ser público do espetáculo, mas estavam lá, aplaudindo, ovacionado e deliberando felicidade de recepção.
(um libelo à liberdade criativa/foto: Cornélio Santiago)
Público garantido, espetáculo bem realizado e a data comemorativa + eficientizada. A encenação, dirigida por Franklin Pires e com direção musical de Edivan Alves. A montagem tem texto de Bernardo Aurélio e realização da Secult/Governo do Estado que acreditaram no trabalho e deram sinal verde à ousadia e quebra das placas ensebadas.
Rendeu, o espetáculo, um libelo à liberdade criativa, à licença poética das vezes de musical e belos resultados que vinham do coro, de 60 atores, reunidos no palco, mais os solos de Edivan Alves, Gislene Danielle, Franklin Pires e Gleyciane Sisley. Uma força musical bem acertada às composições de Franklin Pires e Edivan Alves, corroborada pela presença luxuosa do Quarteto de Cordas da OST.
(um musical eficientizado por belas melodias/foto: Cornélio Santiago)
Era o Dia 27 de março, dia do Ato 27 (Ano 2) Ano Zé Afonso. E o universo conspirou a favor e deu de graça ao esforço t r a b a l h a d o!
(cena final da bandeiras piauienses/foto: Cornélio Santiago)
Antes da apresentação do espetáculo musical da Batalha do Jenipapo, às 19 horas, houve ainda uma sessão de entrega de Placas homenagem aos artistas, José Afonso de Araújo Lima (poeta, ator, diretor e dramaturgo); a atriz Rainha da Floresta (in memoriam) e Palhaço Cascatinha (Circo Acioly). As falas dos homenageados e representantes, mais a do Secretário de Cultura, Fábio Novo, foram de festa e oxigênio ao movimento artístico local que sobrevive e resiste em manter o teatro e circo vivos.
E, às 20 horas, o palco do 4 de Setembro foi tomado de grande ação e emoções dramáticas que fizeram da releitura da Batalha do Jenipapo, memórias e histórias piauienses do século dezenove, um mergulho estético e plástico de boa desenvoltura do fazer teatral.
Da parte musical, o Solo da lavadeira (Gislene Danielle) em crônica aos campos banhados de sangue até que seja abatida por um tiro, é de uma beleza emocionante. Um calar do Sabiá que testemunhou a épica cena de rara e delicada dramaticidade musical.
Franklin Pires, ao interpretar uma canção de ninar, na contagem dos corpos estendidos às margens do riacho Jenipapo, outro momento impagável. E as grandes intervenções, do Coro, que entremeiam os diálogos, dão uma força estética magistral ao espetáculo.
Numa noite espetacular às comemorações do Dia do Teatro e Circo, um grande espetáculo marcou borderô, de entrada franca, no palco e anais da história do teatro piauiense. Que ninguém sofra por ter perdido essa apresentação, à força do sucesso alcançado, quem sabe não haverá perspectivas de novas investidas no Theatro 4 de Setembro.
"Só sei que foi assim!" O espetáculo musical da Batalha do Jenipapo brindou a cidade, o teatro, os artistas, o público, a história e a memória da construção sócio culturais piauienses, o teatro vivo. A novidade, em releitura de ver esse evento histórico sob outro viés, na ótica de que se pode contar fatos reais e memoriais, também, através de diálogos e música.
Deu foi muito certo. O teatro piauiense tem uma carta nova à manga e a mágica é teatral, não há outro recurso que arte e ciência da cena eficiente.
Valeu, Batalha do Jenipapo! A arte e cultura da cena agradecem.
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