sábado, 23 de abril de 2016

No 21 em 21

21 de abril, aniversário do  4 de Setembro
por maneco nascimento

Na manhã, já no alvorecer do dia, às 6h30, a Cia. Talismã de Circo, na porta do Theatro  4 de Setembro, abriu seus números de acrobacias, malabares, pernas de pau, circo chinês e a alegria do maior espetáculo do mundo. Foi o pontapé feliz, de abertura da festa de aniversário do Theatro 4 de Setembro que, neste dia 21, completou 122 anos.

Em seguida, no Café da Manhã aos artistas e convidados, houve um momento descontraído e, informal, em que o Secretário de Cultura, Fábio Novo, apresentou aos convivas do encontro as novidades recebidas pelo Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro, mais especificamente, revitalizações no patrimônio arquitetônico do Theatro 4 de Setembro que está com novas infraestruturas conferidas ao prédio e, à disponibilização pública, os espaços à ocupação.

Novos camarins personalizados, Salão Nobre “Chico Pereira”, Oficina “Procópio Ferreira”, novas ambientações à área administrativa. Todos os espaços do Complexo, palcos do  4 de Setembro e “Torquato Neto”, Galeria de Arte “Nonato Oliveira”, Espaço Cultural “Osório Jr.”, Bar do Club, Salas de Oficinas e ensaios e todos os outros ambientes do Equipamento cultural, aptos a receberem ações artísticas e culturais.

O Secretário também discorreu sobre as obras que seguem, em espaços culturais, na capital e interior, e também sobre a volta do Projeto Boca da Noite, que, além de seu local cativo no "Osório Jr.", será itinerante. Percorrerá alguns municípios pólos, aderindo a música às Casas de Cultura no interior.

O Café da manhã foi concorrido, onde os colegas de classe, jornalistas e convidados dividiram a convivência saudável do encontro. Na agenda, que se seguiu, a abertura da Exposição “Sinais do Barro”, com peças de João Borges, na Galeria de Arte “Nonato Oliveira” e a apresentação, no mesmo ambiente, do Balé Popular do Piauí/Escola Estadual "Lenir Argento, com a coreografia “Malandro Burguês”, de Márcio Gomes.

A Maratona Cultural foi ganhando fôlego e o teatro veio coroar a manhã, com cenas dos espetáculos apresentadas no Teatro “Torquato Neto”. “Apareceu a Margarida”, com Edith Rosa, numa performance concentrada no ato e método da atriz, que nos apresenta uma professora à beira da esquizofrenia desenfreada. A atriz consegue ser trágica, com humor particularmente dela, sem desmerecer o autor Roberto Athayde, que muito presente na picardia e ironias escatológicas e políticas da dramaturgia afiada.

Wilson Gomes de Sousa trouxe, em seguida, trouxe sua atração construída para o “Diário de uma Camareira”. A plateia atenta cumplicizou o drama da profissional dos camarins, no ocaso da profissão. Wilson Gomes corrobora com uma dignidade e acento de memórias da profissão, dos bastidores do teatro, com a dose de bom ator que consegue atrair e manter a atração do público.
*****(Wilson GSousa é a Camareira/acervo W. GSousa)

Ainda no Teatro “Torquato Neto” a exibição do filme documentário “O Cine Rex e Nós”, de Alan Sampaio, que aborda memória e história da Casa de cinema e seu fechamento. Com o curta piauiense cumpriu-se o rito de atos e cenas, na área do Club dos Diários.

O público foi convidado a conhecer os novos camarins, agora personalizados. As portas dos camarins receberam fotos de artistas das mais expressivas linguagens culturais da cidade. Os homenageados, Marleide Lins (literatura); Lorena Campelo (atriz); Lina do Carmo (coreógrafa e bailarina), Adalmir Miranda (diretor e ator); José Afonso de Araújo Lima (ator, diretor e dramaturgo); José Luis Andrade (produtor cultural); Bid Lima (atriz e performer);  Antonio José (técnico de teatro) e Bebel Martins (cantora).

Das visitas aos camarins, o público se acomodou na Sala de Oficina “Procópio Ferreira”, onde assistiu a três cenas da montagem do espetáculo “Anjo Negro”, de Nelson Rodrigues, e direção de Luciano Brandão.  Das cenas vistas, um mapa de traçados matemáticos, discretos e licenciados à ordem dramática de concentração econômica e trágica.

*****(Adalmir Miranda e Bid Lima à porta personalizada/cervo A. Miranda)

O elenco, da demonstração dramatizada ao ambiente doméstico da casa, reuniu corpus para quatro personagens, três mulheres (a dona da casa, a tia e a empregada) e o dono da casa (o negro). Diálogos limpos, sem afobamento, e cuidadosa coreografia de movimentação das cenas tão afinadas em elegância à ação dramática proposta, pela cartografia dramatúrgica solicitada por Luciano Brandão.

A ação dramática, em “Anjo Negro”, fechou o roteiro programado, à parte da manhã, ao itinerante de ações a público cortejo. A manhã que começou com a alegria do circo, elevou continuidade a ritos e rituais das linguagens artísticas, pulverizadas em espaços do Complexo Cultural e, sempre contando com uma presença muito curiosa do público.
*****(elenco de "Anjo Negro": Oficina "Procópio Ferreira"/acervo Kaio Rodrigues)

Dadas, por encerradas, as atividades das horas, o diretor João Vasconcelos lembrou que os trabalhos, após uma pausa ao almoço, seriam retomadas às 13 horas, com uma Oficina e a apresentação do espetáculo “Dádiva”, do Núcleo de Estudos Dramáticos/Escola Técnica de Teatro “Gomes Campos”, dirigido por Chiquinho Pereira.


O primeiro tempo da Maratona Cultural, com eficiência de campos diversificados de linguagens, foi jogado e o certame apontava a jogos artísticos que viriam completar a Maratona, na segunda partida da tarde, entrando pela noite. 




 *****(era dia 21, o Theatro aniversariava/foto ascom secult)

Era dia de comemorar o Theatro 4 de Setembro.  


Box memorial:

O Theatro 4 de Setembro detém duas datas de aniversário.

A que dá nome ao Theatro, quando em 1889 as senhoras da sociedade foram ao Governo da Província solicitar a construção de uma nova Casa de espetáculos à comunidade.

A data histórica 4 de setembro virou o Theatro 4 de Setembro e, se comemora seu aniversário, neste dia em setembro.

A outra data, também emblemática, é a de entrega do Theatro pronto à Teresina. Em 21 de abril de 1894, o 4 de Setembro era inaugurado, com pompas e circunstâncias.

21 de abril, então, é  primeira data de calendário e  segunda data histórica. O 4 de setembro, a primeira data histórica e a segunda data de aniversário.

Neste no de 2016, o Governo do Estado e Secult resolveram comemorar, pela primeira vez a data histórica de entrega do patrimônio arquitetônico edificado, ao tempo em que festejou a entrega das obras concluídas de restauração, modernização, recuperação de teto, telhado, pintura interna e fachada, com iluminação de fachada (leds), infraestrutura hidráulica, elétrica e patrimonial e entregá-la renovada, após vinte anos desde a última intervenção.

Está entregue à comunidade, com diversos espaços de absorção de demanda reprimida e ampliação de recepção da manifestação artístico e cultural local, nacional e alhures.

No século 21 em 21 de abril, o tempo de hoje foi de festejar o novo Theatro 4 de Setembro. 


*****(a fachada imponente aos olhos de Ademilton Moreira)

fotos/imagem: (ascom secult./wilsom gsousa./adalmir miranda./kaio rodrigues./ademilton moreira)

Nenhum comentário:

Postar um comentário