por maneco nascimento
A Escola Estadual de Dança "Lenir Argento" está promovendo, esta semana, de 26 a 29 de abril, a Semana da Dança - Ano 3.
Num diálogo integrativo do diverso das manifestações da dança na cidade e em interações estéticas, também, com representantes da dança de outros estados, convidados, a provocação que envolve oficinas, exposições iconográficas, cinema e instalações e danças e falas e corpos e exercícios e interlocuções de e para corpos falantes, a iniciativa rendeu bons frutos às dinâmicas pensadas.
Na programação da Semana, Exposição/Instalação [Quanta Fotografia?], André Gonçalves; Exposição Ateliê Mindin - arte, papel, corpo e criança (Layne Holanda e Rosa Prado); Movie \ corpo, política, dança - exibição de filmes + Vídeo Doc \ documentários, clipes e vídeos; Oficinas Balé Clássico, com Cícero Gomes, Primeiro Solista do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e com Mel Oliveira, Solista Teatro Municipal RJ; Dança Contemporânea, com Clarice Lima (Sampa) e as apresentações gratuitas no palco do Theatro 4 de Setembro.
Na noite do dia 28 de abril, o Theatro 4 de Setembro recebeu Socorro Bernabé (professora de clássico, há 31 anos exercitando dança na Escola "Lenir Argento") que bridou os convidados com um número Solo, de dança espanhola/gitana, para o apurado da experiência e precisão de marcas na dança caliente hispânica, ao perfil da partitura de Bernabé, qual vinho maduro em carvalho andaluz.
O Cordão Grupo de Dança trouxe uma coreografia das intérpretes criadoras e componentes da Cia., em que discutia o papel da mulher contemporânea e seu lugar na sociedade atual. Política de afirmação pessoal e coletiva, em falas do corpo desenhadas ao discurso de interagir o social, o artístico, o estético e o político e identidade e pertencimento no meio social em que se está contido. Ótimo exercício que dança o papel cidadão, na aplicação reflexiva, através do manifestado da arte da dança.
O Coletivo Balé Popular do Piauí apresentou, em seguida, a coreografia “Malandro Burguês”, coreografia de Márcio Gomes, para temas musicais do velho Chico Buarque e seus malandros do cancioneiro nacional e outros variantes dos morros cariocas.
Graça e estilo de compor dança temática e deslizar amor, aos passos de dança, feito forma de alegria e mais felicidade geradas no exercício livre do corpo, em linguísticas apropriadas a reproduzir a cultura nacional, espelhada nas falas e diálogos estéticos da dança.

Após os números acionados, houve um bate papo que reuniu todo o coletivo envolvido nas artes e partes e interfaces da Semana da Dança - Ano 3.
Soraya Portela abriu as conversas, saudando a todos os presentes, pais, irmãos, tios, padrinhos e mais constituintes familiares e convidados presentes à plateia.
A palavra à Bebel Frota, mediadora das conversas de leituras abertas à diferença ao ato criativo, foi para lembrar do campo de interação da dança nas escolas formais e de que, muitas vezes, profissionais da educação física ocupam espaços de manifestação da dança, junto ao alunado, embora nem sempre estejam muito aptos ao desempenho da função de facilitadores da dança. A carga horária, disponível nos bancos acadêmicos, não habilita um professor(a) de educação física a professor(a) de dança.
Quanto à Semana da Dança, Bebel Frota, reiterou sobre os processos criativos e ampliados à comunidade como maneira de interagir mais e gerar na diversidade manifestada na dança, exemplos de integração social, artística, cultural e de consciência do corpo que obra o fazer e o novo fazer na dança, para dança e com a dança, em vieses de criação e produção artísticas.
Abertas as falas às experiências dos Coletivos, que desempenham a dança, em eixos sociais dos bairros de Teresina, o Cordão Grupo de Dança apresentou, através de componentes e atuantes nos processos criativos da Cia., as impressões e expressões de compor dança, nova dança, e ampliar os olhares e serviços à arte e cultura do corpo, na região da grande Dirceu, Projeto plantado dentro de uma escola formal do bairro Renascença.
Falaram dos processos de nascer com e para o Cordão Grupo de Dança e das interrelações criadas, pelo iniciador do Projeto, Roberto Freitas, à facilitação da dança exercitada no Coletivo. E também das trocas de diálogos, com quem mais sabe e os que podem ensinar a aprender, em construtivismos sócio culturais à comunidade que representam.
Weylla Carvalho, professora da "Lenir Argento" falou da importância da família estar presente na Escola; dos processos pessoais de acompanhar e participar das atividades do Cordão, na escola formal em que, pela manhã lecionava disciplina curricular e, à tarde, compunha o corpus de facilitadores do aprendizado de construção artística do Coletivo. Reiterou sobre como o apoio familiar pode desempenhar papel importante no futuro dos aprendizes da dança.
Que pais, familiares e afins que têm crianças, dançando, podem participar mais das atividades dos filhos e afilhados, et al. Que podem dançar, mesmo que não dancem, formalmente, mas dançam enquanto imbuídos no processo dos filhos. Que a dança possibilita saltos, não só de aptidões motoras, intelectuais e artísticas nos aprendizes, mas abre também a formação e profissionalização de praticadores de dança, que lhes possa assegurar futuro como trabalhadores na área.
Datan Izaká, um dos pensadores da Semana da Dança, discorreu sobre as escolas, oficinas e demais laboratórios de dança e dos acessos de maturidade e expansão das escolas, academias e renovados padrões formais e informais de construção da dança na cidade.
Citou Luzia Amélia, com a Escola Balé de Teresina e seus projetos pessoais que a levaram para fora do estado, onde se especializou e tornou-se mestra em dança. Lembrou, também, de outro(a)s profissionais que também se pós-graduaram na área de dança, reinventando-se dentro da profissão de escolho artístico.

Convidou o público presente, àquela noite do dia 28 de abril, a prestigiar o trabalho das meninas da Casa de Zabelê, que têm à coordenação de cena a coreógrafa e bailarina Kiara Lima.
As falas imprimidas naquela noite, da Semana da Dança - Ano 3, foram de sinceridade e respeito a quem produz e se faz sujeito de dança e repercutiu o cuidado e preocupação com a arte de dançar que se pratica na cidade.
A boa diferença percebida nos diálogos pensados e exercitados, às expensas de discutir dança, é que no diverso manifestado, mesmo que gere indiferença aos desavisados, aciona as + diversas leituras, abertas às estéticas de recepções livres.
Evoé, "Lenir Argento" e Coletivos de Dança em diálogos possíveis!
A Semana da Dança diz que é melhor que se "dance, dance, dance... dance sem parar..."
Serviço:
hoje, 29 de abril
- na Galeria de Arte CD "Nonato Oliveira", às 18 horas
Casa de Zabelê em dança
- no Theatro 4 de Setembro, às 18h30
Clássico: Cícero Gomes e Mel Oliveira
Contemporâneo: "Intérpretes em Crise", com Clarice Lima e Aline Bonamin