Prosa e
poesia em cena
por maneco
nascimento
A tarde do
Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo começa ainda pela manhã.
Com ensaios e preparativos para a entrega da Sala de Ensaios Camareira Rosalina, o teatro
vinha se assomando e o universo conspirava para que não perdesse o fio da mora que
inscreveu a cena de integração.
(Palmas à homenageada/ft: m. nascimento)
Descerrada
a Placa da Sala de Ensaios Camareira Rosalina, depois da 11h, público apertado em concorrência para
prestigiar a dona Rosa, homenageada em vida com uma Sala que leva seu nome.
Sala esta que servirá a ensaios a teatro, dança e música. Era hora de se ver +
um exercício de ator. Wilson Gomes, em Diário de uma Camareira, de Carlos B.
Filho, direção de Cláudia Santos.
(sombras de memórias. Wilson Gomes em cena/ft: m. nascimento)
Wilson
Gomes conseguiu prender a atenção da platéia, espremida na Sala, por + de meia
hora. Empertigado, texto bem articulado e extrema dose dramática de contar as
memórias da camareira aposentada foi o que se presenciou no teatro do ator que
supera a deficiência auditiva e transforma em bem audíveis verdades a cena de
memória afetiva e presença de palco convincente.
(Diário de uma Camareira, em Ato 27/ft: m. nascimento)
Inflexionar
texto de homenagem para a homenageada, a sua frente, talvez tenha sido a melhor
e maior emoção vivida por W. Gomes. Dona Rosa também deve ter curtido se ver na
pele de um ator, na licença poética inspirada para carpintaria de palco. Foi um
ato de emoção e carinho dramáticos memoráveis. Wilson Gomes se garante e
garantiu brilho luxuoso na cena de abertura da Sala de Ensaios Camareira Rosalina.
(camareiras frente à frente, teatro e vida real/ft: m. nascimento)
Das 13h às 15h, na Galeria de Artes do
Club dos Diários, aconteceu a Oficina de Teatro e Fotografia, sob a produção de
Gustavo Leal (NEXA PI). A exibição do Filme "Ex Memória Teresina", no
Theatro 4 de Setembro, numa Realização da Ipê Produções Audiovisuais e Produção
de Leide Sousa, não cumpriu a pauta das 15 horas. Problemas técnicos de
finalização do filme adiaram sua exibição.
Seguiu a programação e, às 16h30, no Salão
Nobre "Chico Pereira", a hora foi do Ciclo de Leituras Dramáticas,
com a peça "O Pescador e o Rio", de Gomes Campos. Uma Realização do
Coletivo Piauhy Estúdio das Artes. O Coletivo criou referência nessa práxis de
teatro de leitores e público e colhe resultados inestimáveis. Adriano
Abreu et al sabem do teatro que praticam e o fazem bem.
O Procênio do Theatro 4 de Setembro, a
partir das 19 horas, foi palco da Posse da Nova Administração do Complexo
Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro. Discursos e falas culturais se deram em
palavras de artistas e representantes de autoridades. João Vasconcelos
confirmou suas palavras de integração e agregação, contidas no Ato 27, em somar
parceiros para construir cultura.
(solene Posse da nova Coordenação do Complexo CD/The4Set/ft: j. machado)
"Fernando Pessoa em Pessoa", a
atração das 20h, no 4 de Setembro, aproximou teatro e poesia, lúdico e magias
da cena para obra poética lusitana. A adaptação, de textos da literatura de Fernando Pessoa,
direção e atuação, de Adalmir Miranda, concentraram as atenções da plateia.
Espetáculo que, confessou o ator, teve
estreia em uma sala do departamento de Artes da UFPI, completou vinte e sete anos,
em cartaz. A produção do espetáculo “Fernando Pessoa em Pessoa” ao Dia
Internacional do Teatro ficou ao cargo do SESC PI. A volta da peça aos palcos
abrilhantou a noite com efeitos de memória do teatro piauiense revisitado,
( o Adeus poético/ft: cleyde fernando)
Adalmir Miranda conseguiu, após vinte
sete anos, desde a primeira apresentação, manter uma aura boa de montagem que
reúne dança, teatro, mímica, ritmo poético dimensionado à prosa e uma boa
leitura para obra significativa e ímpar de uns Fernando Pessoa.
(O Pessoa em Adalmir/ft: cleyde fernando)
Miranda viaja no tempo poético e
estético dramático e rememora a cena dentro da cena, metalinguiliza o poeta e
sua vida licenciada na dramaturgia construída para narrar o homem, o velho,
suas memórias, sonhos, visões e pesadelos de artista à frente de seu tempo que
cria personagens, em negação à personagem que gera o próprio poeta e sua
identidade.
(um porto de Adeus em memórias do mar/ft: cleyde fernando)
Uma aula, de estilo, emblemas, signos e
siglas, aplicada à carpintaria cênica ao exercício do ator e à dialética da
encenação. Há um Fernando em pessoa de Adalmir Miranda e um Miranda que
visibiliza na pessoa poética e vozes sociais a pessoa de Pessoa. Um belo
espetáculo.
(Adalmir, elenco e seus sobrinhos com a idade do espetáculo, 27 anos/ft: jorge machado)
A festa do Dia Internacional do Teatro
e Dia Nacional do Circo fechou com chave de ouro o Ato 27 para gerar reprise.
No Bar do Theatro 4 de Setembro, o coquetel oferecido ao público foi regado a
Cole Porter, na voz de Rubens Lima, acompanhado de piano charmoso.
(Doutor Rubens às vozes de Cole Porter/ft: m. nascimento)
E, para quem ainda quis show + popular,
seguiu-se, após o requintado de Porter e Lima, uma Banda que Valia uma noite.
Seu tempo foi no palco do Espaço Cultural “Osório Jr.” e a recomendação da
atração veio da Fundac, parceira realizadora do Ato 27.
Como disse um colega: para inclusões e
participações na diversidade artística segue-se o "mètier". O show de forró, com
direito até a execução de um hit popular, acho que da muriçoca, esteve presente
e confirmou o nome programado de Cláudio Sekef e Banda Vale Night.
Ato 27 Arte Intervenção Cultura
Integração conspirou sons e fúria e deu às comemorações do Dia Internacional do
Teatro e Dia Nacional do Circo um dia de festejos em maratona cultural, aos
artistas, técnicos, público e demais profissionais culturais da cidade, uma
festa inesquecível.
(Beijo sua mão. A camareira da cena beija a mão da camareira homenageada/ft: m. nascimento)
Evoé, Ato 27!
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