por maneco nascimento
Uma Trama Cultura, em parceria do Projeto Música Para Todos + Theatro 4 de Setembro, deu Show!
"Elis Vive - 23 Anos" foi o que deu na veia. Veia musical, em noite de Tributo ao "Furacão Elis. 19 de novembro, data em que desapareceu Elis Regina, dos palcos da vida, é também dia em que, na cidade de Teresina, se comemora e tributa música às memórias musicais da maior cantora do Brasil.
João Vasconcelos teve a ideia e mantém viva há 23 anos, desde que resolveu criar o evento Elis Vive e o repete para + de duas décadas. Sempre um show que lembra, resgata, comemora, emociona e reúne amantes, devotos, apaixonados, músicos, intérpretes e um hall de fascinados pela "Pimentinha". Em janeiro de 2017 não foi diferente.
fotos: (Francisco de Castro)
Ali esteve presente Elis, na noite de quinta feira (19), a partir das 18h30, no palco do Theatro 4 de Setembro. Um Arrastão de emoções que cumpriu ritual e trouxe ao palco ótimos intérpretes e, à plateia, um expressivo público, ouvinte e atento a cada intervenção das cantoras e cantores que compuseram o "Elis Vive - 23 Anos".
Cláudia Simone, Gislene Danielle, Juliana Lima, Chelsea Dayse, Samara Andrade e Paula Milena, as vozes femininas que deram vasão de bem cantar a canção brasileira, feita repertório de Elis. No contraponto, de voz masculina, Kiko Vieira e Gustavo Cavalcanti disseram sim, também sabemos ser Elis Vive!
A direção geral e produção executiva, de João Vasconcelos, somadas à direção musical, de Sílvio Rosário, arremataram tempo musical qualificado.
(público do Elis Vive - 23 Anos\ fotos: Francisco de Castro)
Gislene Danielle (Gracias a la vida, Black is beautiful) e Cláudia Simone (These are the songs, Bodas de Prata), com domínio de palco, expressivos particulares de cada uma, em bem cantar. Nada seria como antes, depois que Essa Mulher, que canta nas vozes de Danielle e Cláudia, derramou melodias sentimentais, em banho de felicidade sobre a plateia fiel.
Mas, um outro grupo de novas cantoras também fez espécie. Juliana Lima, Chelsea Dayse, Samara Andrade e Paula Milena, umas doces nereidas, em dedicado das canções que tanto ouvimos no dial e videotapes de especiais musicais. Seguraram a onda a conter o mundo biz da música na cidade, já que contidas na pauta cifrada, de quem está na vantagem de ir aonde a canção está.
Quando cantam em coletivo (Seu eu quiser falar com Deus, Fascinação, Águas de Março, Maria, Maria) numa divisão de vozes, inteligentemente preparada pela direção musical, são poder de variações vocais.
Individualmente, também, fazem bonito. Arrastão, Alô, alô Marciano (Paula Milena); Vivendo e Aprendendo a Jogar (Chelsea Dayse); Romaria, O Bêbado e o Equilibrista, O que foi feito de Vera (Juliana Lima); Como Nossos Pais (Samara Andrade) são exercícios de equilíbrio vocal, nas performances das meninas-musas.
Têm estilo, identidade vocal e uma força de, primeiro a vontade, depois o desejo, e o + vem na energia de comer pelas beiradas até que cheguem numa maturidade que as faça magia de enlear ouvidos, definitivamente. Já sabem por onde correm os vieses da canção, logo poderão mergulhar, incondicionalmente, no olho do furacão e brincar de domínio de cantar.
Kiko Vieira, numa performance natural, de estar bem à cena e deslizar voz no que cante, defendeu "Golden Slumbers" a um delicado de Beatles e Elis que não desaforou ouvidos e não incomodou, nem mesmo aquela que agora é uma Estrela, em expansão de forma de desenhos de luz, fios luminosos, uma nebulosa... como diz Faro.
Um rastro espelhado e brilhante de voz e música, que se espalhou pelo palco e registrou memórias da canção, fez-se em participação de Vieira, quando revisitou registro de Beatles nas memórias muscais elisreginianas. Bom de ouvir.
A outra voz masculina, Gustavo Cavalcanti, rendeu loas ao repertório original de Elis, em cumprimento ao seu tempo de solos à canção. Tiro ao Álvaro, um entre tantos hits populares perolados por Elis e, Carinhoso estiveram na pauta de interpretações do jovem cantor.
Ao final, do espetáculo, coube a Gustavo defender Carinhoso (de Pixinguinha e João de Barro) que, neste ano de 2017, completa 100 anos. Voz apequenada pelo estilo de coul e sertanejo universitário, foi a única canção que deveras deixou a desejar um arrojo ao melhor desempenho de interpretação.
Salvo as novas entradas de mercados e futuros das indústrias culturais e a mercantilização dos novos estilos da canção, que invadiram o país em carros chefes das empresas fonográficas, a música à mímesis do estilo sertanejo universitário tem suas energias de sucesso das massas homogeineizadas, no ritmo do cultivo da esperança amorosa, mas serve ao propósito das boas vendas e negócio.
Agora, Carinhoso, cem anos, um hino da MPB velha guarda, amaciada a átomos vocais inestimáveis de Elizeth Cardoso, Elis Regina, Ângela Maria, Maria Bethânia, só para ficar em algumas das Divas brasis, poderia ter recebido um tratamento tradição.
Não que os novos estilos das novas gerações não ganhem a força dos próprios méritos, mas são cem anos de Carinhoso. Então, menos estilismos de novidade e estilosos do mercado capital fonográfico. Carinhoso soa muuuuuuito melhor como quis e compôs a arte de seus criadores.
O estilo a la Santana ou Lima servem bem aos fãs de Luan, Gusttavo, et al, mas a Carinhoso soaria um bocado fora da cifra original de tradição velha guarda irreparável. Não soou muito bem, mas não deixou de ser a Canção Carinhoso, ainda bem. Até porque essa Canção tem poder.
Exceto essa liberdade de exprimir gosto, estilo e forma de cantar a preferência de ouvido, adequada à Carinhoso, a Canção, o intérprete Gustavo Cavalcanti esteve na boa média de ser Elis Vive. Parabéns aos responsáveis pelo "Elis Vive - 20 Anos" (João Vasconcelos e Sílvio Rosário) e aos parceiros (Trama Cultura, Projeto Música Para Todos[Luís Sá] e Theatro 4 de Setembro.
Evoé, Cláudia Simone, Gislene Danielle, Juliana Lima, Chelsea Dayse, Samara Andrade e Paula Milena, Kiko Vieira, Gustavo Cavalcanti!
Elis Vive e pulsou arte musical na noite de 19 de janeiro.
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