Alegria de cantar

aos 70 é pura melodia
por maneco nascimento

"Cantar aos 70 anos é pura melodia" (maranhense Dionísia Nery, cantora e compositora de Teresina)

Hoje tem show regado a felicidade plena, alegria da idade compensada pelo prazer de fazer o que gosta e música cantada para ouvidos que ainda prezam a boa velha MPB e leituras particulares de sucessos do cancioneiro nacional.

(assim é a cantora Dionísia, simples, mas elegante e fiel a si mesma/divulgação)

Nesta quinta feira, 17, a partir das 20 horas, o Theatro 4 de Setembro recebe a setentona Dionísia Nery que, aos  50 anos de carreira e muita bala ainda na agulha da licença poética da canção, faz show comemorativo da boa idade e da doce presença de interpretar músicas que têm que ser de peso, bonitas, letra e melodia.  

A senhorinha Dionísia resolveu comemorar sua melhor idade lançando-se ao palco em voz, vida, segredo e revelação de cantar o que a faz tão bem.

(cantora, na melhor idade, Dionísia se garante/divulgação)

Aos 70 anos, continua cantando o que aprendeu na lição de cor, a setembros e primaveras de quaisquer estações.  Se é para cantar a vida e os males espantar, ela corre atrás de toda felicidade. A mulher, mãe, a dona de casa, a compositora, a cantora que, desde criança, como Elis Regina, trilhou os caminhos da canção e da melodia, que descobriu fazer bem à pele e ao coração, canta porque sabe.

Desde os 14 anos que Dionísia descobriu que, sendo um bom negócio cantar, começou logo à frente do Trio "Luz de Estrelas", composto por ela, soprano afinada, sua irmã Derli, nas vezes de contralto e o pároco da igreja de São Domingos, em São Luís do Maranhão, padre Manoel da Nóbrega, de voz masculina contraponto as nereidas. 

Abandonou o Trio, casou com um paraibano, foi viver Campina Grande, onde constituiu a dona de casa e mãe. Em 1981 vem morar em Teresina, com a família. Aqui ela volta a cantar e seu sucesso rende prêmios em festivais da canção.

(a mãe, avó, dona de casa e cantora Dionísia/divulgação)

Sua filha Vitória Régia Nery Rebés  a presenteou com a composição "Cantando o Nordeste", que levou o primeiro lugar no Festival Estudantil (SEDUC), em 1984. Esta canção também conquistou o Festival da ETFPI/CEFET PI. Em São Domingos, Maranhão, no Festival de Calouros, promovido pela prefeitura da cidade, a artista ganhou o primeiro lugar em duas edições. 

Também  arrebatou o 1o. Lugar, com "Solidão de Amigos", do repertório de Jessé, no Festival do Servidor público estadual , ocorrido no auditório do Liceu Piauiense. Uma de suas boas lembranças foi a juventude que a abraçava, com a voz de comando "é a vozinha, é a vozinha", recorda Dionísia.

Cantou em duas ocasiões, 2012 e 2013, no evento natalino Coral das Mil Vozes (Governo do Estado/Fundac). Em 2012 encarnou uma boneca e solou, ladeada à mil vozes. E, fez as vezes de Nossa Senhora, no ano de 2013. 

(Dionísia, em destaque, num dos anos do Coral Mil Vozes/divulgação)

Desde criança, conta a artista, já estava imbuída na vida de sucesso. Na vivência de escolanda recitava, declamava, era a baliza do 7 de Setembro e cantava sempre. As outras escolas solicitavam sua presença, sob empréstimo, para abrilhantar as atividades "vinham solicitar a  minha liberação para que eu me apresentasse por lá", recorda orgulhosa.  

Núbia Lafayette está entre suas interpretações, mesmo que seja de improviso. Entre uma de suas curiosidades, em palco, lembra que esteve em Piripiri e, durante o show, "alguém gritou da plateia 'ei, você sabe se eu quiser fumar, se eu quiser beber?', ai eu cantei e ela cantou junto comigo, foi muito emocionante", conta a cantora.

A música "Decote da cobiça", do repertório do romantismo, que acredita deve prevalecer sempre, em qualquer lugar, virou uma historinha musicada para registro de uma experiência real. Segundo Dionísia, alguém a olhou, com vivacidade indisfarçável a seu decote, durante uma conversa de trabalho. Ela não se sentiu bem, por não ter gostado, da atitude do interlocutor, e deu a resposta através da canção "Decote da cobiça". 

Seu repertório de shows envolve pura mpb. Diz que as músicas têm que conter beleza na letra e melodia.  

Dionísia soma, em sua carreira, também o canto coral. Durante  22 anos cantou no Coral da SEDUC e 12 anos no Coral da UESPI. 

Ao completar 50 anos de carreira e 70 anos de idade, o mote é comemorar com grande show no Theatro 4 de Setembro. 

Para essa noite do dia 17 de julho a intérprete preparou ao público sucessos como "Escrito nas Estrelas", de Tetê Spíndola; "Manhã de Carnaval", de Antonio Maria e Luis Bonfá; "De Teresina a São Luís", de João do Vale; "Sabiá", de Luiz Gonzaga; "Besame Mucho", de Consuelo Velásquez; "O Velho e a Flor", de Toquinho e Vinícius.

Ainda conta seus sucessos de festivais e muito mais. 20 músicas para agradar seu público, porque para ela cantar aos 70 é pura melodia. O show ainda tem a participação especial de sua amiga e fisioterapeuta, Nathália Galvão. 

Os músicos James Brito, no violão; Wadson Dantas, artista de stand up e componente da Banda Vitrola Vinil, no baixo acústico; Wellington Mariz, nos teclados e o Cabeça, na bateria, fazem a Banda que acompanha a empolgada Dionísia.

Filha de pai militar e avô coronel, Dionísia Nery rompeu  tabus, sem se desvencilhar da disciplina militar que recebeu, como educação infantil de seu pai, e trouxe, paralelamente, à vivência cotidiana, a vida de artista que comemora meio século. 

O show desta noite, não deixará esquecido o dia 17 de julho. Não vai dar para ninguém.

Serviço:

Dionísia Nery - Show de 70 anos

dia 17 de julho de 2015

às 20 horas

no Theatro 4 de Setembro

ingressos: R$ 10,00(meia)/R$ 20,00 (inteira)

Informações: 86 3221 1209 (Dionísia)/ 86 3222 7100 (Theatro)