Stand up Comedy
por maneco nascimento
Eles são jovens, inteligentes, talentosos, carismáticos, arrastam público e, diferencialmente, sabem o que querem e como produzir um humor autoral e orgulhoso. De fazerem a diferença e construírem, na cidade, a nova e segura geração do humor.
Bruno Lima, Xavier Neto, JackStênio Rodrigues e o já destacavelmente, em ascensão de celebridade, Whindersson Nunes. Esses moços, novos moços. Sucesso de filmes domésticos, nas redes sociais, e da web para os palcos do teatro, auditórios, clubes. Pelo menos, essa é uma realidade, bem + avançada, pelo prodígio da web, W. Nunes.
Bom, mas é para tratar dos meninos que ainda estão construindo essa boa carreira de novo humor, o do cotidiano, o stand up comedy que a Teresina também produz.
Nesse dia 4 de setembro, à noite, a partir das 19 horas, Bruno Lima, Xavier Neto e JackStênio Rodrigues se reuniram com a atriz Edith Rosa e fizeram as vezes de cerimonial, paralelo, de entrega do Troféu e Livro "Theatro 4 de Setembro 121 Anos - História e Imagens de um Símbolo Cultural". A Festa homenagem, ao aniversário do Theatro, ocorreu no palco da Casa de espetáculos e teve protocolo oficial cerimonialista do Palácio de Karnak.
(Xavier Neto e Bruno Lima traquejam um bom humor/fotos Marcos Montelo)
Trocamos algumas palavras, com os humoristas, para sabermos como pensa a juventude que essa brisa do novo humor canta. Esses meninos definem o trabalho que realizam como stand up comédia, baseado em assuntos do cotidiano. totalmente de textos autorais, cotidiano e observação do dia a dia de notícia. "Sempre de cara limpa, quebrando a quarta parede", declara o ator e humorista Bruno Lima, em linguagem de teatro.
(Bruno Lima, timing e carisma na piada/fotos Marcos Montelo)
"A piada do stand up não forma opinião, quem não gostar...", declara Xavier Neto. Partida para atingir um objetivo, classificação de 14 a 16 anos é a de geração de seu público, mas partir para atingir um público mais velho também.
Jackstênio Rodrigues, de 36 anos, é o mais velho do grupo, diz que é de uma geração X que liga a tevê para ver notícia e há a geração Y, da tecnologia, mais ágil, das informações rápidas, ligada na rede.
(JackStênio Rodrigues, o + maduro do grupo/fotos Marcos Montelo)
Eles falam de um humor construído, de roteiro, textos, de aproveitar e sair da provocação da plateia. Não há improviso, há roteiros escritos, ensaiados. Xavier Neto diz que têm seu público, "ninguém agenda todo mundo, é questão de público", que cada um conquista o seu, defende. "Não se molda a plateia. Seguir uma linha de trabalho e ter a plateia. Conseguir a originalidade", completa Bruno Lima.
Ao serem inquiridos sobre o que os aproxima dos humoristas tradicionais locais. Declaram que só o fato de admiração, "sermos irmãos de palco", fala Bruno. Mas que os humoristas tradicionais são vertentes de fama, outro patamar financeiro, estético.
Jackstênio diz que o que afasta o trabalho deles dos humoristas pioneiros é que são stand up, vêm com texto autoral. "O mercado, o público ensina a improvisar. O que mexe comigo vira piada", acrescenta.
Xavier Neto, 24 anos, tirou de seu talento no humor o Primeiro Lugar no 5o. Campeonato Brasileiro de Stand up Comedy. Maior Festival de Humor do Mundo, em Campinas. Bruno Lima, 28 anos, radialista, ator de teatro, cinema e vídeos caseiros e humorista. Conhecido dos palcos de teatro tradicional, de humor e infantil.
Despontam nesse universo em que começaram com uma iniciativa de primeiro show no Teatro Sala Torquato Neto, há dois anos atrás, em 2013. Começaram juntos, inclusive com Whindersson Nunes que no paralelo, foi crescendo nas redes sociais.
De la pra cá, foram construindo seu público, carreira e ocupando espaços em shows. Também nas redes sociais, com seus vídeos e viagens pelo interior, onde já cumprem agendas. Xavier Neto, abriu um diferencial ao concorrer nesse concurso de humor nacional.
O Campeonato Brasileiro de Stand Up Comedy em que venceu as etapas de votação popular na rede e, entre os dez finalistas mais votados e com vídeos avaliados e aprovados pela comissão de seleção do evento. Foi para a final, concorrendo com outros nove humoristas e levou a melhor. Os concorrentes vinham do Rio, São Paulo, Ceará, Pernambuco e Minas Gerais. O Piauí ficou com o primeiro lugar.
Em Teresina realizam show beneficentes e superlotam o Theatro. "Humor na veia", realizado no primeiro semestre de 2015, teve um assombroso público, foram duas sessões e garantiram 650 bolsas de sangue ao banco do Hemopi.
Com "Craques do humor contra o crak", conseguiram uma tonelada e meia de alimentos. Seu público comparece, uma stand up comedy mania se instala na porta do Theatro e não tem quem segure essas fãs energizadas.
Perguntados sobre o limite do humor, defendem que seus shows garantem o "bom senso, verdadeiro nas atuações, não machucar muito, machucar mas não muito. Seja você", comenta Xavier Neto.
Os temas se espelham em, por exemplo, uma ida ao banco, a namorada que não quer a ida ao banco, tevê, futebol. Tomam cuidado para não criarem problemas com minorias, não mexer com homofobia, política, religião. Assuntos que mantêm em cuidado , caso venham a tratar, para não comprometerem o trabalho.
Um estado em que o humor ainda é novidade. "A gente atua, quem não vai assistir. O objetivo é uma safra bem grande. Há uma galera boa que quer fazer, tem muita gente fazendo humor stand up, mas queremos melhorar", diz Bruno Lima.
Eles querem ser conhecidos, ter competência no trabalho, as famílias virem ver seus shows. querem se ver famosos, serem falados todo dia. Concorrem para isso e fazem um trabalho autoral. Passam seis meses planejando, trabalhando, testando e fazendo um trabalho e outro, e não fazem cover. São criadores e tem roteiros e textos criados por eles mesmos.
Também fazem consórcios para realizarem shows. Os beneficentes reúnem um grande grupo de artistas que desenvolvem, na cidade, o mesmo tipo de humor. Convidam os colegas, entre oito a dez humoristas reunidos. E dividem-se fazendo shows no interior. E formam pequenos grupos, há o Grupo Teresina Comedy Club, formado por Bruno Lima e Xavier Neto. Há o TDZ, Tá de Zueira.
Esses novos humoristas têm tempo de comédia e estão avançando sobre as plateias e seu público tem se confirmado em identificação com o tipo de humor corriqueiro e de coisas comuns do dia a dia. Identidade e identificação imediata, e faz a geração teen que os acompanha correr atrás deles, onde quer que se apresentem.
Durante a entrega do Troféu e Livro "Theatro 4 de Setembro 120 Anos - História e Imagens de um Símbolo Cultural", os humoristas Bruno Lima, Xavier Neto, JacksStênio Rodrigues deram sua contribuição de bom humor e não fizeram feio.
Edithe Rosa, já nossa velha conhecida dos palcos em seus rompantes virtuosos de histrionismo, sabe do dobrado.
Tirou graça e, juntos, os meninos de ouro do humor stand up comedy e a atriz laureada, não deixaram a peteca cair. Ali representados e representativos, enriqueceram a noite de um "Oscar" piauiense.
(Bruno e Xavier ladeando Fábio Novo e Arimatan e JacksStênio/fotos Marcos Montelo)
As cidades se renovam e o humor também. Os stand up comedy vieram demarcar território e não há quem tire esse privilégio artísticos desses novos humoristas.
A prova de fogo, para público diferenciado do de sua geração de fãs, aconteceu durante a entrega do Troféu do Theatro. A prova dos nove foi matemática de aprovação, aritmética do humor.
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