por maneco nascimento
Nesse (31 de março de 2015), terça feira, uma flor, fincada no canteiro da vida e obra, feito espécie diferenciada e encantadora dos olhos e memórias afetivas de quem melhor a cultivou, fez a livre passagem.
É flor que jardineiro cultivou com todo esmero, ou é o próprio jardineiro que veio em semente para cultivar as flores do jardim da casa da família. Uma simbiose de flor/jardineiro, jardineiro/flor respectiva o que une o amor fraternal que se impõe à natureza humana.
(a pequena rosa menina, anjo Brenda, com o amantíssimo pai, Sidh Ribeiro/reprodução)
Assim como essa flor branca de perfume suave e levemente de esperança alimentada, também as águas de março levaram consigo ao caudaloso mar do imponderável a mãe do Fefê (Fernando Freitas), e tantas outras queridas que entregam seu tempo de existir na terra ao Superior e deixam filhos órfãos. Só mães, sem necessidade de nome ou sobrenome, porque a palavra mãe já as define muito + para nosotros, os filhos.
A Mulher, na intimidade, como Ff a tratava amigável, carinhosa e amantemente sua querida mãe e companheira de todas as horas, da primeira hora, no parto, das alegrias, das dores de Maria, ou outra sempre mãe, do abraço, das tristezas, da mãe do filho, de ser mãe ao filho, partiu para deixar muitas saudades. Esta, a mãe do Ff, como deve ter sido muito igual a todas as mães, como também as de Edsons, Franciscos, Josés, Raimundos, Mários, Antonios, et all, regaram suas flores especiais e ativaram novos caminhos a serem percorridos pelos seus.
Alçadas ao templo de todas as mães, quando deitam ao descanso merecido, levaram consigo as memórias dos filhos que rebentaram e a quem doaram , em vida, toda presteza de amor para cultivar. Uma rosa, duas rosas, uma rosa menina, anjo de aproximação com a materialidade que se nos impõe, colhidas pelo imponderável foram perfumar a Sala de estar do Divino.
A quem servem os anjos? Aos mortais e vêm para lições,
passar experiências, deixar marcas e fazer com que as pessoas aprendam que
entre o céu e a terra uma comunicação pode existir, mas precisa ser percebida,
compreendida e aceita como desígnio, seja este de maior permanência da presença
angelical, seja da passagem fugaz feito raio de luz que corta o limite do céu
físico que vemos e conhecemos à constatação de nossos olhos (in)crédulos.
Como o nosso tempo de existir faz parte da contagem
cartesiana do que, em nós é conhecimento e experiências materializadas, e nada
significa que o nosso tempo mortal tenha que ser similar ao tempo do
imponderável, do divino que se nos inspira a crer na fé e expectativa que nos
manteria em ligação com quem cremos e a quem aprendemos que nalgum dia, em
tempo, com o tempo de cada um, estaremos reunidos no tempo primordial à volta a Casa da cosmogonia Elemental
de expansão espiritual.
Na forma de anjos é que as crianças, sempre bem vindas a
Cristo na parábola dedicada a Elas, vêm à missão terrestre para alegrar
corações, gerar futuros e expectativas e transferência de gene e de posteridade
das memórias e histórias da natureza da criação e continuidade familiar espiritual, primordialmente. Porém o
tempo dos anjos pode ser maior e transformado em gerações, ou menor em curteza
de vida entre os seus a que esteja destinado.
Um anjo voltou ao tempo do Criador, mesmo deixando para trás
as memórias adquiridas e plenificadas no amor fraternal. Brenda Ribeiro
transcendeu da materialidade e foi ao encontro do invisível aos nossos olhos.
Deixou pai e mãe, avós, primos, irmãos de coração pleno, amigos, caminhos
terrestres marcados com as pegadas feitas por pés mortais.
Essa menina, anjo. Cheia
de vida e tempo de viver felicidade, audaz, energética e espirituosa, deixou os
seus para retornar ao seio do seu centro luminar de posteridade, de
tranqüilidade transcendente. Aos campos
do Senhor deitou tempo de estar em Casa. Na terra da luz e pares iluminados.
Descansar na plenitude do imaterial, conquistado após a missão da materialidade
vivida.
Pesarosos, intranquilos e inconformados ficam os que só
percebem a abrupta saída do anjo, o desaparecimento da criança, que ainda
completaria seus quinze anos nesse ano quinze do século 21. Mas não é nada
fácil “perder” quem amamos e regamos flor, rosa menina, no jardim reservado,
como inconsciente Éden de cultivo da rara espécie vigiada, alimentada, adubada
para as leiras futuras.
Não donos de nosso futuro, pois ainda em construção e
sujeito a intempéries e adversidades, vivemos o presente filho do passado conselheiro
e cremos estar donos das vontades, sujeitas às surpresas e novidades que se nos
chegam pela contramão dos planos mortais. Da matéria à imortalidade volta-se
incontinenti. Para quem segue, liberdade; a quem fica, a perda e pesar.
O tempo dos anjos se completa e estes se ampliam e o da
humanidade aguarda seu próprio tempo de completar ciclos e seguir também rumo
às estrelas que também a aguardam. Foi assim com a querida Brenda Ribeiro, com
sua alegria de felicidade experimentada, enquanto esteve compondo tempo mortal.
Aos queridos amigos, Sidh e Ivoneide Ribeiro, pais naturais
de Brenda, coragem porque o tempo filial fechou um ciclo. Paz e tranqüilidade
permeiem seus espíritos e luzes de calmaria avancem à compreensão e aceitamento
dessa nova etapa a ser enfrentada pelo casal.
A perda é real, mas essa “falta”
está compensada no tempo da memória de gestar, rebentar, embalar, na de amamentar,
ouvir as primeiras palavras, orgulhar-se da primeira redação, da companhia
inestimável vivida, dos prodígios e das tiradas infantis que tanto fizeram
diferença e causaram riso e espanto. A memória da alma compete à conquista da calma.
Nada fácil, mas necessário continuar aqui e gerar paz e tranquilidade para que o anjo complete seu templo noutro
plano a que foi convocado.
As flores e rosas menina estarão noutro jardim, na companhia
do matiz de borboletas expandido, em conforto da energia primordial. Às mães
jardineiras, a de Fefê (dona Socorro Freitas), de passagem muito recente, e a de todos os filhos, que
prodigamente retornam ao Pai, levem consigo o registro da missão cumprida em
canteiros regados e rebentos criados ao tempo do próprio tempo, tempo, tempo,
tempo.
Sementes germinadas e feitas perfume e belezas raras,
jardineiros conquistados e ou mimetizados em flor/jardineiro, jardineiro/flor,
na licença da poesia vida, vivam enquanto tempo de materialidade presente e
quando necessário transmutar, que prontos estejam à imaterialidade que se nos
será Elemental e indispensável.
No computo da experiência, de quem ainda permanece em
missão, a memória e a história que posterizam experiência, vida e tempo de
existir compartilhados com a vida e o tempo de quem se torna ausente à presença
física.
Paz e luz à calmaria e tranqüilidade d’alma dos que partem
para não + voltar e dos chegam para ficar pelo tempo de cumprir o próprio tempo
de existir.
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