para tempos de felicidades
por maneco nascimento
Era uma sexta feira de janeiro,
22, mas não uma sexta feira comum. Uma que saltava aos olhos, fantasias, pés,
pernas, corpo inteiro, energias vibrantes, espírito de alegria e felicidade foliãs.
O Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro recebia, em um dos
seus Equipamentos Culturais, O Baile.
(O Baile/fotos: Poliana Oliveira)
Mas não era um Baile qualquer,
mas o Baile de Carnaval dos Artistas 2016 – Ano Maria da Inglaterra. Numa
realização do Governo do Estado e Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, o
evento teve promoção do Complexo Cultural e Secult e deu-se em seu lugar natural das
melhores memórias de Salões e encontros culturais desde que o Club é Club.
O Club dos Diários, depois de uma
restauração e modernização, aos custos de bem investidos de Oitocentos mil
reais (mantidos pelo dinheiro do contribuinte, como garante em destaque a placa de reinauguração), ficou pronto para recepcionar grandes espetáculos alternativos,
exposições, convenções e encontros artísticos culturais e, pequenos espetáculos,
acomodados no novo Teatro “Torquato Neto”, e, é claro, o retorno merecido do
Baile dos Artistas. Este que sempre teve melhor lugar de atuação no Salão do
Club dos Diários.
(fotos/imagem: Poliana Oliveira)
Pois foi na noite do dia 22 de
janeiro que a cidade compareceu, em ótimo peso e muito boa medida, à festa
planejada para tomar posse de sua origem de bailes foliões, em data marcada.
(fotos/imagem: Jorge Carlo e Poliana Oliveira)
Uma sexta feira que não era a gorda, mas foi a sexta encanto da felicidade de
bons carnavais de Salões, com mais de mil palhaços, arlequins, pierrôs,
colombinas, heróis, vilões, freiras e padres, melindrosas, rainhas e reis, príncipes e
lordes, mocinhas e “raparigas”, descidas do caminhão das memórias de entrudos.
(Cibelly sob ícone a Baile Maria da Inglaterra e vilão e heróis/fts; P. Oliveira)
A recepção musical das Bandas
Fervendo o Frevo&Vando do Trombone, em repertório rico e diverso das velhas
e memoráveis marchinhas e frevos de outros carnavais; Gabi Carvalho, para
reviver as memórias da homenageada póstuma, Marília Pêra, que cantou em áureos
musicais como a personagem de Carmem Miranda; Lene Alves&Banda, esse furacão
dos hits quentes para toda geração foliã.
(fotos/imagem: Poliana Oliveira e Jorge Carlo)
A escolha do Rei e Rainha dos
Artistas 2016, numa acirradíssima e humorada disputa, recaiu sobre a atriz
Tércia Maria e o ator Chicão Borges, coroados no corredor de foliões, que os
aclamaram entre, pelo menos, vinte duplas de candidatos. Uma eleição popular,
aberta, foram aclamados em palmas, silvos, uivos e fiu-fius!
(fotos de Poliana Oliveira e Jorge Carlo)
A atriz Silmara Silva não teve
muita dificuldade em ser aclamada, calorosamente, pelo grande público do Salão.
Numa inusitada e ousada fantasia, a artista desfilou entre os foliões com uma
impactante mis-èn-scene à personagem de Freira Zumbi. O útero aberto da Freira
expunha o feto preso ao cordão umbilical e que ela apresentava aos foliões. Uma
pausa na alegria para a reflexão da humanidade expiada.
(A Fantasia vencedora - Freira Zumbi -/foto: P. Oliveira)
O impacto gerou empatia e o
público elegeu, sumariamente, sem delongas, o que melhor representou fantasia à
reflexão temática e, até polêmica da hora e reverbero do depois. A Freira Zumbi
venceu, em fragorosas palmas e outros sinais sonoros, com categoria, excelência
e folga de margem à uma (im)possível solicitação de repetir o escrutínio.
O Baile dos Artistas venceu o
outro lado da força. E a força e energia, atomizadas na arte, cultura e
repercussão foliãs, deram o mote para over felicidade, coletivizada aos tempos
de dançar e abrir os chacras da alegria positivizada, nO Baile, o retorno.
A sexta feira, daquele 22 de
janeiro, ficou pequena, mas na medida matemática e nas simetrias e assimétricos
estéticos da cultura do carnaval, corpo brasileiro, do artístico extravasado.
Pequena idade, terceira idade, média idade, jovens, adolescentes, pais, filhos,
netos, artistas, intelectuais, jornalistas, professores, delegados e policiais,
publicitários e secretários de estado, et al, toda a gente concorreu a bem
comum, viver a alegria do Baile dos Artistas em coletivo de alma foliã.
Ao Baile de Carnaval dos Artistas
2016, só não veio quem já “morreu”, mas como retrucou Siro Siris, responsável
pela criação e ambientação do Salão: “até os mortos vieram...” pois foi uma
Freira Zumbi (Silmara Silva) quem levou o Prêmio de Melhor Fantasia e o recebeu
na hora, quentinha, a quantia de Dois mil reais.
Que venha 2017 para novas entradas, confetes, serpentinas e muita folia liberada para novO Baile.
Evoé, Baile de Carnaval dos
Artistas!
fotos/imagem: (Poliana Oliveira e Jorge Carlo)
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