Imprensa e Liberdades
por maneco nascimento
Em fins de leitura de obra recheada de informações acerca dos primórdios, ou caminhos que sinalizam para início da imprensa no Piauí, fico muito satisfeito com + essa aquisição do lido. O título “Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX”, de Ana Regina Barros Leal Rêgo.
O livro, de material bem acabado, revisão impecável, letras graúdas e cor de capa e páginas que poderia variar entre ocre, creme, marron claro ou salmon? Que importa.Mas possibilita uma leve e agradável leitura. Sob o ponto da estética do marketing à recepção tem cuidadosa estratégia a possibilitar nunca cansaço ao leitor.
Memórias, histórias, imprensa e política que vão desenhando o perfil do pensamento arbitrado e do livre arbítrio ao ato político da ação social e do papel da imprensa, em formatação pelas mãos e discursos dos avós do jornalismo atual, se poderia dizer.
A pesquisa construída assoma-se, de forma inteligente e prática, na elaboração de história bem embasada em fontes disponíveis, até restritas sob o ponto de vista de acesso, mas o material garimpado é de orgulho de quem lê, como seria do pesquisador febril.
Prêmio Cidade de Teresina, lançado pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves, em 2001, só agora, mais de uma década depois, tenho o feliz acesso à leitura de “Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX”. O que deveria ser obrigação acadêmica virou só prazer de leitura.
Dividido em dois tomos. Livro I – Imprensa Piauiense e os Ideais Republicanos e Livro II -Imprensa e Política no Piauí no Segundo Reinado.
Ai, o leitor vai deslizando por Origem dos Partidos Políticos do Segundo Reinado (Formação política no Piauí); A Imprensa e o Estado Monárquico (Origem da imprensa no Piauí); do Império à República – a trajetória brasileira (Movimento republicano,
Propaganda republicana); Questões Intervenientes no Processo de Proclamação da República (Questão anticlerical, Questão militar); Mapeamento do Movimento Republicano nos Jornais Monarquistas Piauienses (Jornais monarquistas, O pensamento republicano nos impressos monarquistas) et all.
Monarquia, Império e República. Os movimentos políticos e intelectuais perpassam o estado de governos e dão a forma de modificações sociais e desenham os avanços que as sociedades ampliam.
Assim deu-se no Brasil de províncias e sede governamental central, a Corte, e no da República em construção em que, nesta, o papel da imprensa delineia os discursos de defesa e contradefesa às mudanças irrefutáveis, a seu tempo. Liberdade e imprensa já eram ensaiadas lá pelo reino de Pedro I.
“(...) a liberdade de imprensa, que, em 12 de julho de 1821, é fixada constitucionalmente pelos liberais portugueses, com repercussão no Brasil, em agosto do mesmo ano, quando por Aviso, D. Pedro resolve: ‘Tomado S. A. Real em consideração quanto é injusto que, depois que se acha regulado pelas Cortes Gerais Extraordinárias da Nação Portuguesa, sobre liberdade de imprensa, encontrem os autores e editores inesperados estorvos, à publicação dos escritos que pretenderem imprimir. É o mesmo senhor servido mandar que não se embarasse por pretexto algum a impressão que se quiser fazer de qualquer escrito, devendo unicamente servir de regra, o que as mesmas Cortes têm determinado.’” (Sodré, 1983, p. 41 In Rêgo, Ana Regina Barros Leal. Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 2001, p. 45)
Em que pese ser, na Corte, o jornalismo praticado com grande liberdade “(...) tanto na área política como na emergente área literária, arrefecendo, sobremaneira, a agressividade explícita no padrão dos impressos anteriores. Os informativos divulgados, a partir da primeira década do Segundo Reinado, apresentam pluralidade de temas e formas. Tal fato ocorre, principalmente, do incentivo concedido às artes pelo Imperador, impulsionado, talvez, por idéias iluministas e influência dos contemporâneos europeus.” (Rêgo, Ana Regina Barros Leal. Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 2001, p. 47)
Disputas entre liberais, moderados, conservadores, monarquistas e republicanos, iam constituindo as liberdades de expressão e a imprensa de jornalistas e políticos, de intelectuais e arbitradores das falas sociais também da imprensa, liberdades e jornalismo piauiense.
“(...) Ainda sobre David Caldas, mas falando sobre o seu segundo jornal, Pinheiro Filho (1972, p. 26) afirma que o famoso jornal Oitenta e Nove resulta da simples mudança de nome de O Amigo do Povo, sendo editado, pela primeira vez, em 1 de fevereiro de 1873: ‘Trazia um artigo de fundo sob o mesmo título, no qual o autor não preconizava de modo categórico, mas sutilmente deixava expressar a idéia profética de que a República seria proclamada em 1889.’” (Idem, p.53)
História de poder, de negócios, de vida, de troca de cadeiras políticas, de negação e de afirmação de discursos, de antropologias sociais e “arqueologia” da imprensa e política piauiense compõem expoente material de pesquisa e curiosidade em “Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX”.
Leitura indispensável!
por maneco nascimento
Em fins de leitura de obra recheada de informações acerca dos primórdios, ou caminhos que sinalizam para início da imprensa no Piauí, fico muito satisfeito com + essa aquisição do lido. O título “Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX”, de Ana Regina Barros Leal Rêgo.
O livro, de material bem acabado, revisão impecável, letras graúdas e cor de capa e páginas que poderia variar entre ocre, creme, marron claro ou salmon? Que importa.Mas possibilita uma leve e agradável leitura. Sob o ponto da estética do marketing à recepção tem cuidadosa estratégia a possibilitar nunca cansaço ao leitor.
Memórias, histórias, imprensa e política que vão desenhando o perfil do pensamento arbitrado e do livre arbítrio ao ato político da ação social e do papel da imprensa, em formatação pelas mãos e discursos dos avós do jornalismo atual, se poderia dizer.
A pesquisa construída assoma-se, de forma inteligente e prática, na elaboração de história bem embasada em fontes disponíveis, até restritas sob o ponto de vista de acesso, mas o material garimpado é de orgulho de quem lê, como seria do pesquisador febril.
Prêmio Cidade de Teresina, lançado pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves, em 2001, só agora, mais de uma década depois, tenho o feliz acesso à leitura de “Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX”. O que deveria ser obrigação acadêmica virou só prazer de leitura.
Dividido em dois tomos. Livro I – Imprensa Piauiense e os Ideais Republicanos e Livro II -Imprensa e Política no Piauí no Segundo Reinado.
Ai, o leitor vai deslizando por Origem dos Partidos Políticos do Segundo Reinado (Formação política no Piauí); A Imprensa e o Estado Monárquico (Origem da imprensa no Piauí); do Império à República – a trajetória brasileira (Movimento republicano,
Propaganda republicana); Questões Intervenientes no Processo de Proclamação da República (Questão anticlerical, Questão militar); Mapeamento do Movimento Republicano nos Jornais Monarquistas Piauienses (Jornais monarquistas, O pensamento republicano nos impressos monarquistas) et all.
Monarquia, Império e República. Os movimentos políticos e intelectuais perpassam o estado de governos e dão a forma de modificações sociais e desenham os avanços que as sociedades ampliam.
Assim deu-se no Brasil de províncias e sede governamental central, a Corte, e no da República em construção em que, nesta, o papel da imprensa delineia os discursos de defesa e contradefesa às mudanças irrefutáveis, a seu tempo. Liberdade e imprensa já eram ensaiadas lá pelo reino de Pedro I.
“(...) a liberdade de imprensa, que, em 12 de julho de 1821, é fixada constitucionalmente pelos liberais portugueses, com repercussão no Brasil, em agosto do mesmo ano, quando por Aviso, D. Pedro resolve: ‘Tomado S. A. Real em consideração quanto é injusto que, depois que se acha regulado pelas Cortes Gerais Extraordinárias da Nação Portuguesa, sobre liberdade de imprensa, encontrem os autores e editores inesperados estorvos, à publicação dos escritos que pretenderem imprimir. É o mesmo senhor servido mandar que não se embarasse por pretexto algum a impressão que se quiser fazer de qualquer escrito, devendo unicamente servir de regra, o que as mesmas Cortes têm determinado.’” (Sodré, 1983, p. 41 In Rêgo, Ana Regina Barros Leal. Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 2001, p. 45)
Em que pese ser, na Corte, o jornalismo praticado com grande liberdade “(...) tanto na área política como na emergente área literária, arrefecendo, sobremaneira, a agressividade explícita no padrão dos impressos anteriores. Os informativos divulgados, a partir da primeira década do Segundo Reinado, apresentam pluralidade de temas e formas. Tal fato ocorre, principalmente, do incentivo concedido às artes pelo Imperador, impulsionado, talvez, por idéias iluministas e influência dos contemporâneos europeus.” (Rêgo, Ana Regina Barros Leal. Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 2001, p. 47)
Disputas entre liberais, moderados, conservadores, monarquistas e republicanos, iam constituindo as liberdades de expressão e a imprensa de jornalistas e políticos, de intelectuais e arbitradores das falas sociais também da imprensa, liberdades e jornalismo piauiense.
“(...) Ainda sobre David Caldas, mas falando sobre o seu segundo jornal, Pinheiro Filho (1972, p. 26) afirma que o famoso jornal Oitenta e Nove resulta da simples mudança de nome de O Amigo do Povo, sendo editado, pela primeira vez, em 1 de fevereiro de 1873: ‘Trazia um artigo de fundo sob o mesmo título, no qual o autor não preconizava de modo categórico, mas sutilmente deixava expressar a idéia profética de que a República seria proclamada em 1889.’” (Idem, p.53)
História de poder, de negócios, de vida, de troca de cadeiras políticas, de negação e de afirmação de discursos, de antropologias sociais e “arqueologia” da imprensa e política piauiense compõem expoente material de pesquisa e curiosidade em “Imprensa Piauiense: atuação política no século XIX”.
Leitura indispensável!
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