21 de abril, aniversário do 4 de
Setembro
por maneco nascimento
Na manhã, já no alvorecer do dia, às 6h30, a Cia. Talismã de
Circo, na porta do Theatro 4 de
Setembro, abriu seus números de acrobacias, malabares, pernas de pau, circo
chinês e a alegria do maior espetáculo do mundo. Foi o pontapé feliz, de
abertura da festa de aniversário do Theatro 4 de Setembro que, neste dia 21,
completou 122 anos.
Em seguida, no Café da Manhã aos artistas e convidados, houve
um momento descontraído e, informal, em que o Secretário de Cultura, Fábio
Novo, apresentou aos convivas do encontro as novidades recebidas pelo Complexo
Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro, mais especificamente, revitalizações no patrimônio arquitetônico do Theatro 4 de Setembro que está
com novas infraestruturas conferidas ao prédio e, à disponibilização pública,
os espaços à ocupação.
Novos camarins personalizados, Salão Nobre “Chico Pereira”,
Oficina “Procópio Ferreira”, novas ambientações à área administrativa. Todos os
espaços do Complexo, palcos do 4 de
Setembro e “Torquato Neto”, Galeria de Arte “Nonato Oliveira”, Espaço Cultural “Osório
Jr.”, Bar do Club, Salas de Oficinas e ensaios e todos os outros ambientes do Equipamento
cultural, aptos a receberem ações artísticas e culturais.
O Secretário também discorreu sobre as obras que seguem, em
espaços culturais, na capital e interior, e também sobre a volta do Projeto
Boca da Noite, que, além de seu local cativo no "Osório Jr.", será itinerante. Percorrerá alguns municípios pólos, aderindo
a música às Casas de Cultura no interior.
O Café da manhã foi concorrido, onde os colegas de classe,
jornalistas e convidados dividiram a convivência saudável do encontro. Na
agenda, que se seguiu, a abertura da Exposição “Sinais do Barro”, com peças de
João Borges, na Galeria de Arte “Nonato Oliveira” e a apresentação, no mesmo
ambiente, do Balé Popular do Piauí/Escola Estadual "Lenir Argento, com a coreografia “Malandro Burguês”, de
Márcio Gomes.
A Maratona Cultural foi ganhando fôlego e o teatro veio
coroar a manhã, com cenas dos espetáculos apresentadas no Teatro “Torquato
Neto”. “Apareceu a Margarida”, com Edith Rosa, numa performance concentrada no
ato e método da atriz, que nos apresenta uma professora à beira da
esquizofrenia desenfreada. A atriz consegue ser trágica, com humor
particularmente dela, sem desmerecer o autor Roberto Athayde, que muito
presente na picardia e ironias escatológicas e políticas da dramaturgia afiada.
Wilson Gomes de Sousa trouxe, em seguida, trouxe sua atração
construída para o “Diário de uma Camareira”. A plateia atenta cumplicizou o
drama da profissional dos camarins, no ocaso da profissão. Wilson Gomes
corrobora com uma dignidade e acento de memórias da profissão, dos bastidores
do teatro, com a dose de bom ator que consegue atrair e manter a atração do
público.
*****(Wilson GSousa é a Camareira/acervo W. GSousa)
Ainda no Teatro “Torquato Neto” a exibição do filme
documentário “O Cine Rex e Nós”, de Alan Sampaio, que aborda memória e história
da Casa de cinema e seu fechamento. Com o curta piauiense cumpriu-se o rito de
atos e cenas, na área do Club dos Diários.
O público foi convidado a conhecer os novos camarins, agora
personalizados. As portas dos camarins receberam fotos de artistas das mais
expressivas linguagens culturais da cidade. Os homenageados, Marleide Lins
(literatura); Lorena Campelo (atriz); Lina do Carmo (coreógrafa e bailarina),
Adalmir Miranda (diretor e ator); José Afonso de Araújo Lima (ator, diretor e
dramaturgo); José Luis Andrade (produtor cultural); Bid Lima (atriz e
performer); Antonio José (técnico de
teatro) e Bebel Martins (cantora).
Das visitas aos camarins, o público se acomodou na Sala de
Oficina “Procópio Ferreira”, onde assistiu a três cenas da montagem do
espetáculo “Anjo Negro”, de Nelson Rodrigues, e direção de Luciano Brandão. Das cenas vistas, um mapa de traçados matemáticos, discretos e licenciados à ordem dramática de concentração econômica e trágica.
*****(Adalmir Miranda e Bid Lima à porta personalizada/cervo A. Miranda)
O elenco, da demonstração dramatizada ao ambiente doméstico
da casa, reuniu corpus para quatro personagens, três mulheres (a dona da casa,
a tia e a empregada) e o dono da casa (o negro). Diálogos limpos, sem
afobamento, e cuidadosa coreografia de movimentação das cenas tão afinadas em elegância à
ação dramática proposta, pela cartografia dramatúrgica solicitada por Luciano
Brandão.
A ação dramática, em “Anjo Negro”, fechou o roteiro
programado, à parte da manhã, ao itinerante de ações a público cortejo. A manhã
que começou com a alegria do circo, elevou continuidade a ritos e rituais das
linguagens artísticas, pulverizadas em espaços do Complexo Cultural e, sempre
contando com uma presença muito curiosa do público.
*****(elenco de "Anjo Negro": Oficina "Procópio Ferreira"/acervo Kaio Rodrigues)
Dadas, por encerradas, as atividades das horas, o diretor
João Vasconcelos lembrou que os trabalhos, após uma pausa ao almoço, seriam
retomadas às 13 horas, com uma Oficina e a apresentação do espetáculo “Dádiva”,
do Núcleo de Estudos Dramáticos/Escola Técnica de Teatro “Gomes Campos”,
dirigido por Chiquinho Pereira.
O primeiro tempo da Maratona Cultural, com eficiência de
campos diversificados de linguagens, foi jogado e o certame apontava a jogos
artísticos que viriam completar a Maratona, na segunda partida da tarde, entrando pela noite.
*****(era dia 21, o Theatro aniversariava/foto ascom secult)
Box memorial:
O Theatro 4 de Setembro detém duas datas de aniversário.
A que dá nome ao Theatro, quando em 1889 as senhoras da sociedade foram ao Governo da Província solicitar a construção de uma nova Casa de espetáculos à comunidade.
A data histórica 4 de setembro virou o Theatro 4 de Setembro e, se comemora seu aniversário, neste dia em setembro.
A outra data, também emblemática, é a de entrega do Theatro pronto à Teresina. Em 21 de abril de 1894, o 4 de Setembro era inaugurado, com pompas e circunstâncias.
21 de abril, então, é primeira data de calendário e segunda data histórica. O 4 de setembro, a primeira data histórica e a segunda data de aniversário.
Neste no de 2016, o Governo do Estado e Secult resolveram comemorar, pela primeira vez a data histórica de entrega do patrimônio arquitetônico edificado, ao tempo em que festejou a entrega das obras concluídas de restauração, modernização, recuperação de teto, telhado, pintura interna e fachada, com iluminação de fachada (leds), infraestrutura hidráulica, elétrica e patrimonial e entregá-la renovada, após vinte anos desde a última intervenção.
Está entregue à comunidade, com diversos espaços de absorção de demanda reprimida e ampliação de recepção da manifestação artístico e cultural local, nacional e alhures.
No século 21 em 21 de abril, o tempo de hoje foi de festejar o novo Theatro 4 de Setembro.
*****(a fachada imponente aos olhos de Ademilton Moreira)
fotos/imagem: (ascom secult./wilsom gsousa./adalmir miranda./kaio rodrigues./ademilton moreira)
fotos/imagem: (ascom secult./wilsom gsousa./adalmir miranda./kaio rodrigues./ademilton moreira)
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