Arte
Intervenção
por maneco
nascimento
Às 10
horas, do Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, na programação
do Ato 27 – Arte Intervenção Cultura Integração, foi a hora e a vez da augusta matraca, de Edithe
Rosa, brindar seu público com Apareceu a Margarida.
No Teatro
Sala Torquato Neto, com direção de Avelar Amorim para texto original de Roberto
de Athayde, viu-se uma Edithe endiabradamente feliz em ser e estar dona
Margarida.
A Dona Margarida, que se deleita na pele de Edithe Rosa, inspira na fisiologia psicológica da personagem uma rigorosa e energética ação de se (in)dispor e despir-se integral e sem pudores para deleite, ou escândalo da platéia.
(a professora Margarida e sua pedagogia na cena/ft: m. nascimento)
Concentrada e, definitivamente, condicionada a dar-se inteira ao exercício da atriz, Rosa é impagável e presta continência ao teatro, em liberdade militar e práxis ordinária a volver céus e terras contagiadas pela expansão de átomos materializados, em + de cinqüenta minutos de pé dentro da caldeira, em ebulição, da professora e ditadora da educação tradicional do aparelho reprodutor de conhecimentos.
Concentrada e, definitivamente, condicionada a dar-se inteira ao exercício da atriz, Rosa é impagável e presta continência ao teatro, em liberdade militar e práxis ordinária a volver céus e terras contagiadas pela expansão de átomos materializados, em + de cinqüenta minutos de pé dentro da caldeira, em ebulição, da professora e ditadora da educação tradicional do aparelho reprodutor de conhecimentos.
Edithe
consegue, para alucinado e esquizofrênico ato de encenar, reiterando a práxis
do fingimento, destrinchar sentimentos adversos e impactantes da personagem
enfurecida e dosar crueldade e doçura, maldade e alegria histérica e confluir
do over à calmaria, como água na fervura, e sincopar as confusões da alma
inquieta de dona Margarida, sempre como geradora do riso e executora de
histrionismo variável entre o dramático, tragicômico e escatológico
expressionista.
Nunca se viu uma Margarida tão detalhada em nuances, vozes de confusão e loucura imedidas da personagem para a composição da atriz e detidas incursões da atriz em cúmplice medida às falas da personagem. Um “demônio” instalado na força, talento e desprendimento em assumir inteiramente a íntegra performance da professora Dona Margarida.
Surpreendente
e carismática, Edithe Rosa não ganhou o Prêmio de Melhora Atriz “Ana Maria
Rêgo” à toa. Fez por merecê-lo e não há quem possa dizer o contrário. Ao
contrário, contraria o senso comum e prova a que veio.
A sua
Margarida faz história e quebra paradigmas, de costureira de figurinos a atriz
laureada. Uma flor nascida do ócio para palcos, praças, calçadas, picadeiros,
asfalto. Uma margarida com cores impressionantes ao diverso do matiz do teatro
piauiense.
O
sentimento foi de alegria e orgulho sentidos, de quem assistiu a apresentação
de Apareceu a Margarida, personagem construída por Edithe Rosa, dentro da
programação do Ato 27, na última sexta feira, em Dia Internacional do Teatro e
Nacional do Circo.
Um soul
ritmado frenético, caso fosse música. Como teatro, um show em exercício de
felicidade e prazer encenados a doce deleite da platéia.
A manhã ganhava força e, na sequência, depois do furacão Edithe Rosa, o público seguiu em cortejo, quase às memórias do teatro primordial, e foi se instalar às portas da Sala de Ensaios Camareira Rosalina ao descerramento da Placa.
(João, Rosalina, Lari - Sated PI e Jacêmia - DAC, no ritual descerrar a Placa Sala de Ensaios Camareira Rosalina/ft: m. nascimento)
O Ato 27 cumpria ritual e ritos de programação planejada e a manhã atomizava felicidade, orgulho e arte e cultura, memória e histórias confraternizadas.
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