por maneco nascimento
Diz-que foi a antropologia quem inventou a cultura. Verdade ou não, quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha, o certo é que o sangue que corre nas veias do artista é pagão, e quando o assunto é teatro e dança e circo e música imbricados; mesmo o ato cênico, das catacumbas, era de origem pagã e arquetípica das seitas e rituais do tempo primordial de ascensão de Baco e epifanias dirigidas ao deus profano.
Mas as cidades cresceram, o estado cênico de atuação ampliou suas características de manifestação cultural e a arte e cultura pipocam em cada Templo de construção sócio cultural que viola padrões comuns e volatiza expressão e força do espírito humano, representado na conspiração das vagas dos mares bravios de esforço hercúleo de existir cultura e fazer artístico continuado. Em Teresina e no estado não se faz verbo dramático diferentemente do resto do mundo.
Sobreviveu-se bem, até aqui, com duas sinalizações de Secretaria de Estado de Cultura. Uma de boa lembrança, nos rescaldos descendentes do milagre financeiro brasileiro, comandada por Jesualdo Cavalcanti, que com o tempo foi desaparecendo e sendo substituída, silenciosamente, pela Fundação Cultural do Estado - Fundec/Fundac.
A segunda entrada dá-se nos fins de junho e início de julho de 2015. Reativada a Secretaria de Estado de Cultura, pelo então governador da vez, Wellington Dias, que confirmou promessa de campanha. (Re)criou a Secretaria de Cultura.
A posse do Novo secretário, deu-se no Salão Nobre do Palácio de Karnak, a partir das 11 horas do dia 29 de junho. Evento altamente prestigiado, artistas, amigos, produtores culturais, imprensa, assessores do Deputado ativado a Secretário, colegas parlamentares e os efetivos dessas ocasiões se espremiam no espaço, que ficou pequeno para quem quis prestigiar a posse de Fábio Novo, o Secretário de Estado de Cultura.
É certo que a posse também se dava para outras pastas, Saúde, IAPEP, Interpi, etc, mas a verdade é que havia uma acorrência confirmada de quem guardou expectativa à criação do pasta da Cultura do estado. E fez-se Secretaria com a assinatura da Ata de Posse e discurso de Fábio Novo que representou os outros empossados.
Nas palavras do Secretário empossado, um rápido e perspicaz diagnóstico de necessidades e perspectivas de emergências sociais que a cidade, o estado, estão a cobrar naturalmente. Falou da longevidade que os idosos brasileiros têm adquirido e dos ajustes administrativos que essa nova vida, na terceira idade, deve receber do Estado. Com relação à saúde, falou do desmembramento do IAPEP da Secretaria de Saúde, para que aquele cuide da Previdência e este da saúde.
E sobre a Cultura, agradeceu ao governador a confiança do convite e discorreu sobre a necessidade de ampliar a fomentação do fazer artístico e cultural do estado; das conversas mantidas com empresários para que se abram parcerias e aporte financeiro na cultura.
Lembrou de Projetos do interior que mantêm a própria sobrevivência, como o Festival de Rabeca de Bom Jesus e da novidade da instalação do núcleo da Escolinha de Rabeca. A Orquestra de Bandolins de Oeiras também foi citada, como exemplo de Projeto a ser reativado e a criação da Escola de Bandolins. Bem como fazer visibilidade aos assuntos culturais que pipocam Piauí adentro para assomarem ao que já se faz e pratica de arte e cultura, no estado.
Esta foi a pauta das falas do Secretário de Estado de Cultura, naquela manhã de Karnak. Mas era a Posse institucional da Casa do governo. Faltava a Posse Artística, orquestrada pela assessoria do Deputado, Secretário de Cultura. Na manhã do dia 1 de julho, no Theatro 4 de Setembro, a classe artística encontrou-se com Fábio Novo, numa manhã muito produtiva e cultural. E muito concorrida.
(artistas prestigiam Posse Artística de Fábio Novo/acervo F. Novo)
Havia representação para todos os vieses culturais. Da tradição, Mestre Severo, às novidades que conspiram brilho no mundo pós de nossas intervenções artísticas. A recepção musical abrilhantada pelo Música Para Todos, com seus garotos e suas cordas afinadas, orgulha a cidade e o estado que detêm Projeto da assinatura de Instituto Santa Rita/Luís Sá. Parabéns à parceria daquele Projeto sempre disposto a demonstrar o que consigna como educação cultural, quando solicitado às apresentações.
Das falas solicitadas à ocasião, Aci Campelo, que conseguiu com digno discurso político, artístico, e direcionado à sempre necessidade de aportar interesses práticos à arte e à cultural que produzimos, disse confiar na indicação da pessoa de Fábio Novo à pasta da Cultura, elogiou a coragem do Deputado em aceitar o desafio e confluir às expectativas da classe artística que vem apregoando a urgência da Secretaria, que melhor apoie as ações culturais da cidade e do Piauí.
(Aci Campelo, discurso cultural afinado/acervo Fábio Novo)
Lari Sales, a Presidente do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões - SATED - PI, que reiterou as palavras de Aci Campelo, lembrou dos encontros para discutir e solicitar a criação da Secretaria, que agora era fato e desejou boa sorte ao Novo, Secretário de Cultura.
Fábio Novo, o Secretário de Cultura começou suas falas dizendo-se surpreso com a iniciativa do encontro, organizado à Posse Artística, ali realizada naquela manhã. Agradeceu as presenças, aos artistas que demandaram interesse naquela manhã em que se encontravam ali.
(Mesa solene de Posse Artística do Sec. de Estado de Cultura/foto Luís Tito V. Sousa)
Lembrou das falas durante a Posse oficial, no Palácio de Karnak, e repetiu o que falara sobre Projetos pontuais, que ora já ganharam força no interior, como o Festival de Rabeca e a Escolinha de Rabeca, recém implantada e justificada por ser este instrumento tocado, há anos, naquela região e com representação viva da tradição das cordas ibéricas e populares plantadas em solo piauiense. A Paixão de Cristo, Semana Santa de Bom Jesus também reforça ação cultural continuada, naquele sítio do sul do estado.
O Secretário reiterou da necessidade de revitalizar a Orquestra de Bandolins de Oeiras e criar a Escola temática daquele instrumento de tradição e, não podia deixar de citar "os meninos que fazem o Escalet de Teatro, de Floriano". Falou da retomada de recuperação do Teatro Maria Bonita, haja vista o município de Floriano deter um significativo número de vinte grupos de teatro e uma movimentação cultural que por si só se sustenta.
Falou, ainda, Fábio Novo, sobre a Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que considera uma das + eficientes e da necessidade dos artistas de cobrarem a proeficiência do Conselho da Lei. Que hajam Conselheiros representativos, que os artistas se articulem para elaboração eficaz de projetos à Lei e que, ele, como Secretário, não vota no Conselho deliberativo do Siec, mas estará unindo forças para que se eficientizem parcerias que aportem recursos ao orçamento da Lei de Incentivo.
Que hoje quem melhor elabora projetos à concorrência do Siec e levam os recursos são picaretas e que os artistas precisam estar melhor preparados para concorrerem e participarem do bolo de incentivos instituídos na Lei, com isenção de 100%. Ficou claro, no discurso do Secretário, a preocupação e pragmática desejo de fomentar a preparação dos artistas na elaboração de projetos para que aqueles possam estar + aptos a concorrer e ganhar o incentivo.
Ainda informou da sinalização do Governo de criar a Loteria Estadual que, quando em pleno funcionamento, dispenderá recursos da ordem de 50% ao esporte e 50% à cultura, após o pagamento das despesas de manutenção da Lotepi. Essa parte do recurso destinada à cultura iria alimentar o Fundo de Cultura para benefícios dos Projetos culturais e de fomentação da produção artística piauiense.
Nas suas falas, esteve sempre clara a perspectiva de diálogo com os artistas; que a porta estaria sempre aberta para receber as representações, por segmento, e acolher sugestões que melhor encaminhem a gestão cultural da pasta que está em sua responsabilidade, mas é, segundo Fábio Novo, dos artistas.
Manhã muito cultural, a da Posse Artística. Apresentações de números de dança de contemporâneo e popular da Escola Estadual de Dança "Lenir Argento"; um trecho da peça "Você não engana ninguém", com Roberto Mandí Portela e Rutênio Mota e o auxílio luxuoso, na recepção e, depois, em mais dois números, das cordas instrumentais de alunos do Projeto Música Para Todos, com repertório diverso, desde temas de cinema, Casablanca, Batman, Titanic, et al, a Beatles. Música refinada e afinada para não ficar a dever a quem sabe como é bom tocar um instrumento.
A Posse Artística do Secretário de Estado de Cultura, Fábio Novo, vingou arte e cultura naturais e, em tempo de acreditar no Novo que se instala em favor do artístico local.
E o sangue Novo, para universos conspirados, corre nas veias da cidade em boa expectativa do tempo de Posse de artistas na Cultura em que fez-se Secretaria.
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