em still da película perdida
por maneco nascimento
No dia mundial do
rock, uma pausa a todas as homenagens a, talvez, uma das + significativas
manifestações musicais, em todo o mundo, para que se voltasse olhar à obra que,
segundo Guga Carvalho (curador) não seria um livro, haja vista não ter nem
registro na Biblioteca Nacional (ISBN), mas uma obra de arte em si.
Projeto patrocinado pelo Centro Cultural Banco do Nordeste, através da Lei de Mercenato/MINC/GovFederal, a obra de arte que é livro, como defende o Antônio de Noronha, e é arte em obra impressa, tem a produção executiva de Guga Carvalho sociedade anônima e Produção Geral de Danilo Medeiros.
(registro de artistas prestigiando autores/foto: page Adalmir Miranda)
A Obra livro bilingue (português/inglês) detém imagens de Antônio de Noronha; curadoria, de Guga Carvalho; pesquisa de imagem, de Danilo Medeiros; projeto gráfico, de Philipe Xadai e apresentação, de Jacqueline Medeiros, gerente centro cultural bnb fortaleza-ce.
(na fila de autógrafos, público e autores/foto: page Adalmir Miranda)
Nas falas de Lançamento da obra de arte/livro, Guga Carvalho esclareceu que o registro não é sobre o filme perdido "Adão e Eva: do Paraíso ao Consumo", superoito de 1972 que, até que se prove ao contrário é o primeiro filme produzido no Piauí.
(autores registram e autografam, respectivamente/foto: page Adalmir Miranda)
A obra, na verdade, reúne fotografias still realizadas por Noronha no set de filmagens. Que a cidade mereceria um livro detido no filme perdido e, que, no futuro, "quando o Noronha morrer...", essas falas de Guga não tinham fundo de comédia mas se riu, porque quebrou o protocolo.
Noronha falou da experiência do filme, de 1972, um ano que abriu muitas oportunidades criativas e de criação da geração reunida ao período e que para o resultado em livro, encontrar as pessoas certas rendeu o material apresentado que não seria livro, mas obra de arte, segundo Guga, mas que não deixa de ser livro.
O material publicado e de identidade iconográfica para "O Filme Perdido" está para livro com formato que, à primeira vista, é de proporção que se aproximaria de dimensões de tablóide. O livro tem, sobre a capa, uma segunda pele, em branco, no externo e, no interno a fotografia de uma cena do filme. Na capa, da segunda pele, o nome do livro em letras, caixa alta, cor preta. Na contracapa da segunda pele, as assinaturas de patrocinadores.
Agora, na capa do livro, propriamente, a cor é de papel madeira. E, na segunda e terceira capa, estão em preto. Na contracapa da capa principal, o mesmo padrão, do amarelo externo (madeira) ao preto, interno, no contraponto fechando o livro.
Na dialética da estética aplicada, do amarelo madeira externo ao interno em preto, a caixa (câmara) escura que protege e revela as fotografias, de Noronha, sanduichadas pela capa principal e seus desdobramentos estéticos plásticos e a segunda pele que envolucra toda a obra em atenção aos únicos registros mantidos d'O filme Perdido.
Depois da câmara escura vem a cor branca, na terceira página com o nome da obra livro e patrocinadores. Informações em preto sobre o branco. Na quarta página, quinta, sexta, sétima, oitava, nona, décima e decima primeira páginas, há, talvez, uma perspectiva de fotografias expandidas até criarem a imagem granulada, pontos de difusão de matéria que repercutiriam o ícone. Sobre estas páginas estão registrados os nomes dos realizadores do livro. Estas páginas, em dupla, apresentam a equipe, em português na da esquerda, e em inglês, na da direita.
As páginas em branco, com as informações em preto das letras sobrepostas, de número doze, treze, catorze e quinze trazem a apresentação do livro bilingue, respectivamente. E as de número dezesseis, dezessete, dezoito e dezenove têm as impressões do curador da obra impressa. A página vinte apresenta a assinatura, de punho, do autor das fotografias, Antonio de Noronha Pessoa Filho - 140 -/ 1000 e a data de 1972/2015, no rodapé direito do livro.
Só então há o registro iconográfico de 25 fotografias reveladas, cada uma, em duas páginas. Registro do set de filmagens, na coroa de um dos famosos rios da cidade, com sua ponte de cimento armado, banhistas, cenas (e contracena registrada no still) na areia e na água; em ruas dos centro da cidade de Teresina; fotografias dos atores Torquato e Claudete Dias Miranda e da equipe técnica de trabalhos, onde se pode ver Carlos Galvão e, salvo engano, Arnaldo Albuquerque, na câmera (este assina argumento e a direção e roteiro levam assinatura de Carlos Galvão e Edmar Oliveira e a produção, de Lídia Pessoa. As fotos não indicam quem está nas cenas).
Após as belas imagens, em preto e branco, segue uma página em branco onde se lê: "é permitida a cópia parcial ou integral dessa obra/partial or full copy this book is permited". Outra página em preto livre e, depois, as duas próximas trazem as notas sobre imagem granulada; as duas outras, em mesmo perfil, agradecimentos.
As duas penúltimas páginas registram a bela imagem de Arnaldo Albuquerque sentado na areia, o olhar voltado sobre o braço direito, descansado no joelho e olha para plano baixo do ponto de vista do homem pensativo, em seus óculos de intelectual, a quase um Sartre à idade da razão.
Na página da direita se lê: arnaldo albuquerque aqui here! 1952/2015. Bela homenagem que fecha o livro e, na última página, em preto, à recepção livre um significativo de câmara escura, já registrado acima, ou signo de luto. Fim do livro.
Bela proposta apresentada por curador, pesquisador de imagem e registrador das imagens still. Um ótimo livro para pesquisas futuras e registro de memória iconográfica e obra de arte apresentada com acuidade estética e arte visual para história de flagrantes do áudio visual pedido.
"(...) um still fotográfico de um filme é apenas o registro documental do filme ou pode ser entendido, também, como uma obra de arte? (...) Dessa forma as imagens fotográficas ultrapassam a tensão dialética documento e obra e explicitam, pela força da mímese entre still e película, um continum entre presença e a ausência (...)" (Carvalho, Guga. O Filme Perdido. Teresina: Gráfica Sobral, 2015. guga carvalho curador)
Bela peça a colecionador, curioso, pesquisador escafandrista e amante da memória, história e da sétima arte reverberada nas sobras e despojos preservados de "O Filme Perdido".
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