terça-feira, 9 de setembro de 2014

Hoje é dia de Secante

teatro de resistência amadora da cena local
por maneco nascimento




(fotos: acervo da Épica Cia de Criação)

Espetáculo teatral da Épica Cia de Criação, "Secante" é a pedida de hoje (9), às 20 horas, no Theatro 4 de Setembro.

Numa adaptação do conto Trinta e Dois, do magistrado e autor  piauiense, Fontes Ibiapina (Nonon), a montagem realiza uma revisitação na alcunha fontesibiapiana e dá um olhar particular à obra literária do escritor .

O artista e juiz cunhou, entre outras pérolas de observação e fortuna crítica, uma prospecção sócio cultural, através da crônica feito literatura de apropriação particular e de registro e repercussão do imaginário popular. 

Também nos deu o conto 32, que repercute memórias afetivas e histórias recolhidas da oralidade e retransmitidas acerca da seca e da vida que permeia as gentes simples, sujeitas à estiagem do tempo e horas nordestinas.

A direção é assinada por Wanden Lima e, para a linha dramatúrgica adaptada, trata-se de uma leitura contemporânea do homem nordestino, vitimado pela seca e suas implicações econômicas, políticas e sociais.

Espetáculo Selecionado ao "João Pessoa Encena", para representar o Piauí na MOSTRA NORDESTE.
"Secante" da Épica Cia de Criação, só hoje (terça feira, 9), às 20 horas, no palco do Theatro 4 de Setembro.

Sobre o escritor

"(...) João Nonon de Moura Fontes Ibiapina, nome de registro, tornava-se muito grande para um escritor. Sabiamente e com muito bom gosto, ao publicar seu primeiro livro, Nonon passa a assinar-se apenas FONTES IBIAPINA. 
Nascido em Picos, na zona rural, no lugar chamado "Vaca Morta", a 14 de junho de 1921, filho de Pedro de Moura Ibiapina e Raimunda Fontes de Moura, fez o primário em sua terra natal e o secundário em Teresina, bacharelando-se em Direito, em 1954, pela velha Faculdade da Praça Demóstenes Avelino. Ainda como estudante dedicou-se por algum tempo ao jornalismo. Findo o seu curso de Direito, entra logo para a magistratura, sendo juiz em várias comarcas do Piauí, a última em Parnaíba, onde publicava semanalmente artigos de crítica nos jornais, exercia o magistério, participava de toda a vida intelectual da cidade, e como tal ajudou a fundar a Academia Parnaibana de Letras e foi um dos seus presidentes. Membro do Conselho Estadual de Cultura do Piauí e da Academia Piauiense de Letras, sua maior glória não está no magistério, no jornalismo ou mesmo na magistratura, e sim na literatura. Deixou uma grande obra, tanto em quantidade como em qualidade, em torno de 30 títulos(...) Depois de sua morte, teve apenas uma obra sua editada no Piauí: a Fundação Cultural Monsenhor Chaves publica o volume Crendices, Superstições e Curiosidades Verídicas no Piauí, em 1993. Trata-se de continuação de sua “Paremiologia Nordestina", de 1975, editado pelo Governo do Estado, através da Cia. Editora do Piauí. São adágios, rifões, brocardos, anexins, parêmias, máximas, ditados, expressões, comparações, relaxos, paleios, chulos, enfim toda uma riqueza do homem nordestino em sua criatividade de caboclo sem letras mas muitas vezes mais sabido que os doutores da cidade. 

Na área literária propriamente dita saíram apenas dois folhetos – não seriam propriamente livros – divulgando contos de Fontes Ibiapina: um que reúne Trinta e dois e Tangerinos, em 1988, e outro com o conto inédito Dr. Pierre Chanfubois, sem data de publicação, mas que se atribui seja do ano seguinte. Ambos os opúsculos tiveram a chancela das Edições Corisco, do editor Cinéas Santos (...) Era um homem curioso, sempre atento ao que a ciência tinha para oferecer. Faleceu no dia 10 de abril de 1986, na cidade de Parnaíba, onde exercia as funções de Juiz de Direito, depois de ficar, na noite anterior, horas e horas com uma luneta na mão para observar a passagem do cometa Halley. 

Obras : 

Contos – Chão de Meu Deus, 1958 – 2ª ed. 1965 
Brocotós, 1961 
Pedra Bruta, 1964 
Congresso de Duendes, 1969 
Destinos de Contratempos, 1974 
Quero, Posso e Mando, 1976 
Eleições de Sempre e Até Quando, 1985* 
Romances – Sambaíba, 1963 
Palha de Arroz, 1968 
Tombador, 1971 
Nas Terras do Arabutã, 1984 
Curral de Assombrações, 1985 
Vida Gemida em Sambambaia, 1985* 
Crônicas: – Mentiras Grossas do Zé Rotinho, 1977 
Lorotas e Pabulagens de Zé Rotinho, s/d de publicação 
Folclore: – Paremiologia Nordestina, 1975 
Passarela de Marmotas, 1975 
Teatro: – O Casório da Pafunsa, 1982. 

Segundo consta de uma das folhas iniciais de “Curral de Assombrações”, deixou escritas e organizadas outras tantas obras, mas inéditas, as quais enumeramos: 
“Pecado é o que Cai do Cacho” – romance; 
“Amor Roxo”, “Mentiras de Verdades”, “Onde a Velha Mediu de Cócoras”, “Onde o Filho Chora e a Mãe não Ouve” e “Nas Capembas Rajadas” - contos; 
“Gente da Gente”, “Desfile de Malucos”, “Mentiras ou Não, o Povo Conta”, “Crendices e Superstições do Piauí”, “Terreiro de Fazenda”, “Ponta de Terreiro” e “Almas Penadas” – folclore. 
Anunciava também “Augusto dos Anjos” – ensaio e “Brasileirismos do Piauí” – dicionário. 
Observe-se que as obras assinaladas com asterisco só circularam depois da morte do autor, muito embora ele as tenha deixado preparadas e prontas para a edição. Eram livros que concorreram a concurso nacional e foram premiados. Há testemunhos de que Fontes Ibiapina, depois que publicou Chão de Meu Deus, contos premiados nos concursos da Cigarra e de Alterosa, não gostava de mexer em seus livros depois de escritos. Entretanto, parece que já prevendo a morte, gastou muito tempo reescrevendo Vida Gemida em Sambambaia, pelo que se atribui ser esta sua obra mais bem elaborada."
(texto de Francisco Miguel de Moura, recolhido de www.portalentretextos.com.br)


Serviço:
Hoje, 09 de setembro de 2014 (terça feira)
às 20 horas
No Theatro 4 de Setembro
Ingressos a R$10,00 a meia entrada.
Venda Antecipada na : Banca do Joel, da Praça Pedro II
Informações: VR Produções 86 8822-6146 / 9917-3647

(fotos: acervo da Épica Cia de Criação)

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