Tem sim senhor!
por maneco nascimento
De que trata, o que é? "Carmem – O
Ciúme", é o que é! Espetáculo de dança contemporânea, montagem do Balé da Cidade
de Teresina - BCT, com direção de dramaturgia coreográfica assinada por Nazilene Barbosa.
A montagem será vista dentro do Projeto Terças da Casa, nesta
terça feira, 16, às 19 horas, no Theatro 4 de Setembro.
Uma iniciativa do Complexo Cultural
Clube dos Diários/Theatro 4 de Setembro, o Projeto chega na terceira terça
feira de junho.
Depois de apresentar o Terça Teatro, no lançamento do Terças da Casa, dia 02 (estreia da peça Casimira Quietinha); Terças Show Três
em Um (Forró à Flor da terra, com Zaqueu do Acordeon, Lázaro do Piauí, Gonzaga Lu e Francis Lopes), dia 09, a vez é do Terça Dança, nesse 16 (Carmem - O Ciúme). Os ingressos a preços populares
custam R$ 10,00, a meia entrada, e R$ 20,00, a inteira.
(as Carmens, de Nazilene/BCT/fotos: Kelson Fontenele)
O espetáculo já gerou notícia em novembro de 2012, quando se apresentou no Estúdio de Dança da Organização Ponto de Equilíbrio - OPEQ. O tema do espetáculo ao comentário da época era "Sangra e areia".
“
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Sangra e areia
por maneco nascimento
O Balé da Cidade de Teresina estreou nova peça ao seu repertório de dança contemporânea. Foi buscar inspiração em material lítero-operístico, de franquia universal. A releitura para Carmem, de Bizet e de Prosper Mérimée, recebeu a alcunha de “Carmem – O Ciúme” e tem coreografia assinada por Nazilene Barbosa. A estréia deu-se às 12h30, no Estúdio de Dança da Organização Ponto de Equilíbrio - OPEQ, nesse 23 de novembro de 2012.
“Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseada na novela homônima de Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris. (www.wikipedia.com.br/acesso: 23.11.2012, 15h31)
Com os intérpretes Vanessa Nunes, Jeciane Alves, Giselle Rocha, Cláudia Alves (Carmem e o coro que reverbera a personagem), Samuel Alves, Felipe Rodrigues, José Nascimento, Rudson Plácido (Toureiro, Don José e outros representantes masculinos pontuais) tem-se o vigor à “Carmem – O Ciúme”, de N. Barbosa, que aplica releitura, à obra original, com coragem de imprimir novo olhar à + revisitada criação, ao redor do mundo, desde que feita peça de arte.
O Balé da Cidade de Teresina estreou nova peça ao seu repertório de dança contemporânea. Foi buscar inspiração em material lítero-operístico, de franquia universal. A releitura para Carmem, de Bizet e de Prosper Mérimée, recebeu a alcunha de “Carmem – O Ciúme” e tem coreografia assinada por Nazilene Barbosa. A estréia deu-se às 12h30, no Estúdio de Dança da Organização Ponto de Equilíbrio - OPEQ, nesse 23 de novembro de 2012.
“Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseada na novela homônima de Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris. (www.wikipedia.com.br/acesso: 23.11.2012, 15h31)
Com os intérpretes Vanessa Nunes, Jeciane Alves, Giselle Rocha, Cláudia Alves (Carmem e o coro que reverbera a personagem), Samuel Alves, Felipe Rodrigues, José Nascimento, Rudson Plácido (Toureiro, Don José e outros representantes masculinos pontuais) tem-se o vigor à “Carmem – O Ciúme”, de N. Barbosa, que aplica releitura, à obra original, com coragem de imprimir novo olhar à + revisitada criação, ao redor do mundo, desde que feita peça de arte.
“(...) Carmen canta
uma habanera aos presentes, que manifestam a sua admiração por ela, à exceção
do indiferente Don José, que é, precisamente, o objeto do seu desejo (...)
Carmen, em sinal de desafio, atira-lhe uma das suas flores (...) Carmen e Don
José ficam sozinhos na praça. A sedutora cigana convence o cabo de que a
liberte, promete-lhe o seu amor (...) Don José, alvoroçado, decide libertá-la
(...) é preso imediatamente por permitir a sua fuga. Fim do 1º ato
(...) Don José chega a taberna e declara o seu amor a Carmen, (...) O soldado e o tenente enfrentam-se pelo amor de Carmen. Don José, apoiado pelos contrabandistas, subleva-se ao seu superior, (...) Obrigado pelas circunstâncias, o soldado vê-se finalmente forçado a desertar e parte com a cigana. Fim do 2º ato
(...) É de noite. Carmen cansada do ciumento amor de Don José e, além disso, descontente com a sua nova vida, tenta adivinhar nas cartas o seu futuro (...) As cartas revelam um mal presságio para Carmen: A morte (....) Don José, cego de ciúme, desafia o toureiro para uma luta até à morte com navalhas, (...) Micaëla, que abandona o seu esconderijo e pede a Don José que a acompanhe porque sua mãe está a morrer. Ele aceita e sai com a aldeã, não sem prevenir Carmen, em tom ameaçador, de que voltará para a vir buscar. A cigana não dá ouvidos aos seus avisos pensando no seu novo objeto de desejo. Fim do 3º ato (...)
À entrada do toureiro na praça de touros, Mercedes e Frasquita avisam a cigana da presença de Don José, mas ela mostra não ter medo de se encontrar com o seu antigo amante (...) Don José retém Carmen quando tenta entrar na praça, suplicando-lhe que volte com ele. Ela responde-lhe que o seu amor por ele acabou (...) O desertor tenta deter com violência a cigana, mas ela atira-lhe despeitadamente o anel que ele lhe tinha oferecido. Em fúria, Don José enfia uma faca na barriga de Carmen. A multidão que vai saindo da praça assiste a terrível cena. Don José, cheio de tristeza, cai de joelhos junto ao corpo de sua amada Carmen. Fim do 4º ato.” (Idem)
Do drama original, a coreógrafa Nazilene Barbosa sangra e areia uma revigorada cena para a dança contemporânea do coletivo Balé da Cidade de Teresina. No recorte da dramaturgia apresentada vai costurando as vidas e mortes em moto-repetido, antecipando a tragédia anunciada. Sem negar a tradição, libera novas atenções e intenções para corpos que falam, com desenvolta perspicácia, o discurso da dança e trama.
E, na ruptura, realinha nova
forma de recontar uma velha história de amor, paixão, ódio, ciúme, traição e
morte. As personagens que compõem o coro (as amigas de
Carmem e a noiva de D. José) e os outros (contrabandistas, namorados) que
interagem e coadjuvam às vozes dos integrantes do triângulo, ou quadrilátero,
amoroso (cigana, cabo, oficial e toureiro) estão concentradas em oito
intérpretes para “Carmem – O Ciúme”.
Uma economia pertinente a quatro atos dramáticos, centrados em 30 minutos de
dança.
A apresentação, à cena, do toureiro Escamillo (Samuel Alvís) vem ratificar as antecedidas entradas, a de Carmem (Vanessa Nunes), Don José (Felipe Rodrigues) e dos outros coadjuvantes. Firmes, determinadas e limpas na dramaturgia do ato dançado. Os encontros, desencontros e negações das paixões, pontos altos da cena.
A iluminação aquece o enredo e torna + calientes as performances vistas. A música original do libreto é mantida, posto que repercute muito sangue e areia na arena das paixões forjadas. A quebra do paradigma do roteiro musical ocorre, na fuga da tradição, no momento em que a cigana nega o amor ao cabo. A música percussiva, já para veias ibérico-nordestinas, preenche amor e ódio aos sonoros (n)ativos de Fagão, em sua tranquila harmonia dos sons permitidos.
A concepção do figurino é de Nazilene Barbosa. Alegoriza matizes, justificada pela criadora do vestuário, como ideia de vivência da cultura espanhola, segundo informa a produtora executiva do BCT, Máurea Oliveira. É de feitura confortável ao elenco e emblematiza sentimentos que variam do amarelo ouro, verde, laranja e o vermelho, cor de sangue, este que veste Carmem. Pelo menos duas cores, vermelho e amarelo ouro, compõem a bandeira hispânica e que, juntas com todos os outros matizes aproveitados, revelam o diverso do enredo dramatizado.
De dramaticidade refinada e de economia assentida “Carmem – O Ciúme” consegue provocar arrepio, por carregar inteireza de movimentos em que corpos pulsam Bizet e Prosper, sem que deixe de elementar novidade de que “(...) o Brasil não é só litoral (...)” e que também, como dita lição o poeta, se consegue ficar de costa para o mar e de frente p’ro país e na insistência criativa a + e reinventadas proposições estéticas.
A Carmem, de Vanessa Nunes; o Don José, de Felipe Rodrigues e o toureiro Escamillo, de Samuel Alves, assim como as intervenções e integrações, ao coletivo dramático, realizadas por José Nascimento, Rudson Plácido (com sobrenome latino), Jeciane Alves, Cláudia Alves e Giselle Rocha definem muito bem a partitura facilitada pela coreógrafa.
A dramaturgia elaborada sangra
métodos e movimentos e vai areando as peças da tessitura composicional do
drama, de efeito provocante, até gerar um bom brilho. “Carmem – O Ciúme” está
para o Balé da Cidade de Teresina como a cidade está à dança em dinâmica constante,
gerando novos significantes e significados.
Postado por Letras e letteras às 20:41 ”
(sedução em sangue latino local/fotos: Kelson Fontenele)
É desse universo apaixonante e de
calor para sangue espanhol, revisitado, que as novas origens da dramaturgia, na
dança local, de corpos falantes trata, em tempo estético e plástico, o tema
original de “Carmen”, de Bizet/Prosper, e apropria novo olhar em “Carmem – O Ciúme”.
Agenda é da cidade que urge em
consumir arte e cultura transversada. Não perca esta emoção. A
dança é de passes em corpus do Balé da Cidade de Teresina, no jogo dos corpos
que falam.
Serviço:
Projeto Terças da Casa apresenta
“Carmem – O Ciúme”
- No Terça Dança –
Dia 16 de junho
Às 19 horas
No Theatro 4 de Setembro
Entrada: R$ 10,00 (meia)/R$ 20,00 (inteira)
Informações: 86 3222 7100/ 86 9405 0037/ 8817 2201
Nenhum comentário:
Postar um comentário