É por você que choro, hoje.
por maneco nascimento
(Paulo Goulart/foto Felipe Redondo - folha press)
Desde 1952 o artista da cena
Paulo Goulart cumpriu carreira para rádio, televisão, cinema e teatro. Ao conhecer
Nicette Bruno, não só criaram, juntos, a própria companhia de cena “Teatro Íntimo
Nicette Bruno” (1953), como afinam alianças conjugais (1954). São Paulo, Rio,
Curitiba e São Paulo foram palcos da manifestação desse casal 100%, que
conviveu na arte e no amor aos seus e aos palcos de encenação, durante 60 anos.
Uma das mais charmosas e
tradicionais locuções que povoaram textos para tevê e publicidade nacional,
Paulo Goulart foi e sempre será à memória da teledramaturgia nacional, cinema e
teatro brasileiro, um dos + talentosos e necessários na arte dramática do país.
Perdemos ao imponderável + uma estrela que parte da mortalidade pueril à casa
das luzes do cosmos.
Das personagens carismáticas da
televisão, aos célebres da telona e muito mais às que preencheram os silêncios
e ardorosos barulhos dos tablados, esse nosso Paulo deixa uma saudade doída,
mas na conformidade do tempo e das horas cumpridas em missão em que todos nós
somos mortais.
Aos 81 anos, Paulo Afonso Miessa,
que nasceu em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, em 9 de janeiro de 1933,
deixou o campo das vicissitudes corriqueiras para emplacar nova ação nos palcos
do Senhor.
Esse jovem ator e senhor das
cenas nacionais, Paulo, que manteve o sobrenome artístico – Goulart – em homenagem
ao tio locutor de rádio, Airton Goulart, morreu na quinta feira, 13 de março, às
13h15, por imposição das complicações de um quadro de câncer renal avançado.
Paulo Goulart lutou durante cinco anos contra a doença. Foi vencido pela
voracidade do mal que nos toma, por vezes, em surpresa de sua instalação aos
nossos dias tão mortais. Foi com Deus e me guardo, entre outras lembranças, da
que me remeto em personagens construídas aos filmes “Chico Xavier” e “Nosso
Lar”.
O jornalista do programa Pinga
Fogo (Chico Xavier) e o espírito conselheiro, em “Nosso Lar”, respectivamente.
Duas personagens tranquilas, ao seu estilo muito caraterístico, e centradas na
temática fim, o espiritismo, seita a que dedicou boa parte da vida. Também
realizou um bonachão muito bem humorado em “O Auto da Compadecida”, um fenômeno
de público e sucesso azeitado de cada uma das personagens da fita. Na televisão
o rosário é ouro.
É por você, que hoje choro. Meu querido
Paulo Goulart que deixa uma herança familiar insuperável em traquejo, talento e
dedicação conceituada à arte do fingimento. Amor incondicional à composição de
vidas que imitam a vida alheia, do outro presente em nós todos.
Nicette Bruno, Beth Goulart,
Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho representam, em continuidade, a maior prova
do amor ao ato de encenação e cumprem essa herança como prova dos nove.
(nosso querido Paulo/foto acervo Glória Pires via face)
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