Será que sai
por maneco nascimento
A atual Fundac, em experiência de primeira viagem ao mundo dos empenhos; PDAs; processos de monta; confere; assina; protocola e despacha ao deus dará da burocracia; do descaso; empurra com a barriga; cria falsas expectativas e escorrega feito quiabo passado, tem já algumas algaravias quando o assunto é pagar prestador em tempo hábil.
As reuniões de aproximação e cortesias de reconhecimento da classe e contemporização da imagem a ser construída, foram agora substutídas por agendas intransponíveis e circuito aberto de observadores, nas anti-salas, para que não haja surpresas de invasão de credores. Os artistas que batalharam pela boa imagem e manutenção do espetáculo "A Batalha do jenipapo", agora concorrem contra o tempo da data do dízimo aniversário do 13 de março.
"A Batalha do Jenipapo", a peça, apresentada dia 13 de março, às 20h30, no espaço do Memorial Heróis do Jenipapo, em Campo Maior (BR 343) demonstrou que a arte sempre se estabelece em cumprimento de acordos e em nome da própria imagem de criação e repercussão artística. No próximo dia 13 de abril, daqui a três dias, fará um mês que os artistas e técnicos envolvidos na realização prática do espetáculo esperam seu cachê por serviços prestados.
A promessa deslumbrada, da gerente de ações culturais da Fundac, de que o cachê sairia dia 30 de março não constituiu verdade, nem administrativa, nem política de palavra gestora do negócio da pasta da Fundação Estadual de Cultura do Piauí. O compromisso foi empurrado para depois do final de pagamento da folha do estado, tempo também vencido dia 5 de abril.
Nesse fim de dia e entrada de noite do dia 10 de abril, o silêncio da Fundac não é sagrado porque recai no pecado da mentira, mas sacrifício do artista que não detém informação real de quem pode definir, ou honrar acordo na mesa da nova diretoria da Fundação Cultural do estado de evasivas. Má sorte, ou despejo de atenções de um governo que deixa a herança da dívida a nova posse executiva, a verdade é que quem souber quando os cachês de artistas e técnicos serão pagos, morre...
De praga de gerente, arrogância de chefetes e associados, de omissão de presidente, ou de velada promessa de esquecimento acionada pelos cães caolhos da guarda oficiosa da casa de proteção dos justos e determinadores do poder que creem ser de seus empregadores diretos a faca de queijo de minas, de sal, da mesa do governo.
O elenco da peça "A Batalha do Jenipapo" parece que terá, na espera intranquila, que conviver com trânsito das mudanças de cadeiras, e decisões a posteriori, para então vislumbrar uma nova perspectiva que poderá criar, ou não, nos novos administradores a atenção ao direito adquirido, com força do trabalho, de quem prestou serviço e espera receber o combinado, em acordo contratual. Será que sai?
Depois da "Batalha" realizada, o novo front de batalha é pra receber o devido. A empolgação e salto alto das primeiras circunstâncias fundaquianas, agora são substutídas por deslizar de informações, respostas rudes e recheadas de defesas, sem direito ao benefício da dúvida, e uma (des)preparada atenção fria a quem se torne o incômodo cobrador da dívida.
Agora, o artista que aguarde e que o Deus brasileiro e o deus do Teatro que também nos apoie, pois parece que, o resultado dessa batalha pra receber os cachês, ainda vai render uma longa espera e um faz-me crer que tudo está dando muito certo.
Mas o certo mesmo é que as novas promessas caem no vazio do querer fazer diferente e não conseguir alcançar os reais caminhos das pedras das decisões políticas que beneficiem a quem transforme o ato oficioso em lugar de arte e cultura que repercutam + que palanques e discursos eleitoreiros.
Fundac, sai do gabinete e vai atrás do devido. É + justo, + político e + cultural de fazer o diferente para criar igualdades no direito de atender compromissos assumidos.
(receber o dinheiro da "Batalha" é um cavalo de batalha/foto cel. Jorge Carlo)
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