segunda-feira, 29 de junho de 2015

é 30! É Harém!

na meia idade do Grupo há “Um Bico Para Velhos Palhaços
Proclamos lançados aos ventos teatrais.
"O Grupo Harém de Teatro, em comemoração aos seus 30 anos de existência, está abrindo audição para a seleção de palhaços que preencham os seguintes requisitos: 1- Sejam engraçados; 2- Sejam talentosos; 3- E, principalmente, sejam velhos!"
Serviços concluídos, audição positiva, Palhaços escolhidos. Os Velhos Palhaços selecionados, Fernando Freitas, Francisco de Castro e Francisco Pellé estarão para as ranzinzices e ranhetagens de três Velhos Palhaços em busca de um emprego.

O desafio, da vez, um expoente dramático do leste europeu que sobrevoa o humor triste. O romeno Matéi Visniec é a grande sacada do Harém para as comemorações dos 30 anos do Grupo. "Um Bico para Velhos Palhaços" , em estreia mundial dia 02 de julho (quinta feira), às 20 horas, no Theatro 4 de Setembro.

O elenco, a fina flor das sociedades secretas e conspirações do universo aos propósitos do homem brasileiro no centro da cena. O núcleo duro do Harém.

Surgidos com toda força nas oficinas de criação e laboratórios da reinvenção de espetáculos e linguagens a palcos piauienses e alhures, os atores Fernando Freitas, Francisco de Castro e Francisco Pellé cumprem rituais e se reelaboram para as vezes dos Velhos Palhaços de Visniec, o autor/Arimatan Martins, o encenador.

Pela ordem alfabética e de idade de Palhaços; de entrada e tempo de vida nas fileiras do Harém e pela importância de comporem o quadro hareniano, assim fazem-se luz de palcos e dramas registrados em repertório.

Fernando Freitas, das fileiras do Grupo de Teatro Universitário - TEU (Apesar de Romeu e Julieta/textos coletivos adaptados; O Santo e a Porca/Ariano Suassuna; Chapéu de Sebo/Chico Pereira da Silva; O Caso do Vestido/Carlos Drummond de Andrade, entre outros) e, no Harém, (Goiabinha, Mãe, Enfermeira, Olly/Raimunda Pinto, sim Senhor!/Chico Pereira da Silva; Martírio/A Casa de Bernarda Alba/F. G. Lorca; a "macaca" Liza Minelli/Macacos me Mordam - A Comédia e Maria Fernanda/Abrigo São Loucas/Arimatan Martins)

(Fê Freitas/acervo Harém)

De seus áureos tempos do TEU, de sentir, compor, agir e ser ato cênico nas experimentações que a arte inspira e propõe, até que, quem diria, Dona Fê acabou nos jardins do Harém. Nunca + foi o mesmo, foi + do que já apresentava em seus tempos de teatro estudantil universitário.

Francisco de Castro, o adolescente que chegou aos quadros de estudante da Escola Técnica Federal do Piauí - ETFPI (atual IFPI), nos anos 80 do século passado, rompeu tablados estudantis e profissionalizou-se às portas do Harém e não está prosa em 23 anos de cadeira cativa no Harém, construindo do século 20 aos primeiros 15 anos do 21, uma carreira para personagens memoráveis.

(De Castro/acervo Harém)

De retirante nordestina (Izaura/Chico Pereira da Silva/Raimunda Pinto, sim Senhor!) a encantador de cobra; dona de circo a divas à margem e semelhança revisitadas na origem do cinema e política estrangeira e nacional (Mãe Di/Marlene Dietrich/Plinio Marcos/Harém conta o Assassinato do Anão do Caralho Grande; a "macaca" contemporânea e caudilha latina, Evita Peron/Arimatan Martins/Macacos me Mordam - a Comédia; serviçal lorquiana/F. Garcia Lorca/A Casa de Bernarda Alba; Maria de Castro/Arimatan Martins/Abrigo São Loucas), sem esquecer o ardiloso demônio (Lúcifer/Gomes Campos/O Auto do Lampião no Além). Tem registro profissional, no Harém, irretocável.

Francisco Pellé, o nosso sinal de Otelo, o grande ator nacional, é também cria do Teatro Estudantil da ETFPI, regido pelo dramaturgo e filósofo professor Gomes Campos (in memoria) e Paulo de Tarso Batista Libório

(Francisco Pellé/acervo Harém)

Do teatro escolástico a sócio fundador do Grupo Harém de Teatro, sem esquecer de sua passagem pelo Raízes de Teatro. As personagens histriônicas, as + diversas e divertidas de ver, sentir e lavar o espírito parido das picardias e humor venais construídos da pecha do ator e da práxis do riso hareniano. 

De anti-heroína nordestina, com lábio leporino (Raimunda Pinto, sim Senhor!/Chico Pereira); Cão Gasolina (Auto do Lampião no Além/Gomes Campos); as personagens ímpares de Plínio Marcos (O Harém conta o Assassinato do Anão do Caralho Grande; Dois Perdidos numa Noite Suja; Quando as Máquinas Param) a o "macaco" tá certo, ou não! (Macacos me Mordam - A Comédia/Arimatan Martins) e Maria Francisca/Arimatan Martins/Abrigo São Loucas).

Agora o novo desafio de Fernando, Castro e Pellé é estarem à pele dos Velhos Palhaços, Lippo, Nico e Pepo. "Um Bico Para Velhos Palhaços" alia teatro político e humor econômico de ironias requintadas viesniqueanos e a expansão atomizada da gleba hareniana. 

Só risos na janela escancarada de quem quiser ver como se faz um riso da peste de contagiar a recepção e valorizar, da plateia do gargarejo à do senso crítico reflexivo em favor da humanidade expiada. Os selecionados cumprem requisitos e, aptos a nova montagem, se lançam à 16ª. montagem da Cia., desde que lavrou ata de fundação a serviços cênicos e exercícios dramáticos aos palcos piauienses.
O Grupo imergiu em obra de autor romeno. Matéi abriu flancos de penetração dramática a partir de sua terra natal à França e, dali, ao restante do mundo que se reconhece como arte dramática e que mantém viva uma das + tradicionais manifestações do espírito humano, a arte de encenar.
A narrativa de "Um Bico Para Velhos Palhaços" aborda o tema da competição feroz entre as pessoas e também as condições de trabalho para idosos em nossa sociedade. Abre uma proposta de reflexão às gerações futuras.
No enredo da peça, respondendo a um anúncio, três velhos palhaços reencontram-se para serem recebidos em audição. Esperam conseguir uma oportunidade de emprego temporário. Enquanto aguardam, relembram o seu velho passado, recheado de momentos de humor e sarcasmo.
O poeta e dramaturgo Matéi Visniec, começou a escrever na Romênia dos anos 1970, sob o regime de Nicolae Ceausescu. Autor proibido em seu próprio país, busca asilo político na França de 1987. Atraído pelas vanguardas do início do século XX, principalmente o surrealismo, dadaísmo e expressionismo, Matéi gera união da postura politizada e aprofundamento subjetivo aos seus textos dramáticos, que ora podem ser visitados e montados.

(Matéi Visniec/divulgação)

Visniec criou para mais de 30 textos. A dramaturgia é distinguível por não ficar presa ao teatro político convencional, nem a completa estilização. O autor caracteriza seu teatro comofrequentemente político, mas não realista”.

(o poeta do teatro político em sobrevoo sobre o humor triste/foto wikipedia)

“Um Bico Para Velhos Palhaços” tem encenação de Arimatan Martins. Formado em Artes pelo Centro de Artes das Laranjeiras – CAL, do Rio de Janeiro, Ari dirigiu, a palcos piauienses, entre tantos resultados,

 (Arimatan Martins/acervo Harém)

Os Dois Amores de Lampião Antes de Maria Bonita e Só Agora Revelados” (1985), de Francisco Pereira da Silva; “A Farsa do Advogado Pathelin” (1987), de autor anônimo do Século XVI; “Raimunda Pinto, Sim Senhor!” (1992), de Francisco Pereira da Silva; “Auto do Lampião no Além” (1996), de Gomes Campos; “O Princês do Piauí” (1999), de Benjamim Santos; “Diário de Uma Ladra” (2007) e “O Sonho do Fauno” (2009), de Rubens Nery Costa; “A Casa de Bernarda Alba” (2009); de Federico Garcia Lorca.
Em 2012, Arimatan exercita projeto de textos autoral à “trilogia hareniana”. O primeiro da linha de montagem dramatúrgica arimataniana foi “Macacos Me Mordam! - A Comédia”, na abordagem de “arte ciência”. Em seguida, “Abrigo São Loucas” (2013), à temática “arte e política”, na qual o autor inventaria a política piauiense, que não deixa de ter espelho na nacional. 
O Grupo Harém de Teatro consegue, em trinta anos, celebrar resultados justificados à práxis inteligente do ato cênico, ao tempo em que amalgama estratégias ao histórico e memória do teatro brasileiro à linguagem dramática ao homem no  centro da cena.
Os processos de pesquisa e montagens de espetáculos do Grupo mantêm finalidade e fidelidade aos autores locais, nacionais e, por vezes, internacionais. O fio do labirinto, da linguagem universalizada à aldeia local, amplia as escritas e falas da personagem aos desenhos dramatúrgicos, no empenho do homem sujeito do próprio discurso, que se autorreconhece como manipulador da própria arte de criação.
Aproximar culturas, visibilizar o exercício teatral manifestado. Fundamentalmente, possibilitar o escambo de experiências de indivíduos e sociedades no reforço de razão e sensibilidade, em reconhecimento da arte e cultura apropriadas.

“Um Bico Para Velhos Palhaços”, é uma Realização do Harém de Teatro e estréia, nesta quinta feira, 02 de julho, às 20 horas, no Theatro 4 de Setembro. Ingressos a R$ 10.00 (meia)/R$ 20,00 (inteira).

A Ficha Técnica do espetáculo compõe Texto Original, Matéi Visniec; Encenação, Arimatan Martins; Interpretação, Fernando Freitas, Francisco de Castro e Francisco Pellé; Cenografia e Adereços, Emanuel de Andrade; Figurinos, Bid Lima; Iluminação, Assaí Campelo; Música original, Daniel Hulk; Edição e efeitos sonorosJosé Dantas; Visual Gráfico, Paulo Moura (irmãodecriação); Fotografias, Margareth Leite; Produção e Vendas, Soraya Guimarães.

Serviços:
Duração: 70min
Faixa etária: Maiores de 12 anos
Gênero: Tragicomédia
Valor do ingresso: R$ 20,00-inteira
                              R$ 10,00-meia

Informações: 86 3222 7100/ 86 994062842/ 86 999467710/ 86 999462613/ 86 9 95148466/ 86 988512959

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