por maneco nascimento
"Se a linguagem não for usada com correção, então o que é dito não é o que se quer dizer. Se o que é dito não é o que se quer dizer, então aquilo que devia ser feito deixa de sê-lo, se fica por fazer, a moral e a Arte ficam corrompidas, a Justiça age mal. E se a justiça age mal, o povo é conduzido a uma irremediável confusão." (Confúcio IN Dolabella, Carlos Eduardo. Meus queridos fantasmas: Rio de Janeiro, Casa-Maria Editorial/LTC - Livros Técnicos e Científicos Ed., 1990)
Parta-se da sabedoria confuciana para que se dê justiça a quem mereça ser dada. Louve-se o que bem mereça, lembrando o Poeta, e que se diga o que deve ser dito com correção, o que se queira dizer ou registrar, por necessidade de marcar na memória, para que a Arte sempre encontre amparo em boas e desinteressadas intenções ao ato cidadão e solidário, na fuga de dias corrompidos.
(o Príncipe da Sanfona, o Velho Dominguinhos/imagem wikipédia)
A 2a. Edição do "Viva Dominguinhos!", ocorrida na noite do dia 30 de julho, no palco do Theatro 4 de Setembro, marcou + uma ação que reúne a arte do artista, em solidariedade consignada ao outro e o desempenho artístico cultural de grandes músicos, intérpretes, fazedores de canções e ou representantes da memória social e histórica da MPB que não perde vantagem, nem se esgueira na poeira do tempo.
(2a. Edição do Show Solidário/arte Paulo Moura[irmãodecriação])
Uma noite memorável para revisitar o Mestre e sua obra. Seu Domiguinhos, do cancioneiro popular e de uma das + profícuas produções, de cunho regional expandido que, segundo Adelson Viana, feita pelo maior compositor popular do mundo.
Na vez de brilhar, em memória do sempre vivo Dominguinhos, Adelson cunhou "o pipocar de sanfonas" e, confessou, que, sentado lá no fundo da plateia, enquanto aguardava sua vez de prestar loas ao Mestre, achou, em gracejo, que só seria quando o dia amanhecesse.
"E tome xote, Mariquinha, e tome xote, Sá Zefinha e tome xote, ôi e tome mais", baião, xaxado, forró para pés de serra e + liberdades da poeira levantar no salão e tamboretes de forró e foles graciosos e bossa jazz e mãos mágicas de repetir, reproduzir e alegrar na toda felicidade de tocar os acordes de "Abri a Porta"; "Lamento Sertanejo"; "Quando chega o Verão" e tantas e + e clássicos, em virtuose de arranjos e notas alegradas, para "Noites Sergipanas", esta instrumentalizada por Adelson, para lembrar as também eruditas do Velho Dominguinhos.
Pelo palco das sanfonas do show Solidário, passaram boys, girl, e as baladas inesquecíveis, deslizadas nos acordeões de sete cordas, oito, nove, dez, onze cordas ou +, da arte dos artistas que abraçam sua sanfona com fé de profissão e amor de tradição passada de pai para filho e cantam sua terra, que também sabem ser de todos os outros que ali se reuniram para prestigiar a 2a. Edição de "Viva Dominguinhos!"
E passaram pela porteira musical e assentaram melodias, no pátio das sanfonas, os artistas em coletivo sanfoneiro, a Orquestra Sanfônica Seu Dominguinhos que encheu os olhos e ouvidos, da assistência, de beleza rara instrumentaliza.
Depois, quando a hora foi para solos, trios, duplas e outras variações generosas de ser artista e dividir a música, a reunião de um triângulo, um zabumba e a velha Sanfona de guerra, ah, seu Gonzaga, seu Domingos não deu pra ninguém, sô moço!
As vezes, vozes, acordes e sensibilidade musical depuradas foram de Isac do Acordeon; Bel Lima, Jailson de Holanda, o Zé Colmeia; Marcelo Bahia; Flávio Augusto; Ivan Silva; Antonio Vagner e Valor de PI, Luís Gonzaga Lu; Adelson Viana, Marinaldo do Forró que fez a voz de anfitrião e apresentador do evento; todos os tocadores do simples, mas indispensável, triângulo; os zabumbeiros e novos sanfoneiros que também brilharam, em suas participações de acompanhantes, ou solistas da apresentação.
Um público razoável, mas concentrado na melodia expressada por mãos e foles e belos sanfonados melódicos, em imersão no córrego cristalino, deslizado suave sobre pedras e folhas e sob sombreado de fontes sertanejas, nesse inesgotável de memórias musicais dominguinianas.
Ah, que saudade e alegria ao imergir nessas doces melodias festejadas na noite de "Viva Dominguinhos!"
Marinaldo do Forró fez a prestação de contas, do apurado à causa solidária. Uns mil e poucos reais + o leite em pó. Convidou Soraya Guimarães, produtora local do evento, para entregar o dinheiro aos representantes e ou beneficiados do Show Solidário.
Dona Rosalina Sousa, camareira aposentada do Theatro 4 de Setembro, presente na plateia, foi uma das alcançadas com a arte solidária. A mãe do comunicador cadeirante, Marcílio Barros, uma mãe de ouro e coração de tigresa, também foi convocada a receber sua parte deste contributo cidadão. O Lar da Esperança, que apoia pessoas convivendo com AIDS, ficou com o arrecadado de leite em pó.
Noite memorável, para lembrança das Sertanejas e Sergipanas, tocadas em toda sua essência melódico musical apresentada. Projeto idealizado e organizado, por Marinaldo do Forró, encontra eco em Teresina, na pessoa luxuosa dos músicos e artistas solidários, na atenção de Napoleão Filho amigo de Dominguinhos, de Adelson e, por extensão, dos demais sanfoneiros que compuseram os festejos dominguinianos e, claro, na pessoa da plateia que não se fez de rogada, esteve voltada, sem pestanejar, à 2a. Edição de "Viva Dominguinhos!"
"Sardade, já num mata a gente", porque a memória guarda os bons momentos, enquanto aguarda a terceira edição, já muito desejada.
Estamos de parabéns, pela felicidade alcançada na obra de profissão professada no fole da Sanfona, dos grandes artistas que passaram pelo 4 de Setembro, na noite de 30 de julho, data emblemática. Marinaldo disse que o evento que ele teve como ideia, mas que poderia ter sido de qualquer um em qualquer lugar do Brasil, na verdade é nosso, de cada um.
Teresina já adotou como seu também e ninguém tasca. Dominguinhos é patrimônio natural da humanidade brasileira, cidadão da música do mundo e é bem daqui, do Nordeste, terra da felicidade alcançada, também, através do grande esteio musical, Nele plantado e germinado, como fonte de água fresca que corre a alimentar quem bem precisa.
Salve José Domingos de Moraes, esse nordestino porreta, garanhunsense do sertão pernambucano, que venceu a infância na busca da felicidade musical e fez-se verbo na melodia sertaneja de sentimentos nacionais de brasis de vários nortes alcançados e doutros pontos cardeais visitados.
Sua majestade, o Príncipe da Sanfona! Instrumentista, cantor, compositor, exímio sanfoneiro, que aprendeu a acarinhar os foles da sanfona com seu pai.
Teve como Mestres, Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. E, na formação musical de influências, voltou curiosa atenção compensada ao baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz. Esse é o nosso patrimônio intangível Dominguinhos.
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